quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - A ESTRUTURA - PARTE III


Como todas as religiões, se baseiam na crença de divindades subalternas — Òrìsà, e na fé de um Ser Supremo — Olórun —, na existência e sobrevivência da alma Èmí Kéhìn, na reencarnação — Àtunwa, no mérito — Ìwà —, e no demérito — Enikeni — das ações humanas. São verdades encontradas em qualquer religião. 

O exercício dos atos da religião — Èsin — é determinado pelo culto — Ìborìsà. Para expressar suas convicções criam-se os símbolos e insígnias — Àmi (n) — como objeto de crença, aliados a cânticos — Orin — e danças — Ijó — como forma de demonstrar seus sentimentos. Esses símbolos, por analogia, sintetizam histórias das divindades cultuadas e seus atributos, juntamente com outros elementos extraídos da natureza. Relacionamos alguns deles: 

Òkúta Òrìsà — pedras colhidas e devidamente selecionadas para compor os assentamentos das divindades, mediante banhos de ervas, sacrifícios e cânticos que irão produzir a energia necessária. 

Ìko — é a palha-da-costa, um tipo de ráfia extraída de uma palmeira africana — Igi Ògòrò, que, dentre as diversas finalidades, é utilizada na confecção do capuz que cobre o corpo de Omolu para esconder suas doenças da pele e que é denominado de Fìlà. 

Òfà — é a representação do arco e flecha, feito em metal, indicando funções caçadoras das divindades que o têm como símbolo, como Òsóòsì, Lógun e Iyewa. 

Ìrùkéré — literalmente, cauda pequena, feita dos pêlos do rabo do touro ou do boi, utilizado por Yánsàn, que o agita no sentido de afastar os maus espíritos desencarnados. Um outro modelo denominado Ìrùesin, feito do rabo do cavalo, é mais comprido e utilizado por Òsóòsì, para afastar os maus espíritos das florestas. 

Ìdá ou Adá — alfanje feito de metal, usado pelas divindades com características guerreiras, como Ògún e Yánsán. 

Osé — símbolo de Sàngó, representação de um machado com corte duplo, numa indicação das diferentes e imprevisíveis direções que os raios tomam no espaço. 

Bílala — pequeno chicote feito de tiras de couro com que Ibúalámo(n), bate em seu corpo, mostrando as peles de couro que são de animais selvagens, e não de animais domésticos com que está paramentado. 

Iba — miniaturas de pequenos símbolos, como pente, colher, coração, peixe, facão, ave, etc. presos numa corrente dourada ou de ouro, que faz parte do assentamento de Òsun, como forma de ativar suas energias.

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