ETIMOLOGIA
Não encontramos registros de formação do nome "OGUM". Diz a lenda que era filho de ODUDUÁ, Rei da cidade de IFÉ. ODUDUÁ foi um guerreiro notável e OGUM herdou de seu pai essa característica de guerreiro insaciável e quando partia para suas conquistas não dava a mínima chance aos adversários.
Inúmeras lendas entre os Iorubás e Nagôs, apresentam sempre o Orixá como conquistador invencível e que após ter vencido todas as batalhas em que tomou parte, abaixou em seu sabre em direção ao solo, furando-o e abrindo um orifício por onde desapareceu, dizendo antes algumas palavras (que não podem ser repetidas), porque no curso de uma batalha se pronunciadas como pedido de socorro, OGUM vem imediatamente para ajudar.
É o Orixá dos ferreiros e todos que utilizam o ferro em seus trabalhos. É representado por instrumentos de ferro forjado envolvidos por franjas formada por folhas de palmeira desfiadas chamadas de Maruwô pelos Iorubanos e de Azan pelos Fons. A presença destas franjas em uma porta de entrada ou em um caminho, serve para evocar OGUM e espantar as más influências; quando colocadas mais próximas ao solo é para impedir a passagem e passar por cima das franjas é sujeitar-se à cólera do Orixá.
OGUM é o Orixá que julga, examina os problemas e dá seu parecer, fornecendo os elementos necessários para que XANGÔ, possa exercer a justiça. É o guerreiro valente, que enfrenta a luta do dia-a-dia sem receio e capaz de reverter uma derrota em vitória.
Há um estreito relacionamento entre OGUM com EXÚ, que se encontram nas encruzilhadas da vida, abrindo caminhos e expurgando as vibrações negativas para que possamos nos orientar na busca da luz. E quando as situações vivenciais não nos apontam qualquer perspectiva é a OGUM que recorremos para nos livrar da adversidade.
Nas aberturas dos trabalhos rituais, após a evocação de EXÚ, a saudação se faz a OGUM. São os nossos guardiães e principais responsáveis pela segurança espiritual dos Templos.
Na Umbanda, é um Orixá muito solicitado e querido por seus filhos.
Suas falanges, são imensas e trabalham abrangendo uma extensa área vibratória e dependendo da tarefa a que estão se dedicando poderão atuar junto ás matas - OGUM ROMPE-MATO; com a falange das Almas - OGUM MEGÊ; no mar - OGUM BEIRA-MAR, etc.
Sincretizado no Rio de Janeiro, com São Jorge, é muito popular e festejado no dia 23 de Abril, onde os Templos Umbandistas reverenciam o Grande Orixá até mesmo prestando honras militares. Ao alvorecer do dia 23 de Abril, o Orixá é saudado com toques de clarim em alvorada e salvas de fogos e os festejos se estendem por todo o dia.
Quando incorporado em seus filhos, possui uma coreografia toda especial, é como estivesse esgrimindo a espada numa luta simbólica com outro OGUM. Representa a luta pela própria vida.
Seus cânticos (pontos de umbanda), têm a cadência das marchas militares e fazem a apologia das batalhas em que o Orixá, teria participado. Retratam os seus feitos guerreiros inigualáveis.
Os ILÚS (Atabaques), rufam e acompanham os cânticos dedicados ao Guerreiro Invencível, com a vibração e o ritmo dos tambores militares.
É o Orixá que tem sob sua responsabilidade a força magnética que atua no planeta Terra. O equilíbrio magnético de nosso mundo, o armazenamento desta energia nos grandes depósitos minerais com a predominância do metal ferro, a sua liberação gradual quando solicitada dos seres encarnados ou não, e todas as demais inúmeras aplicações das forças magnéticas são de atuação do Orixá OGUM.
SINCRETISMO
Na Bahia - Santo Antônio
No Rio de Janeiro - São Jorge
DIA DA SEMANA - Terça-Feira
CONTAS -
Em Nação: Azul Rei, Verde Claro, Azul Royal, Azulão, Verde Escuro; Umbanda: Vermelhas
FLORES - Vermelhas (Crista de Galo)
MINERAL - Ferro
FRUTAS - Cajá; Manga; Côco, etc
COMIDA - Inhâme; Camarão seco no dendê; Inhâme cozido enfeitado com talos de dendezeiro; Farofa de Inhâme picado com mel, etc
BEBIDAS - Em Nação: Vinho de palma; Na Umbanda: Cerveja Branca (O vinho de palma é extraído da palmeira Igi oguro)
SÍMBOLO - Espada (Adaga)
SAUDAÇÃO - PATAKORI OGUM
INFLUÊNCIA DO ORIXÁ SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)
POSITIVAS - Quando prevalece a vibração do Orixá: São corajosos, intrépidos, ordeiros, elegantes, etc.
NEGATIVAS - Quando prevalece o livre arbítrio negativo: São arrogantes, indisciplinados, ciumentos, covardes, etc.
OGUM, O Guerreiro Invencível, o Orixá protetor dos viajantes, estenda a sua vibração até nós para que possamos caminha na estrada da vida no cumprimento tranquilo de nossa tarefa cármica.
PATAKORI OGUM!