sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

ALGUMAS COMIDAS DE YEMANJÁ - PARTE II

EJÁ

Material Necessário: Peixe de Qualidade Vermelho Azeite Doce Camarão Seco Socado Cebola Ralada.

Maneira de Fazer:
Cozinha-se o peixe em refogado de azeite Doce com camarão seco socado e cebola.



DIBÓ


Material Necessário: Canjica Cozida Azeite Doce Camarão Seco Socado Cebola Ralada.

Maneira de Fazer:
Cozinha-se a canjica, tempera-se com azeite doce, camarão seco socado e cebola ralada.



Ebôya


Material necessário
Canjica Branca
Cebola ralada
Camarão Fresco
Camarão Seco (opcional)
Azeite Doce

Modo de Preparo

Cozinhe a canjica e retire do fogo em ponto de total cozimento, pois para essa receita a canjica deverá estar ao dente, porém inteira, sem se desmanchar. 

Após isso, refogue o azeite doce com a cebola ralada, sem que a cebola não escureça, pois o Ebôya é um prato de  aparência clara, devido a própria canjica. Após a cebola estar semi-dourada, despeje os camarões limpos e deixe-os corar até atingir um tom de cor avermelhado.

Junte a canjica cozida a esse refogado de cebola e camarão; misture bem e o prato estará pronto para servir.Ao invés de utilizar o sal, utilizado somente em casas de keto, adicione camarão-seco em pequena porção.

Para a decoração deste prato, em uma frigideira coloque um pouco de azeite doce e acrescente camarões freco e seco; tire antes que eles fritem. Despeje o Ebôya em uma travessa de louça branca e decore com os camarões banhados no azeite.



Observação: De preferência, lave a canjica e deixe-a de molho na água um dia anterior ao preparo do Ebôya.

Dicas: Para dar mais gosto de camarão a canjica – Ao descascar os camarões frescos, reserve a casca sem a cabeça e passe-as no liquidificador ou na centrífuga com um pouco de água. Peneire a casca triturada, e com esse caldo do camarão deixe a canjica de molho, dentro da geladeira, um dia anterior ao preparo do Ebôya.
O sabor do prato fica outro, pode apostar!!!



Referências
Cossard, Giselle Omindarewá, Awô, O mistério dos Orixás. Editora Pallas. Página 107.



MOQUECA DE SIRI


1 – INGREDIENTES  
  • 200 g de carne de siri
  • Cebola, tomate, coentro, e sal a gosto
  • Suco de 1 limão
  • Azeite de dendê
  • ½ xícara de leite de coco
  • Farinha de mandioca para o pirão 
2 – MODO DE PREPARO 
  • Refogar os temperos no azeite de dendê;
  • Acrescentar o suco de limão;
  • Juntar o siri e cozinhar;
  • No fim, juntar o leite de coco e apurar o caldo;
Tirar a carne e fazer o pirão com o caldo, usando a farinha de mandioca.



Cuscuz de Yemanjá


1 – INGREDIENTES 
  • 1 cebola grande picada
  • 2 dentes alho amassados
  • 4 tomates picados
  • Azeite de oliva
  • 1 lata de sardinha (limpar a sardinha se preferir)
  • Temperos a gosto (salsinha, cebolinha, pimenta vermelha e o que mais desejar)
  • 1 ovo cozido em rodelas
  • 1 vidro de palmito
  • 1 lata de milho em conserva
  • 1 lata de ervilha em conserva
  • 1½ xícara de farinha de milho em flocos
Para Decorar
  • 1 ovo cozido em rodelas
  • Azeitonas sem caroço
  • E o que mais desejar (pedaços de sardinha, camarão, etc) 
2 – MODO DE PREPARO 
  • Refogar a cebola e o alho no azeite de oliva;
  • Acrescentar o tomate e depois a sardinha, mexer;
  • Acrescentar 3 copos grandes de água e levar a fervura;
  • Acrescentar os temperos a gosto, 1 ovo cozido em rodelas, o palmito, a ervilha e o milho;
  • Misturar bem e acrescentar lentamente 1½ xicara de farinha de milho em flocos;
  • Mexer bem sem parar até soltar da panela;
  • Untar uma forma com azeite de oliva;
  • No fundo e nas laterais da forma espalhar os ingredientes da decoração;
  • Transferir a massa do cuscuz para a forma já untada e decorada, pressionando para compactar a massa;
Deixe esfriar e desenformar.

LENDAS DE YEMANJÁ

LENDA DA GARRAFA


 Iemanjá era filha de Olokum, deus (em Benim) ou deusa (em Ifé) do mar. Iemanjá foi casada com Orumila, deus da adivinhação mais tarde casou dom Olofin, Rei de Ifé, com que teve dez filhos, que correspondem a Orixás.

Iemanjá foge em direção a oeste, pois se cansara de Ifé. Olokum lhe dera uma garrafa contendo um preparado para usar se precisasse, ela deveria quebrar somente em caso de extremo perigo.

Iemanjá foi viver no entardecer da terra, o oeste Olofin Odùduà, Rei de Ifé, põe todo o seu exército a procura de sua mulher. Iemanjá cercada resolve quebrar a garrafa conforme lhe foi dito. No mesmo instante criou-se um rio levando Iemanjá para Okun, o oceano, lugar onde vive Olokun. 

Yemanjá e Okere


Odo Iyá Yemanjá Ataramagbá, ajajê lodô, ajejê nilê!
Iemanjá era a filha de Olokum, a deusa do mar. Em Ifé, ela tornou-se a esposa de Olofin-Odudua, com o qual teve dez filhos. Estas crianças receberam nomes simbólicos e todos tornaram-se orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos.

Cansada da sua estadia em Ifé, Iemanjá fugiu na direção do entardecer-da-terra, como os iorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá. Ao norte de Abeokutá, vivia Okere, rei de Xaki.
Iemanjá continuava muito bonita.

Okere desejou-a e propôs-lhe casamento. Ela aceitou mas, impôs uma condição, disse-lhe: Jamais você ridicularizará da imensidão dos meus seios.

Mas, um dia, ele bebeu vinho de palma em excesso. Voltou para casa bêbado e titubeante. Ele não sabia mais o que fazia, nem o que dizia.

Tropeçando em Iemanjá, esta chamou-o de bêbado e imprestável.
Okere, vexado, gritou: Você, com seus seios compridos e balançantes! Você, com seus seios grandes e trêmulos!

Iemanjá, ofendida, fugiu em disparada.

Okere, contrariado, queria impedir a fuga de sua mulher. Querendo barrar-lhe o caminho, ele transformou-se numa colina, chamada, ainda hoje, Okere, e colocou-se no seu caminho.

Iemanjá quis passar pela direita, Okere deslocou-se para a direita. Quis passar pela esquerda, Okere deslocou-se para a esquerda. Vendo assim bloqueado seu caminho para a casa materna, chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos.

Kawo Kabiyesi Sango, Kawo Kabiyesi Obá Kossô!
Saudemos o Rei Xangô, saudemos o Rei de Kossô!

Xangô veio com dignidade e seguro do seu poder. Pedindo-lhe uma oferenda de um carneiro e quatro galos, um prato de amalá, preparado com farinha de inhame, e um prato de gbeguiri, feito com feijão e cebola. E declarou que, no dia seguinte, Iemanjá encontraria por onde passar.

Nesse dia, Xangô desfez todos os nós que prendiam as amarras da chuva. Começando a aparecer nuvens dos lados da manhã e da tarde do dia. Nuvens da direita e da esquerda do dia.

Quando todas elas estavam reunidas, chegou Xangô com seu raio. Ouviu-se então: Kakara rá rá rá. Lançando seu raio sobre a colina Okere, que abriu-se em duas partes e Iemanjá foi-se para o mar de sua mãe Olokum. Aí ficou e recusa-se, desde então, a voltar em terra.

Seus filhos chamam-na e saúdam-na: Odo Iyá, a Mãe do rio, ela não volta mais.
Iemanjá, a rainha das águas, que usa roupas cobertas de pérola.

O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE IEMANJÁ

IEMANJÁ (Resumo objetivo)



Deusa da nação de Egbé, nação Yorubá onde existe o rio Yemonjá (Iemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá, muito respeitada e cultuada como mãe de todos os Orixás. Por isso a ela também pertence à fecundidade.

O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE IEMANJÁ
 

 As pessoas de Iemanjá são sérias e impetuosas, dominando a todos e fazem-se respeitar. Dificilmente perdoam os erros dos semelhantes. Gostam de testar as pessoas.

Seu temperamento é muito difícil, são bravas, nervosas, mas possuem um coração grandioso. Dedicados aos parentes e amigos, preocupam-se com os outros e consigo. Gostam de coisas luxuosas. São honestas, gostam da casa e da família, são ótimas esposas, mães ou pais.

São imponentes, majestosos e belos, calmos, sensuais, fecundos, cheios de dignidade e dotados de irresistível fascínio (o canto da sereia), são voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos e, algumas vezes, impetuosos e arrogantes. 

Têm o sentido de hierarquia, fazem-se respeitar e são justos mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, não perdoam uma ofensa com facilidade e, se a perdoam, jamais a esquecem. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, dos tecidos azuis e vistosos, das jóias caras. Eles têm tendência para uma vida suntuosa, mesmo se as possibilidades do quotidiano não lhes permitem um tal fausto.

As filhas de Iemanjá são boas donas de casa, educadoras pródigas e generosas, criando até os filhos de outros (Omulu). São possessivas e muito ciumentas. São pessoas muito voluntariosas e que tomam os problemas dos outros como se fossem seus. São pessoas fortes, rigorosas e decididas. Gostam de viver em ambientes confortáveis com certo luxo e requinte. São incapazes de guardar um segredo. Costumam exagerar nas suas verdades (para não dizer que mentem) e fazem uso de chantagens emocionais e afetivas. 

São pessoas que dão grande importância aos seus filhos, mantendo com eles os conceitos de respeito e hierarquia sempre muito claros. Nas grandes famílias, há sempre um filho de Iemanjá, pronto a envolver-se com os problemas de todos, e gosta tanto disso que pode revelar-se um excelente psicólogo. 

Fisicamente, os filhos de Iemanjá tendem à obesidade, ou a uma certa desarmonia no corpo. São extrovertidos e sabem sempre tudo (mesmo que não saibam).

São serenos, maternais, sinceros e ajudam a todos sem exceção. Gostam muito de ordem, hierarquia e disciplina. São ingênuos e calmos até demais, mas quando se enfurecem são como as ondas do mar, que batem sem saber onde vão parar. São vaidosos mais com os cabelos. Suas filhas sabem seduzir e encantar com a beleza e mistérios de uma sereia. Geralmente as filhas de Iemanjá têm dificuldade em ter filhos, pois já são mães de coração de todos.