quinta-feira, 7 de março de 2013

COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - INICIAÇÃO DE EKEDJIS E OGÃNS


Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi, normalmente são pessoas escolhidas pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa. Serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a (o) Ialorixá/Babalorixá estiver em transe. 

Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogãn ou da Ekedi na festa. 

Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes. 

Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Quelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê. 

Normalmente o Ogan e a Ekedi não cumprem o mesmo resguardo do Iaô, por não ter realizado todos os preceitos necessários ao último. Quando iniciados, equivalem ao Ebômi em idade de santo, tendo portanto os 7 anos de idade perante os Iaôs.

OBS: Com esta postagem, daremos início aos assuntos referentes aos PAIS OGÃNS, a partir de amanha. Não percam.

COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - TESTEMUNHO DE EKEDJI CÉLIA T'OSUN

Motumbá meus (minhas) irmãos (ãs) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ

Aqui estamos postando um TESTEMUNHO DE FÉ proveniente do grande exemplo de vida e dedicação aos ORIXÁS: EKEDI CÉLIA T' OSUN.




COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - EKEDJI, MAKOTA

BY DOFONO WALLACE T' YEMONJÁ 



A Ekedj em seu papel de Mãe exerce a função de Dama de honra do Vodun regente da Casa. É dela a função de zelar, acompanhar, dançar, cuidar das roupas e apetrechos do Vodun da casa além dos demais Voduns dos filhos e até mesmo dos visitantes. Atua sempre ao lado do Vodun e que também cuida dos objetos pessoais do babalorixá ou Yalorixá. 

O cargo de Ekedj é muito importante, pois será ela a condutora do Vodun incorporado no Abassá (sala de festividades) e dela a responsabilidade de recolhê-los e "desvirá-los", observando as condições físicas daqueles que desviraram. O procedimento para se tornar uma Ekedj é o seguinte: primeiramente ela é apresentada - não suspensa como Ogã - e logo depois será confirmada com as obrigações de acordo com cada Nação. 

Lenda Djeje de como surgiu a primeira Ekedj: 

Olissá criou a d’angola , quando habitantes de uma aldeia estavam sendo assombrados por Ikú , que por ordem do grande rei pegaram uma galinha preta e pintaram com efun , e quando Ikú viu aquele animal estranho fugiu assustado e nunca mais voltou. 

Aziri pegou então a d’angola que passou a ser um animal sagrado e fez dela seu primeiro Yao. 

Até que um dia Aziri resolveu fazer em sua mucama e assim foi criado o primeiro vodunci que mais tarde se tornaria uma sacerdotiza. 

Vendo que a noticia se espalhara depressa e que os outros voduns fariam o mesmo Aziri resolveu fazer uma reunião e consultou Orunmilá que convidou todos os voduns. 

Chegando a reunião Orunmilá ordenou que cada vodun escolhesse ainda no ventre da mãe uma criança para que ela fosse o sacerdote do vodun e que não virasse com nada . Já que se na terra fariam vduncis e mais tarde seriam sacerdotes quem zelaria por eles , se todos virassem com vodun quem olharia pela casa de santo por tudo , quem zelaria por eles voduns quando viessem no ori dos vodunces. 

Assim surgiu a primeira ekedji do ventre de uma mucama de Aziri.... 

Kolofé!

COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - SER UMA EKEDJI



Comumente, vemos pessoas do Santo, dizerem que Ekédi, não é um cargo alto dentro de uma casa de Candomblé. Estão enganados. Ser uma Ekédi é antes de tudo ser a eleita para cuidar dos Orixás da casa. 

Este cargo é de muito valor dentro das “roças” de Santo, e seu nome varia conforme a nação em que a pessoa foi feita. No Jêje ela é conhecida como Ekédi, já no Kêtu são chamadas de Ajoié na Casa Branca e de Iyárobá no Gantois. Na Nação Angola conhecem-nas como Makota. O termo Ekédi tem sua origem na nação Jêje como disse, mas se popularizou em todas as casas de Candomblé do Brasil. 

Dentro da hierarquia feminina do candomblé, este é o cargo mais conhecido, e muitas mulheres sentem ânsia em ter esse cargo, mas, somente as escolhidas podem ter acesso a este posto hierárquico. Elas não entram em transe, ou seja: não incorporam, mas nem por isso são menores que os rodantes, pois que, precisam estar acordadas para exercerem sua função. 

Dentro de uma casa de Santo onde se tem axé, Ekédi é chamada de mãe e tem o respeito dos demais como tal, afinal ela assiste todos os rituais que nós rodantes muitas vezes não assistimos pelo fato de estarmos manifestados por nosso Orixá. 

A importância de uma Ekédi é tanta, que a ela cabe o direito de dançar com o santo do zelador da casa, de enxugar seu rosto dentre muitas outras funções. É a Ekédi quem ajuda os Orixás a se vestirem, de cuidar das roupas de Santo e dos demais utensílios pertinentes a eles. Além de tudo isso, ela cuida dos pertences pessoais do Zelador da Casa. 

Este cargo é de suma importância dentro do Candomblé, afinal são as Ekédis que conduzirão os Orixás manifestados em seus filhos. E quando chega o momento desses Seres voltarem para sua morada, são as Ekédis quem e os recolhem e os desviram, cuidando ainda das condições físicas daqueles que cederam seus corpos para que nossos Encantados pudessem vir ao Oyê, Terra. 

Este cargo é, portanto, de uma grandiosidade incomparável dentro de uma casa de santo, mesmo porque, o babalorixá ou a yalorixá não dariam conta de atenderem a todos os requisitos dos Orixás, sem essas pessoas que são, seus verdadeiros Ministros. 

A complexidade de uma casa de Santo é muito maior do se pensa, e os rituais exigem muito das pessoas, principalmente no pertencente ao esforço físico, para que tudo esteja sempre ao contento e assim, os Orixás estejam plenamente satisfeitos. 

A Ekédi não é suspensa como o Ogã, ela é apresentada ao povo, e com sua cantiga própria,não podendo de forma alguma a mesma, ser usada para outra finalidade, e, quando seu Santo pede, ela então passa pelo processo de confirmação, dado que seu ritual de iniciação é diferente de todos os demais, mesmo dos Ogãs. 

Durante todo o período de festividade de uma “roça” vemos as mães Ekédis, ocupadas, de um lado para outro, garantindo que tudo esteja ao agrado tanto da Divindade como do zelador da casa, pois nada pode dar errado, caso contrário à vida da pessoa que está passando pela obrigação poderá ter sérias complicações. 

Mesmo seu vestuário se diferencia dos demais membros da casa. Em algumas casas como a Casa Branca, ela se veste com um vestido discreto e não de baiana, usa o fio de contas de seu Santo, e um pano da costa que geralmente é dobrado e posto no ombro. Nesta casa, ela também não tem o hábito de dançar no Xirê dos Orixás. 

Já em outras casas, e podemos considerar na grande maioria, ela se veste de baiana, mas com um certo toque de requinte, diferenciando-se das Yawôs e dança as cantigas que são entoadas em homenagem aos Orixás, toca o Adjá, e participa de forma ativa de todos os rituais litúrgicos. 

Porém, mesmo nas casas onde ela dança, se um Santo “virar”, ela imediatamente vai ao seu encontro, amparando e cuidando D’ele, para que se sinta amado e repeitado. Se não fossem as Ekédis, muita coisa nas casas de santo não poderiam ser feitas com a perfeição que são, porque até mesmo nas matanças, elas ali estão acudindo a todos, cuidando para que o Santo e o zelador estejam sempre amparados da melhor forma possível. 

Devemos às Mães Ekédis, um respeito maior do que se imagina, pois que, da mesma forma que os Ogãs, elas têm um contato com nosso Orixá de uma forma que Jamais teremos, dado que estamos incorporados por eles. São elas que conseguem identificar até mesmo na forma de um Orixá pisar se ele está mesmo satisfeito, se está alegre ou aborrecido. 

E, quando identificam um aborrecimento na Sagrada face de um Orixá, imediatamente tomam as medidas necessárias para que aquela Divindade sinta-se à vontade, alegre e feliz dentro daquela casa. 

Alguns que não merecem os Orixás costumam levantar calúnias contra nossas mães e até mesmo as abordarem com assuntos mundanos. Enganam-se e muito, pois elas são mães de nossos santos e eles as amam tanto que farão sim, a justiça sempre que verem que elas estão sendo sub julgadas ou desrespeitadas. 

Nada fazemos sem elas estarem presentes, pois que, nos acompanham em todos os rituais, desde os ebós do iniciado, até sua catulagem e matança. Em todos os seus atos de nascimento, elas ali estão, nos auxiliando e garantindo que tudo saia a contento daquele Orixá. 

Então, para aqueles que insistem em desrespeitar uma Ekédi, saibam que por mais velhos que possamos ser, temos mesmo que trocar de benção com elas, afinal, não têm culpa do cargo que seu Orixá traz.

COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - EKEDJI


Ekedi, Ajoiê e Makota nomes dados de acordo com a nação do candomblé, é um cargo feminino de grande valor, escolhida e confirmada pelo Orixá do Terreiro de candomblé (não entram em transe). 

Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e nos terreiros de Angola do candomblé Bantu, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. 

Dentre os cargos femininos na hierarquia do candomblé no Brasil, o mais conhecido é da Ekedi, como os ogans, elas não são possuídas por seu orixá de cabeça, ou seja não entram em transe, pois necessitam estar acordadas para atender as necessidades dos Orixás, Voduns ou Inkices para os quais foram devidamente preparadas para servir. 

A ekedi na maioria das casas também é chamada de mãe, exerce a função de dama de honra do Orixá regente da casa. É dela a função de zelar, acompanhar, dançar, cuidar das roupas e apetrechos do Orixá da casa, além dos demais Orixás, dos filhos e até mesmo dos visitantes. É uma espécie de “camareira” que atua sempre ao lado do Orixá e que também cuida dos objetos pessoais do babalorixá ou iyalorixá. 

O cargo de ekedi é muito importante, pois será ela a condutora dos Orixás incorporados no Egbê (barracão ou sala de festividades) e dela é a responsabilidade de recolhê-los e “desvirá-los”, observando as condições físicas daqueles que “desviraram”. Para se tornar uma ekedi, ela primeiramente é apresentada e não suspensa como o Ogan, e logo depois será confirmada, com as obrigações de Roncó. 

Vestuário 

Existe muita diferença de uma casa para outra e mesmo de uma nação para outra, na forma de se vestir. Na Casa Branca do Engenho Velho a ajoiê não usa roupa de baiana e nem dança na roda do xirê, o traje tradicional da ajoiê é um vestido discreto, um fio-de-contas e um pano da costa dobrado sobre um ombro ou na cintura. Sempre tem uma toalha ou tecido à mão para secar o rosto do filho-de-santo que está em transe, no dia a dia usa uma roupa de ração como todas as participantes do candomblé. 

Já em outras casas, vai depender do babalorixá ou iyalorixá deliberar o uso da roupa de baiana pelas ekedis. Em muitos candomblés de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo é muito comum encontrar ekedis vestidas de baiana e dançando na roda do xirê.

COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - ORIGEM DA PALAVRA DAOMÉ



A palavra DAHOMÉ, tem dois significados: Um está relacionado com um certo Rei Ramilé que se transformava em serpente e morreu na terra de Dan. 

Daí ficou "Dan Imé" ou "Dahomé", ou seja, aquele que morreu na Terra da Serpente. 

Segundo as pesquisas, o trono desse rei era sustentado por serpentes de cobre cujas cabeças formavam os pés que iam até a terra. 

Esse seria um dos significados encontrados: Dan = "serpente sagrada" e Homé = "a terra de Dan", ou seja, Dahomé = "a terra da serpente sagrada". Acredita-se ainda que o culto à Dan é oriundo do antigo Egito. 

Ali começou o verdadeiro culto à serpente, onde os Faraós usavam seus anéis e coroas com figuras de cobra. Encontramos também Cleópatra com a figura da cobra confeccionada em platina, prata, ouro e muitos outros adornos femininos. 

Então, posso dizer que este culto veio descendo do Egito até Dahomé. 

COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - NAÇÃO DJEJE-MARIN


Candomblé Jeje, é o candomblé que cultua os Voduns do Reino de Dahomey levados para o Brasil pelos africanos escravizados em várias regiões da África Ocidental e África Central. 

Essas divindades são da rica, complexa e elevada Mitologia Fon. Os vários grupos étnicos - como fon, ewe, fanti, ashanti, mina - ao chegarem no Brasil, eram chamados djedje (do yorúbà ajeji, 'estrangeiro, estranho', designação que os yorúbà, no Daomé atribuíam aos povos vizinhos. 

Introduziram o seu culto em Salvador, Cachoeira e São Felix, na Bahia, em São Luís, no Maranhão, e, posteriormente, em vários outros estados do Brasil. 

Mitologia 

Na Mitologia Fon os voduns na África são agrupados em "famílias" chefiadas por um vodun principal, ora representando um elemento ou fenômeno da natureza, ora da cultura. 

Familias Ji-vodun 

Na mitologia fon são os voduns do alto, muito respeitados no panteão vodun por estarem ligados ao ciclo das chuvas que possibilitam as colheitas, e é uma grande família cujo chefe é simplesmente chamado de Sô. 

Sô é filho de Aguê e Mawu e teve como parceira sua irmã gêmea Agbê, da qual nasceram os Sovi (filhos do fogo), os machos Heviossô, Aklonbé, Adjakatá, Gbadé, etc. e as fêmeas Sinmenu-Sogbô, Naeté, Aden, Keli, Gbewessú, etc., e a caçula mimada Avlekete. 

Todos eles representam aspectos da tempestade, produto do turbulento acasalamento concreto entre o fogo e a água. 

Pela ligação com as chuvas, os Ji-voduns participam do ciclo das águas e agrupam também ao redor de si os inúmeros voduns ligados a este elemento, entre os quais o principal e já mencionado Agbê, que é o chefe dos Tó-vodun, os voduns das águas (não confundir com Tô-vodun, ou vodun regional). 

Lissá, o camaleão que puxa os astros no céu com a corda transparente que sai de sua cloaca é também considerado um Ji-vodun. Tô-vodun Existem duas definições para Tô-vodun. Tanto podem ser um vodun cultuado por todos os habitantes de uma localidade, como sendo emblemático daquela localidade, independente dos laços familiares e tribais entre os habitantes; como também podem ser voduns cultuados por praticamente todos os adeptos da religião Fon. 

Neste caso, Legba, Fa, Gu, e talvez Agué, são tô-voduns. Algumas vezes essa atribuição pode ser estendida a voduns populares como Sakpatá, Dan, Lissá e Heviossô. Não se deve confundir Tô-vodun com Tó-vodun, ou voduns das águas, como Agbê, Sinmenu-Sogbô, Naeté, Avlekete, os Tohossu, etc. 

Ayi-vodun 

Os Ayi-vodun são os voduns da terra, considerados de extrema importância na mitologia fon por controlarem a fertilidade da terra, as doenças e a duração da vida, enfim, a própria morte. 

O chefe dos Ayi-vodun é o vodun Sakpatá o Rei do Mundo, senhor da terra e da varíola. 

A família deste vodun é numerosa e seu culto bastante disseminado entre os Ewe-fon, da mesma forma que o culto de Ayizan, também pertencente ao segmento dos Ayi-vodun, como também Dan e Dangbê. 

Aparentemente, os Ayi-vodun são os que tem mais iniciados dentro do culto vodun. Henu-vodun Os Henu-vodun são, segundo o Candomblé Jeje, voduns ligados a linhagens familiares particulares, das quais são considerados ancestrais míticos ou verdadeiros, chefiados por um tóhwyó, ou "patriarca". 

Quase todo Henu-vodun é também um hunvé, e sua iniciação pode ser acompanhada de peregrinações aos locais onde a tradição aponta como sendo onde o vodun passou em vida, aos hunkpame e santuários que quase invariavelmente existem nestes locais. 

A quantidade de voduns desta categoria são muitos, mas cada um possui um número límitado de cultuadores e iniciados, que se limitam aos membros da linhagem. 

Os nènsuhwe, voduns da linhagem real de Abomei, são uma sub-categoria especial de Henu-vodun. Pelo seu caráter muito especial, são poucos os Henu-vodun que chegaram à Diáspora. 

Na Casa das Minas em São Luís do Maranhão, se preservou o culto de vários nènsuhwe, e provavelmente o de Bosíkpón (Bossucó?), um atinmé-vodun tóhwyó da tribo dos ananuvi e dos akosuvi.