sábado, 19 de janeiro de 2013

COLETÂNEA OXUM, NOS CAMINHOS INICIÁTICOS - A DIFERENÇA ENTRE ABIKÚ E ABIAXÉ!!!!!

Motumbá meus (minhas) irmãos (ãs) do BLOG OLHOS DE OXALÁ

Aqui estamos mais uma vez, com grande alegria, compartilhar mais uma grande postagem exclarecedora sobre um assunto que de fato vem de acordo com a SEQÜÊNCIA de nossas atuais COLETÂNEAS.

De uns tempos para cá é crescente  o número de pessoas que se apresentam como ABIAXÉS (ABIASÉS). Bem como o número de pessoas que tem ouvido por vários BABALORIXÁS/YALORIXÁS, despreparados que todo mundo virou ABIKÚ. Mas o que de fato vem a ser isto? Qual a diferença de um para com o outro?

Através deste texto muito bem colocado entre as inúmeras postagens dentro do FACEBOOK, mas que nos chamou a atenção de tão perfeita colocação e explanação. Acompanhe conosco:


A diferença entre os Abikús e os Abiaxés 

No Brasil, há uma confusão muito grande entre os Abikús e os Abiaxés. 

Os Abikús são espíritos que, literalmente, "nascem para morrer", por terem feitos promessas de voltar ao plano espiritual ainda crianças, ou por terem se recusado à permanecer no plano dos vivos. Elas são consideradas pela ancestral cultura africana como pertences a uma legião de “demônios” que moram nas florestas ou em torno das árvores de Iroko: a gameleira branca,ou ainda figueira chorona. 

É sábio que cada um desse abikús quando nascem já trazem consigo o dia e a hora em que vão retornar para o “outro lado da vida” para companhia dos seus “amiguinhos” das florestas de Iroko. Geralmente esse tempo é determinado entre o nascimento e os 7 anos de vida. 

Assim as providencias são tomadas para que essas crianças permaneçam no mundo dos vivos. Fazendo esquecer as datas, e conseqüentemente seus “amiguinhos do outro lado”. Além de amuletos e magias feito nessas crianças, os quais vão desde símbolo, breves e patuás que são postos em suas pernas, braços e pulsos, pinturas destoantes são feitas em seu corpos de formam que transmitam sentimentos repulsivos para que assim os seus “antigos companheiros” do outro lado recusem uma nova ligação com “figuras deformadas” e os obriguem a ficar na vida. 

Já os Abiaxés são crianças cujo as mães entraram para a iniciação no Candomblé enquanto estavam gestantes. 

Os Abiaxés são as crianças nascidas “feitas de berço” e com missão espiritual. Os Abiaxés podem ou não refugar a missão espiritual na terra, retornando ao convívio de Olodumare, dependendo unicamente do teor de compreensão que obtiverem de seus pais, mestres, tutores, cônjuges e etc… 

Hipótese nº1 de ABIAXÉ – é oriundo de uma transmigração espiritual (morre em algum lugar, país,etc) e nasce na mesma hora ou horas depois em outro lugar e outro corpo. Carecendo apenas de um ritual de confirmação ou coroação do Ibá Orí (três adoxos e tudo mais), conforme o cargo espiritual designado por Ifá. 

É oferecido á Olodumaré pelos seus pais ou tutores e jamais conseguirá fugir de seu odú (predestinação), sob pena de refugar á missão terrestre (morrer), missão esta que geralmente é politica, missionária social ou espiritual. 

Hipótese nº 2 de ABIAXÉ – é “feito” (raspado) na barriga da mãe, quando está é recolhida para a “feitura” e está grávida. Aí a criança recebe todos os fundamentos que a mãe receber, independente da qualidade de Orixá, nascendo “feita” deste mesmo orixá e carecendo apenas da confirmação ou coroação, as quais seguem as mesmas ritualísticas do primeiro caso de abiaxé.

COLETÂNEA, OXUM NO PROCESSO INICIÁTICO - AFÙWÀPÉ


Afùwàpé, aquele que soube escolher o melhor Orí 

Recentemente, publicamos uma postagem, discorrendo sobre a importância singular de Orí em nossas vidas, mencionamos que ele é o primeiro a ser louvado. Hoje, vamos aprofundar um pouco mais sobre essa importante Divindade, pois acreditamos que esse tipo de conhecimento é fundamental para toda a população do Candomblé. 

Orí é a cabeça que norteia todos os seres-humanos e "Apéré" é seu suporte, por essa razão, sempre que louvamos Orí, evocamos também o seu suporte "Orí Apéré-oooooo!", bem como o Orí Inú (encéfalo) "Orí Inú-oooo!"

Acreditamos que "Àjàlá Mopin" é a Divindade à qual Olodúnmarè atribuiu a responsabilidade de "modelar" o Orí das pessoas. Muito embora Àjàlá seja habilidoso na "arte de moldar cabeças", por vezes ele comete erros e então surgem os "Orí Buruku", que são as "cabeças defeituosas"

Cremos que mesmo antes do nascimento, escolhemos nosso Orí, pedindo-lhe junto à Àjàlá Mopin. Essa "solicitação" é denominada "Àkúnlèyàn", nesse momento o indivíduo "acorda" a sua permanência no Àyé, dentre outros aspectos de sua vontade. Isto posto, Àjàlá Mopin dá a pessoa aquilo que os yorùbás chamam de "Akúnlègbà", que é na verdade uma espécie de "mola propulsora" para que os "desejos acordados" sejam realizados. 

Por fim, Àjàlá Mopin, concede "Àyànmò" que é a parte do destino que mesmo através da mediação dos Òrìsàs não será jamais alterada. Ou seja, "Àkúnlèyàn" e "Akúnlègbà" podem sofrer alterações ao longo da vida. Essas alterações são possibilitadas por meios de oferendas, as quais são vislumbradas através do oráculo ou pela "fala" dos Òrìsàs, entretanto, aquilo que fora determinado em "Àyànmò" jamais sofrerá mudanças. 

A afirmação de que nós mesmos escolhemos nosso Orí é fundamentada através de um Itán, publicado por Abimbola, o qual diz que Ifá foi consultado para "Orísèékú", "Orílèémèrè" e "Afùwàpé". Quando eles foram escolher seus respectivos Orí junto à Àjàlá Mopin, o grande moldador de cabeças, Ifá determinou que eles fizessem sacrifícios de modo que escolhessem um bom Orí para o seus destinos. 

Orísèékú e Orílèémèrè ignoraram a recomendação de Ifá e, somente Afùwàpé fez o que lhe fora designado. Como consequência, Afùwàpé teve muita sorte e prosperidade em sua vida, haja vista que, graças aos sacrifícios realizados, ele escolheu o "Orí certo" (Orí Réré). No entanto, Orísèékú e Orílèémèrè, que não seguiram a determinação de Ifá não tiveram a mesma sorte. 

Abaixo, transcrevemos uma variante do Itán de Ifá, respeitante a saga de Orísèékú, Orílèémèrè e Afùwàpé rumo à Terra. 

"Ifá foi consultado para Orísèékú, o filho de Ògún, para Orílèémèrè, o filho de Ìjá e para Afùwàpé, o filho de Òrúnmìlà, no dia que eles iam para a casa de Olódúnmarè escolher suas cabeças. Orísèékú, Orílèémèrè e Afùwàpé eram amigos, um dia eles se reuniram e decidiram que iriam para a Terra e lá, eles se estabeleceriam e seriam prósperos, sendo que, para eles, a Terra seria um lugar melhor do que o céu. 

Eles pediram conselho aos Àgbàlágbà (anciões), que disseram que antes deles viajar, eles deveriam ir até Àjàlá escolher suas cabeças. Eles foram advertidos assim: "quando vocês forem, vocês não devem virar à direita, e nem ir diretamente para a casa de Àjàlá, até mesmo se um de vocês ouvir a voz do pai, vocês não devem ir diretamente para a casa de Àjàlá". Orísèékú, Orílèémèrè e Afùwàpé, prometeram aos Àgbàlágbà que atenderiam as advertências. Depois de caminhar por muito tempo, eles encontraram Afabéré-Gúnyán ("aquele que bate inhames com uma agulha pequena")

Eles disseram: "Pai, nós o saudamos"! O pai respondeu: "obrigado"

Orísèékú, Orílèémèrè e Afùwàpé questionaram como chegar até a casa de Àjàlá. Afabéré-Gúnyán disse que eles tinham que terminar de bater o inhame dele primeiro, depois ele mostraria como chegar até lá. Afùwàpé levou a agulha dele e começou a bater os inhames com isto, durante três dias. Quando ele terminou de bater, Afabéré-Gúnyán disse que eles podiam ir, que depois de caminhar mais um pouco, eles deveriam virar à direita, onde encontrariam o Oníbodè (guardião). Eles deveriam perguntar ao Oníbodè como chegar até a casa de Àjàlá. 

Depois de caminharem por algum tempo, eles chegaram, Orísèékú, o filho de Ògún, ficou imóvel, ele ouviu a voz do pai dele, solicitando-o para guerra. Então, Orísèékú pegou suas armas para ajudar seu pai. Orílèémèrè e Afùwàpé o advertiram, dizendo que eles não deveriam ouvir nem mesmo aos seus pais, conforme orientação dos Àgbàlágbà. 

Eles então, continuaram sua viajem até a casa de Àjàlá. Após terem caminhado por um longo período, eles ouviram Òrúnmìlà, que golpeava o Opon Ifá com seu Iroke, fazendo um grande barulho. Afùwàpé, seu filho, ficou imóvel. Então, os outros dois companheiros exigiram que ele não parasse. 

Afùwàpé disse que ele não iria até ver o pai dele. Eles o fizeram lembrar da advertência, mas Afùwàpé, recusou abruptamente, insistindo que ele tinha que ver seu pai. Afùwàpé foi até Òrúnmìlà, enquanto Orísèékú e Orílèémèrè prosseguiram a viajem. Quando Òrúnmìlà viu Afùwàpé, ele lhe perguntou aonde ia. Afùwàpé disse que ele ia para a Terra. Òrúnmìlà, então, foi consultar o oráculo para o filho. O destino que se apresentou foi Ogbèyónú. 

O Oráculo disse: "Òrúnmìlà, seu filho vai fazer uma viagem para a Terra, para ele escolher uma cabeça boa, ele deverá fazer sacrifícios". O que ele deve sacrificar, questionou Òrúnmìlà. "Ele deve oferecer duas bolsas de sal e doze mil búzios". Òrúnmìlà ofereceu todos os materiais e o sacrifício foi realizado. As duas bolsas de sal e os doze mil búzios foram dados a Afùwàpé. Eles falaram que Afùwàpé procedesse na viagem. Quando Afùwàpé saiu da casa de Òrúnmìlà, ele nem não viu Orísèékú nem Orílèémèrè, eles já tinham ido embora. 

Quando Orísèékú e Orílèémèrè alcançaram o Oníbodè, perguntaram-lhe como chegar à casa de Àjàlá. O Oníbodè disse que a casa de Àjàlá era muito longe, senão fosse por isso, ele os levaria até lá. Eles ficaram com muita raiva e perguntaram para outras pessoas, até conseguirem chegar à casa de Àjàlá. 

Quando lá chegaram, eles não o encontraram e esperaram por dois dias, como Àjàlá não retornou, eles resolveram falar com as pessoas que moravam lá. Disseram que eles haviam vindo escolher suas cabeças, sendo que estavam indo para a Terra. As pessoas da casa mostram-lhes muitas cabeças disponíveis na "loja de Àjàlá". Quando Orísèékú entrou, ele escolheu uma cabeça feita recentemente que ainda não havia sido "levada ao forno"

Quando Orílèémèrè entrou, ele escolheu, sem perceber, uma cabeça defeituosa. Orísèékú e Orílèémèrè vestiram suas cabeças de barro e foram rumo à Terra. Restando poucos dias para chegarem, uma forte chuva caiu sobre Orísèékú e Orílèémèrè, essa chuva perdurou por muito tempo e as cabeças deles, começaram a se desfazer, ficando apenas um pequeno plano e assim eles chegaram. 

Na Terra, eles trabalharam muito, no entanto, eles perdiam tudo o que ganhavam e esse cenário se manteve por uns dez anos, sem qualquer sinal de melhora. Eles resolveram, então, consultar Ifá que através do oráculo disse que tudo que estava acontecendo, era em função das cabeças ruins que eles haviam escolhido e perguntou: "Quando vocês estavam vindo para Terra, vocês foram atingidos pela chuva?" Eles responderam: Sim, nós fomos! 

Ifá disse: "Quando vocês estavam vindo para Terra, vocês escolheram cabeças ruins! Vocês escolheram cabeças que ainda não haviam sido levadas ao forno. Vocês foram atingidos pela chuva e as cabeças ruins que vocês escolheram, ficaram danificadas, em pedaços, por isso, tudo o que vocês ganham, vocês perdem, sendo que tudo o que vocês conseguirem, será para restabelecer a forma de suas cabeças"... 

Afùwàpé também continuou sua viagem à Terra, depois de ter caminhado por algum tempo, ele chegou até o Oníbodè e lhe perguntou como fazer para chegar à casa de Àjàlá. 

O Oníbodè disse que lhe mostraria depois, primeiro, ele iria preparar sua comida. Assim, Afùwàpé se sentou e pacientemente ajudou o Oníbodè. Quando Afùwàpé estava ajudando acender o fogo, ele notou que o Oníbodè estava colocando cinzas na sopa. Ele disse: "você está colocando cinzas na sopa"

O Oníbodè disse que isso era o que ele sempre comeu. Afùwàpé colocou na sopa, um pouco do sal, que havia trazido consigo e pediu que o Oníbodè provasse aquilo. O Oníbodè ficou impressionado com o gosto e, implorou mais daquela iguaria à Afùwàpé, que concordou, dando-lhe as duas bolsas de sal. 

Quando eles terminaram de preparar a sopa, Oníbodè se levantou, conduzindo Afùwàpé até a casa de Àjàlá. Quando estavam chegando, eles ouviram alguém gritar. Oníbodè disse que aquele barulho vinha da casa de Àjàlá e que ele não estava em casa, sendo que aquele barulho era provocado por um credor à sua procura e, sempre que o credor aparecia, Àjàlá se escondia. 

O Oníbodè disse à Afùwàpé que se ele tivesse dinheiro, ele deveria ajudar Àjàlá a pagar suas dívidas. Quando Afùwàpé chegou à casa de Àjàlá, ele achou o credor gritando, relinchando como um cavalo. Afùwàpé indagou quanto Àjàlá lhe devia. 

O credor disse que eram doze mil búzios (nesse aspecto, cabe lembrar que àquela época, os búzios eram moedas correntes). Afùwàpé pegou os doze mil búzios, que havia trazido consigo, e pagou o credor de Àjàlá, quitando toda a sua dívida. Quando o credor foi embora, Àjàlá saltou do teto, onde havia se escondido e, cumprimentou Afùwàpé. Ele perguntou se Afùwàpé achou alguém na casa. 

Afùwàpé disse: "Sim, achei! Essa pessoa disse que você lhe devia doze mil búzios, então, eu paguei toda a sua dívida". Àjàlá, muito contente, agradeceu Afùwàpé e lhe perguntou o que ele vinha fazer em sua casa. Afùwàpé disse que ele tinha vindo escolher uma cabeça, pois estava à caminho da Terra. Àjàlá pediu-lhe que viesse depois de certo tempo. Passado o tempo pedido por Àjàlá, Afùwàpé retornou e foi escolher sua cabeça. Àjàlá lançou uma vara férrea em muitas cabeças e todas ficavam em pedaços. "Está vendo Afùwàpé, essas cabeças não são boas"! Após muitas cabeças em pedaços, Afùwàpé escolheu uma. Quando Àjàlá lançou a vara de ferro, a cabeça deu um salto, caiu no chão e ficou rodando sem se desfazer. Àjàlá disse que aquela sim era uma boa cabeça e deu à Afùwàpé, que a fixou, dirigindo-se rumo à Terra. 

Quando Afùwàpé estava chegando na Terra, uma forte chuva caiu sobre sua cabeça, a chuva era tão forte e intensa que Afùwàpé quase ficou surto, no entanto, sua cabeça permanecia firme, igual quando havia sido retirada da casa de Àjàlá. 

Ao chegar na Terra, Afùwàpé começou a comerciar, ele fez bastante lucro, ele construiu uma casa e enfeitou sua porta. Ele teve muitas esposas, ele teve muitos filhos. Depois de algum tempo, ele recebeu o honroso título de Orísanmí. Orísèékú, o filho de Ògún e Orílèémèrè, o filho de Ìjá, lamentaram-se à Afùwàpé. "Onde você escolheu sua cabeça? Porque não nos falou onde escolheria sua cabeça?". Afùwàpé, por sua vez, disse que eles haviam escolhido suas cabeças, todos em um mesmo lugar, o que os diferenciavam era, o destino". 

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!! Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

COLETÂNEA OXUM, NO PROCESSO INICIÁTICO - ORI - PARTE II

Este texto foi nos encaminhado pelo BLOG O CANDOMBLÉ, por nossa amiga MANUELA.



Ori é o deus portador da individualidade de cada ser humano. Representa o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Ori mora dentro das cabeças humanas, tornando cada um aquilo que é. 

Como ao morrer, a cabeça de uma pessoa não é separada para o enterro, Ori é conhecido como aquele que pode fazer a grande viagem sem retorno, pois os outros orixás, mesmo quando morrem seus filhos, são libertados da cabeça (Ori) e retornam ao Orun (céu, ou mundo exterior)

A cerimônia de equilíbrio do Ori dá-se o nome de Bori (bo = oferenda, ori = cabeça => dar oferenda para a cabeça, fortalece-la). Não se deve no entanto confundir Bori com Iniciação. O Bori pode ser feito em qualquer momento e não implica qualquer vínculo com o Orixá ou com a casa. 

Durante o processo iniciático a primeira entidade a ser equilibrada é justamente o Ori, a individualidade pessoal, para que a pessoa não se transforme num mero espelho do orixá. 

Um dos mitos sobre Ori diz que ele pode depois de enterrado voltar ao Orum, levado por Nanã ou Ewá. Diz este mito que um dia Ori percebeu que era o momento de nascer outra vez e foi falar com Olorum, o Universo, solicitando permissão para nascer na mesma família em que havia nascido antes. Olorum permitiu, com a condição de que apenas ele, Olorum, pudesse conhecer o dia de sua morte, sem que Ori pudesse opinar sobre esta questão e que o destino de Ori só pudesse ser mudado quando Ifá fosse consultado. 

Este orixá não tem características estéticas pois não incorpora. Apenas é cultuado juntamente com os orixás, possuindo um número no jogo de búzios onde "fala"

A quizila de Ori é a mentira.

COLETÂNEA, OXUM NO PROCESSO INICIÁTICO - O ORI

Motumbá meus (minhas) irmãos, acredito que muitos devem estar se questionando sobre o que a presença de OXUM, como apresentamos no Título da COLETÂNEA, em questão apresentada. Tem haver com os temas abordados. 

Bom, a resposta, de fato não poderia ser diferente. De fato, nestas postagens ela não esta diretamente sendo abordada, como já perceberam. Mas sua presença é de fato constante, pois jamais podemos esqueçer que além dela ser a SENHORA DO RONKÓ, ela é a SENHORA DA MATERNIDADE, DA FECUNDIDADE. Bem como, através de seu útero, todo e qualquer ORIXÁ nasce e vem nos agraciar com sua presença em nosso plano astral.

Então, assim percebemos que para um ABIÃN que se prepara para dar início a toda uma trajetória junto à sua INICIAÇÃO. Como todo o YAWÔ, obrigatoriamente deve passar por suas devidas obrigações. OXUM, se faz sempre presente, pois é aos seus cuidados que uma pessoa lhe é entregue para que a GRANDE jornada ESPIRITUAL aconteça.

BY ÌYÁ LIANE T' YEMANJÁ


Ori, o orísa que ele abençoe nossas vidas ! 

Que sempre possa ser louvado !

Asé ! Um xero ! 
Ìyá Liane Ty Yemonjá
Ori ô ! 

ORI O ORIXÁ PESSOAL 

Ori 

ORI MI O! 

SE RERE FUN MI! 

MEU ORI! 

SE ALEGRE COMIGO! 

Para termos idéia quanto a importância e precedência do ORI em relação aos demais ORISA, um Itan do ODU OTURA MEJI, ao contar a história de um ORI que se perdeu no caminho que o conduzia do ORUN para o AIYE, relata: “… OGUN chamou ORI e perguntou-lhe, “Você não sabe que você é o mais velho entre os ORISA? Que você é o líder dos ORISA?’…” . Sem receio podemos dizer, “ORI mi a ba bo ki a to bo ORISA”, ou seja, “Meu ORI, que tem que ser cultuado antes que o ORISA” e temos um oriki dedicado à ORI que nos fala que "Ko si ORISA ti da nigbe leyin ORI eni”, significando, “… Não existe um ORISA que apoie mais o homem do que o seu próprio ORI…”. 

Quando encontramos uma pessoa que, apesar de enfrentar na vida uma série de dificuldades relacionadas a ações negativas ou maldade de outras pessoas, continua encontrando recursos internos, força interior extraordinária, que lhe permitam a sobrevivência e, inclusive, muitas vezes, mantém resultados adequados de realização na vida , podemos dizer, “ENIYAN KO FE KI ERU FI ASO, ORI ENI NI SO NI”, ou seja, “as pessoas não querem que você sobreviva, mas o seu ORI trabalha para você”, trazendo, essa expressão, um indicador muito importante de que um ORI resistente e forte é capaz de cuidar do homem e garantir-lhe a sobrevivência social e as relações com a vida, apesar das dificuldades que ele enfrente. 

Esta é a razão pela qual o BORI, forma de louvação e fortalecimento do ORI utilizada em nossa religião, é utilizado muitas vezes, precedendo ou, até, substituindo um EBÓ. Isso se faz para que a pessoa encontre recursos internos adequados, esta força interior de que falamos, seja à adequação ou ajustamento de suas condições frente às situações enfrentadas, seja quanto ao fortalecimento de suas reservas de energia e consequente integração com suas fontes de vitalidade. 

ORI em yorubá tem muitos significados – o sentido literal é cabeça física, símbolo da cabeça interior (ORI INU). Espiritualmente, a cabeça como o ponto mais alto (ou superior) do corpo humano representa o ORI

Enquanto ORISA pessoal de cada ser humano, com certeza ele está mais interessado na realização e na felicidade de cada homem do que qualquer outro ORISA. Da mesma forma, mais do que qualquer um, ele conhece as necessidades de cada homem em sua caminhada pela vida e, nos acertos e desacertos de cada um, tem os recursos adequados e todos os indicadores que permitem a reorganização dos sistemas pessoais referentes a cada ser humano. Reforçando esta questão temos um oriki que nos diz 

“ORI lo nda eni 

Esi ondaye ORISA lo npa eni da 

O npa ORISA da 

ORISA lo pa nida 

Bi isu won sun 

Aye ma pa temi da 

Ki ORI mi ma se ORI 

Ki ORI mi ma gba abodi” 

TRADUÇÃO 

“ORI é o criador de todas as coisas 

ORI é que faz tudo acontecer, antes da vida começar 

É ORISA que pode mudar o homem 

Ninguém consegue mudar ORISA 

ORISA que muda a vida do homem como inhame assado 

AYE*, não mude o meu destino 

Para que o meu ORI não deixe que as pessoas me desrespeitem 

Que o meu ORI não me deixe ser desrespeitado por ninguém Meu ORI, não aceite o mal.”

OLHOS DE OXALÁ - EVENTOS E DIVULGAÇÕES

Amados (as) irmãos (ãs) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ. Boa tarde.

Muito sabemos que a união de fato faz a força, e nesta realidade, temos de caminhar e participar daquilo que nossa RELIGIOSIDADE tem a nos oferecer.

Eventos, cursos, palestras, seja o evento que for, sempre é bom participar e estar sempre por dentro de tudo que esta sendo feito. Pois no bem da verdade, somente podemos revindicar direitos, se é que esta é a expressão correta, unidos em mente, corpo e coração. Mas válido também lembrar que o exemplo e testemunho pesam e muito para alcançar vitórias.

Então vamos ver o que estamos tendo como programações para estes dias a fim de podermos nos interagir e participar: