Muito se tem falado da beleza num geral. Mas não se tem verificado a verdadeira noção de que cada pessoa tem sua beleza própria, seja oriental, seja europeia, seja ameríndia, seja negra. A beleza é de fato UNIVERSAL.
Por vezes existe nas pessoas ou nas coisas um charme invisível, uma graça natural que não pode ser definida, a que somos obrigados a chamar o «não sei o quê» Parece-me que é um efeito que deriva principalmente da surpresa.
Sensibiliza-nos o fato de uma pessoa nos agradar mais do que deveria inicialmente e somos agradavelmente surpreendidos porque superou os defeitos que os nossos olhos nos mostravam e que o coração já não acredita.
Esta é a razão porque as mulheres feias possuem muitas vezes encantos que raramente as mulheres belas possuem, porque uma bela pessoa geralmente faz o contrário daquilo que esperávamos; começa a parecer-nos menos estimável.
Depois de nos ter surpreendido positivamente, surpreende-nos negativamente; mas a boa impressão é antiga e a do mal, recente: assim, as pessoas belas raramente despertam grandes paixões, quase sempre restringidas às que possuem encantos, ou seja, dons que não esperaríamos de modo nenhum e que não tínhamos motivos para esperar.
Os encantos encontram-se muito mais no espírito do que no rosto, porque um belo rosto mostra-se logo e não esconde quase nada, mas o espírito apenas se mostra gradualmente, quando quer e do modo que quer; pode esconder-se para surgir de novo e proporcionar essa espécie de surpresa que constitui os encantos.
— com Rusalia Giorgia.
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