sexta-feira, 27 de abril de 2012

A LINHA DOS BOIADEIROS DE OGUM


Ogum na Umbanda é São Jorge, ou como os umbandistas chamam São Jorge Guerreiro. As lendas de S. Jorge remontam da época das Cruzadas; sua armadura foi levada da Capadócia para a Inglaterra, de onde é padroeiro.

Segundo as lendas, ele teria sido um destemido guerreiro, um vencedor de batalhas, de dragões e protetor de fracos e oprimidos. Por sua personalidade forte de guerreiro, sendo conhecido pelos seus fiéis como "santo forte", "vencedor de demandas", "general da Umbanda", etc.

São Jorge é extremamente popular e, através de sua sincretização com Ogum, tornou-se o padroeiro da guerra e da tecnologia, simbolizando todo aquele que trabalha nas linhas de frente, abrindo novos caminhos e alargando fronteiras.

É fácil entender o porque da grandeza de Ogum, já que ele foi o escolhido, pelo Criador, para ser o comandante de todos os Imalés. Ogum é o rei do ferro e protetor de todos os que venham a trabalhar com instrumentos metálicos. Conhecido e festejado na África como padroeiro da Agricultura.

Na Umbanda, Ogum continua comandante (Tata) e guerreiro invencível. Se na África seus sete nomes coincidem com os das sete cidades que formavam o reino de Irê, na Umbanda eles se tornaram as falanges que seguem :

a) Ogum Beira-Mar - age nas orlas marítimas;
b) Ogum Yara - age nos rios;
c) Ogum Rompe-Mato - age nas matas;
d) Ogum Malê - age contra todo o mal;
e) Ogum Megê - age sobre as almas;
f) Ogum De Lei - age junto com a justiça;
g) Ogum de Ronda - age nas ruas, do lado de fora das porteiras;

E pra cada falange, atuando em uma região ou em conjunto com alguma força. A incorporação de Ogum é fácil de se perceber: 

Seus filhos tomam uma forma militar com os ombros retos, peito estufado, andar ereto e com a mão ou dedo esticado acima da cabeça.
Cor: Vermelho e branco
Planta: Espada de São Jorge e palmas brancas e vermelhas
Guia: contas de cristal vermelha e branca, dependendo da falange podem ter maior predominância de uma cor do que de outra.
Local: Estradas, limites, beira de trilhos do trem.
Saudação: Ogum Inhê! Patacori Ogum!

Boiadeiros

Os espíritos que se manifestam formando a linha dos Caboclos boiadeiros são aguerridos, valorosos, sisudos, de poucas palavras, mas de muitas ações.

Apresentam-se como espíritos que, quando viveram no plano material, eram tocadores de boiada, pastoreadores, etc.

O laço e o chicote são seus instrumentos mágicos de trabalhos espirituais e só eventualmente usam colares de semente ou pedras.

Os seus pontos cantados sempre aludem a bois e boiadas, a campos e viagens.

São combativos e muitos, senão todos, entram na “quimbanda” para combaterem e cortarem magias negativas.

Então temos a figura do mítico peão sertanejo, do tocador de gado, como arquétipo para espíritos manifestarem-se e, usando dos seus conhecimentos ocultos, auxiliarem as pessoas nos momentos mais difíceis de suas “travessias” pela evolução na matéria.

O arquétipo é forte, impositivo, vigoroso, valente e destemido, impressionando os desconhecedores dessas nuanças entre as linhas de Umbanda.

A linha de boiadeiros é sustentada em um dos seus mistérios por Ogum, e a alusão aos cavalos, ao tocar da boiada, ao laçar e trazer de volta o boi desgarrado do rebanho, atolado na lama, o arrastado pelos temporais, o que se embrenhou nas matas, o que foi atravessar os rios e foi arrastado pela correnteza, etc., tudo tem a ver com o trabalho realizado por esses destemidos espíritos boiadeiros de Umbanda.

Cavalos: filhos de Fé
Boi: espírito acomodado
Boiada: grande grupo de espíritos desgarrados reunidos por eles e reconduzidos lentamente às suas sendas evolucionistas
Laçar: recolher à força os espíritos rebelados
Atolado: espíritos que afundaram nos lamaçais e regiões astrais pantanosas
Açoitados pelos temporais: eguns caídos nos domínios de Iansã e do tempo. Por isso os “temporais inclementes”
Açoite ou chicote: instrumento mágico de Iansã feito com fios de crina ou de rabo de cavalo
Laço: instrumento do tempo e tem a ver com as ondas espiraladas de Iansã
Bois afogados em rios: espíritos caídos nas águas profundas das paixões humanas
Bois arrastados pelas correntezas: espíritos arrastados pelas correntezas turbulentas da vida
Bois que se embrenharam nas matas e se perderam: espíritos que entraram de forma errada nos domínios de Oxóssi
Bois atolados em lamaçais: espíritos caídos nos domínios de Nanã Buruquê
Bois perdidos nos pantanais: espíritos que abandonaram a segurança da razão e se entregam às incertezas das emoções

Boiadeiros são espíritos que conduzem de volta às pastagens tranqüilas e seguras os “bois” que se “desgarraram” e se desviaram da grande corrente evolucionista humana.

É para buscá-lo de volta e reincorporá-los, mesmo que à força (o laço e o chicote), que os boiadeiros (Caboclos de Ogum ligados ao Tempo) existem. Eles não são só espíritos de ex-vaqueiros ou ex-peões. Eles são grandes resgatadores de espíritos rebelados contra a Lei Maior porque não aceitam os “cabrestos” ou as “peias” criadas por ela para educar os "cavalos e bois” chucros e arredios, difíceis de serem domados e domesticados.

O simbolismo por alusão é tão associado à lida com o gado e com suas dificuldades que, ou interpretamos corretamente ou muitos desavisados ficarão com a impressão de que eles são só espíritos de ex-peões tocadores de gado no plano material.

• Ogum é o senhor das demandas
• Iansã é a senhora dos eguns (espíritos)
• Logunan é a senhora do Tempo cronológico
No tempo, em que tudo acontece (a evolução), esses Caboclos de Ogum demandam com suas forças das trevas pela libertação e reerguimento consciencial dos espíritos amparados pela nossa divina Mãe Iansã.
A linha de boiadeiros é uma linha transitória criado por Ogum e outros Orixás para que todos os Exus de Umbanda, assim que evoluam, possam galgar um novo grau de trabalhos espirituais.

Guias: Boiadeiro
Mistério sustentador: Mãe Iansã, Pai Ogum e Logunan
Cor: Azul escuro, amarelo e preto
Erva: Bambu, arruda e peregum
Frutas: Abacaxi, carambola, limão (frutas acidas)
Saudação: Maromba jetuá!

Bebida: Pinga e cerveja
Elemento: Pólvora, pedras (hematita, granada, turmalina preta, ônix preto)
Fumo: Cigarro de filtro vermelho, de palha e charuto
Velas: Azul escuro, amarelo e preto
Flores: Cravo vermelho
Semente: Anis estrelado e olho de boi
Alimento: Farofa, mandioca, carnes e pimenta

Atua: Colhendo espíritos perdidos no tempo (fora da Lei)

OS ERÊS NA LINHA DE OGUM



As Entidades Espirituais que incorporam em nossos terreiros de Umbanda com o arquétipo infantil e que formam a Linhas das Crianças, Erês ou Ibejada são representantes da alegria, da sinceridade, da inocência e de tudo que é puro, no entanto, essa Linha, e toda sua potência, é pouco conhecida pelos próprios umbandistas que, na maioria das vezes, só as vêem como crianças peraltas ou submissas. 

Conseqüentemente os trabalhos religiosos com essa Linha ficam cada vez mais distantes dos terreiros ou ainda ligadas somente ao sentido da festa, das guloseimas, da bagunça e da extravagância em todos os sentidos.

Na realidade essas Entidades são Seres Espirituais mestres nos conceitos do Bem e do Puro e muito ajudam para evolução moral dos médiuns ensinando que a única forma de se levar vantagem é sendo puro, como é a criança, também não admitem a mentira nem a maldade. 

Os filhos de Ogum, como também são conhecidos, têm a presença mais alegre da Umbanda, trazendo sempre renovações e esperança, reforçando a natureza pura e ingênua dos seres humanos. É a linha que mais cativa as pessoas pelo ar inocente que traz na face do médium.

Saiba que é brincando e rindo que efetuam maravilhosos trabalhos de descarga fluídica, aliás, é no sacudir dos braços e pernas que atiram seus fluidos naturais afastando, assim, espíritos de baixa vibração que estejam prejudicando as pessoas. Com esses movimentos também desagregam energias densas enraizadas no corpo astral e áurico que proporcionam doenças no corpo e na alma.

A fala com as ‘Crianças’ é sempre cheia de brincadeiras e de “ingenuidade”, no entanto são profundas, sábias e altamente reveladoras, mesmo porque o que mais estimulam em nós é o autoconhecimento. Além disso, uma das suas maiores capacidades é nos fazer rir e é nesse riso contagiante que “eles” curam nossas amarguras.

PRETOS VELHOS DE OGUM

PRETOS VELHOS - QUEM SÃO ELES?



Preto-velho na Umbanda, são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".


Forma de trabalho

A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.

CARACTERISTICAS:

Irradiação

Todos os Pretos-Velhos vem na linha das Almas, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente.

Fios de Contas (Guias)

Muitos dos Pretos-Velhos Gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda.

Roupas

Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Pretas-Velhas às vezes usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Pretos-Velhos às vezes usam chapéu de palha.

Bebida

Café preto, vinho tinto, vinho moscatel, cachaça com mel (às vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).

Sua data
Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura.


Pontos cantados

Congo, Rei Congo

Cadê preto-velho ?
Vamos trabalhar na linha de Congo
Arrio na linha de Congo
é de Congo, é de Congo aruêe
Arrio na linha de Congo
Agora que eu quero ver
Salve Congo
Salve Rei Congo Salve os filhos de Iansã
Salve São Jorge gerreiro
Salve São Sebastião...


Os pontos servem para saudar a presença das entidades, diferentemente do que geralmente se pensa, não foram feitos para chamar, mas sim para agradecer a presença, como um "Olá".

Falange de Preto Velho.

1 – Falange da Costa (Rei Cambinda)

2 – Falange de Congo (Rei Congo)

3 – Falange de Angola – (Pai Joaquim)

4 – Falange de Guiné (Pai Guiné)

5 – Falange de Moçambique (Pai Gerônimo)

6 – Falange de Luanda (Povo Oriente – Pai José)

7 – Falange de Bengala (Povo do Espaço – Pai Tomé)



Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram:

• Congo_ Ex: (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;

• Aruanda_ Ex: (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu);

• D´Angola_ Ex: (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;

• Matas_ Ex: (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;

• Calunga, Cemitério ou das Almas_ Ex: (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;

Entre diversas outras nominações tais como: _Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc...

Muitos Pretos Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Pretos Velhos.

Sua vibração de Orixá

PRETO-VELHO DE OGUM

São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes. São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas característica pois Ogum característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.


PONTO DE OGUM NA UMBANDA SAGRADA


PONTO RISCADO DE OGUM

Ogum pertence ao Plano 3 da Umbanda. É o Orixá guerreiro, que faz cumprir a justiça ditada por Xangô, combate as demandas, e é um Orixá muito belicoso.

Elemento e força da natureza: todos os metais, siderurgia, etc..

Dia da Semana: terça-feira
Chakra atuante: solar ou solear
Planeta regente: Marte
Nota musical: mi
Cor vibratória: laranja
Cor representativa: vermelho (roupas, etc.)
Cor da guia (colar): vermelho e branca
Saudação: Ogum-Iê
Negativo: Exu Tranca-ruas
Amalá: feijão fradinho, lombo e lingüiça
Otí: cerveja branca
Local de entregas: praia, campina ou estrada de ferro

A representação de pontos riscados é feita por espadas:



a) A espada do vértice do triângulo só é usada para demandas ou cobranças rápidas e de perto.
b) A lança do ângulo b, só é usada para demandas ou cobranças longas, demoradas e distantes.
c) A espada do ângulo c, é usada exclusivamente para apresentação, sendo também chamada de espada de desfile.
Pelo exposto, Ogum tem duas armas de ataque e uma de apresentação, e como proteção, usa Capacete (Elmo) e Escudo.