terça-feira, 13 de novembro de 2012

COLETÂNEA OXÓSSI - RESUMO DOS PRÓXIMOS TEMAS ABORDADOS


O dia de Oxóssi é a quinta-feira, dia igualmente consagrado a outras divindades da floresta. 

Costuma ser sincretizado com São Jorge na Bahia, e São Sebastião no Rio de Janeiro. 

Os filhos de são extremamente rígidos, exigentes no cumprimento fiel das obrigações do santo e castiga aqueles faltam com a palavra e os devotos que se esquecem das cerimônias. Seu relacionamento com os iniciados, portanto, segue o padrão de austeridade e inflexibilidade que marcam todo seu arquétipo e suas lendas. 

A sua dança numa festa litúrgica repete a gesticulação de uma pessoa na caçada. Pois os filhos do orixá, quando incorporados, parecem, mesmo no terreiro, estar cautelosamente à espreita de um animal, vasculhando o chão em busca de rastros de animais, se movimentam sem fazer barulho, retesam o arco e atiram a flecha. 

Sua única expansão é o grito de alegria quando o alvo é alcançado – o que miticamente sempre acontece, pois a pontaria de Oxóssi é perfeita.

COLETÂNEA OXÓSSI - ORAÇÃO A OXÓSSI, NA UMBANDA



Meu pai Oxóssi! 

Vós que recebestes de Oxalá o domínio das matas, de onde tiramos o oxigênio necessário á manutenção de nossas vidas durante a passagem terrena, inundai os nossos organismos coma vossas energia, para curar de nossos males! 

Vós que sois o protetor dos caboclos, dai-lhes a vossa força, para que possam nos transmitir toda a pujança, a coragem necessária pra suportarmos as dificuldades a serem superadas! 

Dai-nos paz de espírito, a sabedoria para que possamos compreender a perdoar aqueles que procuram nossos Centros, nosso guias, nossos protetores, apenas por simples curiosidade, sem trazerem dentro de si um mínimo da fé. 

Dai-nos paciências para suportarmos aqueles que se julgam os únicos com problemas e desejam merecer das entidades todo o tempo e atenção possível, esquecendo-se de outros irmãos mais necessitados! 

Dai-nos tranqüilidade para superarmos todas as ingratidões, todas as calúnias! 

Dai-nos coragem para transmitir uma palavra de alento e conforto aqueles que sofrem de enfermidades para quais, na matéria, não há cura! 

Dai-nos força para repelir aqueles que desejam vinganças e querem a todo custo magoar seus semelhantes! 

Dai-nos, enfim, a vossa proteção e a certeza de que quando um caboclo, num gesto de humildade, baixar até nós, ali estará a vossa vibração! 

Muito Axé!

COLETÂNEA OXÓSSI: OS MOTIVOS QUE SE FAZ CONHECER


Oxóssi é o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.

O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente do pólo positivo da linha do Conhecimento.

O Orixá Oxóssi rege o pólo positivo e a Orixá Obá rege o pólo negativo.

Divindade da caça que vive nas florestas. Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado Ofá, e um rabo de boi chamado Erukere. Em algumas lendas aparece como irmão de Ogum e de Exú. 

Oxossi é o rei de Keto, filho de Oxalá e Yemanjá. É o Orixá da caça; foi um caçador de elefantes, animal associado à realeza e aos antepassados. Diz um mito que Oxossi encontrou Iansã na floresta, sob a forma de um grande elefante, que se transformou em mulher. Casa com ela, tem muitos filhos que são abandonados e criados por Oxum. 

Oxossi vive na floresta, onde moram os espíritos e está relacionado com as árvores e os antepassados. As abelhas pertencem-lhe e representam os espíritos dos antepassados femininos. Relaciona-se com os animais, cujos gritos imita a perfeição, e caçador valente e ágil, generoso, propicia a caça e protege contra o ataque das feras.

Orixá das matas, seu habitat é a mata fechada, rei da floresta e da caça, sendo caçador domina a fauna e a flora, gera progresso e riqueza ao homem, e a manutenção do sustento, garante a alimentação em abundância, o Orixá Oxossi está associado ao Orixá Ossaê, que é a divindade das folhas medicinais e ervas usadas nos rituais de Umbanda.

Irmão de Ogum, habitualmente associa-se à figura de um caçador, passando a seus filhos algumas das principais características necessárias a essa atividade ao ar livre: concentração, atenção, determinação para atingir os objetivos e uma boa dose de paciência. 

O mito do caçador explica sua rápida aceitação no Brasil, pois identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros sobre a mata ser região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos igualmente arraigados na Umbanda popular e nos Candomblés de Caboclo, um sincretismo entre os ritos africanos e os dos índios brasileiros, comuns no Norte do País.

COLETÂNEA OXÓSSI - A DIFUSÃO DO CULTO NA AMÉRICA


Um dos Orixás muito conhecido na África, mas é bastante difundido no Brasil, em Cuba e em outras partes da América; onde a cultura iorubá prevaleceu. 

Isso deve-se pelo fato da cidade de Kêtu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII. Os seus habitantes, muitos consagrados a Oxóssi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse fato possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé. 

Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo diz: a origem da dinastia. A ele, são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Onílé. O dono da Terra, pois na África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes. 

Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana. A própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido. 

A coleta e a caça são formas primitivas de busca de alimento. São os domínios de Oxóssi. Orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência. 

Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza. 

Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história através de um de seus itans: esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. 

Oxóssi é o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição. 

Na África, os caçadores que geralmente são os únicos na aldeia que possuem as armas, têm a função de guardar a tribo, são chamados de Oxô, que significa guardião. Oxóssi também foi um Òsó, mas foi um guardião especial, pois salvou seu povo do terrível pássaro das Iyá-Mi. 

Outras histórias relacionadas com Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis. 

Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim (Òsanyìn), com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro e senhor de todas as folhas, mesmo tendo que se sujeitar aos seus encantamentos. 

A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká, a jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore. 

A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou orixá. Tal como Xangô, Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita nela.