Tradição africana
Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido comoErínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku.
Nas Américas, Erínlè é às vezes considerado hermafrodita, mas na terra iorubá é adorado principalmente como uma divindade masculina. Ele é pensado por alguns estudiosos como o aspecto masculino de Yemonja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os irmãos Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemanja, Otin e Òsun. Sua verdadeira residência seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se misturam as águas doce e salgada.
Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos como ibú: Ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín e Àánú. É o oríkì de cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações de Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio. São cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da mesma forma como também são invocados coletivamente.
O awo, ota Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como aawe Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da terra iorubá). Potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemanja e Òsun. O awo - ota - Erínlè é o recipiente tradicional para guardar os ota de Erínlè.
Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual de Erínlè em muitas partes de Nigéria. Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no rio de Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota - Erínlè colocado no alto da cabeça.
Tradição Ketu (Brasil)
No Brasil, no Candomblé Ketu, esse orixá é chamado Oxóssi Inlê ou Oxóssi Ibualama e considerado apenas uma "qualidade" de Oxóssi. Considera-se que Erínlè tem dois caminhos ou aspectos. Um aspecto é considerado um velho caçador, Òsóòsì Ibualama. O outro caminho é mais jovem e mais delicado e bonito, normalmente chamado Inlè.
Sob o nome de Ibualama, é objeto de um culto praticado no Brasil, principalmente na Bahia, onde, durante as danças, traz nas mãos o símbolo de Oxóssi, o arco e a flecha de ferro, assim como o amparo, um açoite formado por três tiras largas de couro, com o qual fustiga a si mesmo.
Tradição Lukumi (Cuba)
Em Cuba e Trinidad, Erínlè é conhecido como Inlè ou Erínlè “Ajaja”. Ajaja é um título honorífico que significa “Ele que come cachorro”, “o que é feroz”.
É acompanhado por Ibojuto e Abátàn. Abátàn (ou Abàtà = pântano) é a divindade da baixada.
Abátàn normalmente é considerado como a companheira feminina de Erínlè mas alguns reconhecem Abátàn como masculino. Quando Erínlè é assentado dentro da cerimônia de iniciação, Abátàn também é assentada. Ela tem canções e oríkì separados. Abátàn come com Erínlè e participa de todas as suas oferendas e sacrifícios. São duas divindades que se unem como um.
Embora distintos, funcionam juntos, como uma unidade. Há um equilíbrio, dando uma visão instantânea do caráter de Erínlè, uma mistura perfeita de energias masculina e feminina.
A família de Erínlè se compõe de: Abátàn - sua esposa, Boyuto ou Ibojuto, guardião de Erínlè e Abátàn,Otin, filha de Erínlè e Abátàn, Jobia, filho de Asipelu, ajudante de Erínlè, Olóògùn Èdè (Lògùn Èdè), o “senhor” (dono) do medicamento (medicina) de Èdè, filho de Erínlè com Osun, e, por último, Asao, duplo de Erínlè.