quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

OLHOS DE OXALÁ - PALAVRAS DE PEDRO T' OGUM


Motumbá meus (minhas) irmãos, sejam da UMBANDA SAGRADA ou de nosso amado CANDOMBLÉ. Meus respeitos.

A todos que visitam nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ vai o meu agradecimento particular tanto aos VISITANTES como aos SEGUIDORES, por estarem sempre presentes em nosso meio de comunicação e de se manifestarem de todas as formas possíveis e imagináveis. Pois até meu pelo celular agora estou recebendo mensagens, questionando sobre QUALIDADES, FOLHAS e outros assuntos.

Hoje demos um passo bem grande em nosso BLOG, quanto a questão da COLETÂNEA OXUM E O JOGO DE BÚZIOS. Onde finalizamos esta primeira parte introdutória sobre este assunto e sua ligação. Pois como é do saber de muitos, Exú é o grande Senhor da Comunicação e é justamente ele, que nos fala através do JOGO DE BÚZIOS

Mas jamais podemos nos esqueçer que OXUM, também possui os segredos de IFÁ, através do ITAN, que demonstra da fato sua ousadia ao recorrer à ajuda das YA MI para possuir de Exú, os segredos de Ifá, a ele concedidos. Onde por um encantamento, esta além de conquistar seu objetivo ainda se torna uma das YA MI, como fruto de sua peripécia. 

Claro que ainda temos muito a postar aqui sobre este ASSUNTO, mas como bem sabemos muitas destas coisas, são de fato SEGREDOS da nossa RELIGIÃO e que só compete aos iniciados saberem. Mas o que ainda nos for permitido numa segunda explanação daremos ainda continuidade ao assunto. 

Desta forma, estamos agora caminhando para os ARQUETIPOS DE OXUM, tanto como é sua participação nos FILHOS (HOMENS) DE OXUM, bem como nas FILHAS (MULHERES) DE OXUM. Também iremos nos introduzir nas questões das QUALIDADES DE OXUM e logo em seguida das suas referidas COMIDAS VOTIVAS

Desta forma, meus amigos VISITANTES, SEGUIDORES, AMIGOS E IRMÃOS DE FÉ, não deixem de participar. E dedico todo meu esforço em primeiro instante a Deus que nos renova o viver todos os dias da vida. Agradeço a BABA MY OGUM e BABA MY OXAGUIÃN, por terem me inspirado para construção deste meio de comunicação, que tem como objetivo atingir todos os povos sim. Mas dando sua contribuição na QUALIDADE e não na quantidade. Tanto que para nós da EQUIPE OLHOS DE OXALÁ, já é uma grande vitória ver nosso BLOG ser visitado por uma faixa de 500 a 600 participantes por dia. Poderia ser muito mais? Sim, claro que poderia! Mas isto é prova que só a QUALIDADE é que de fato esta sendo conquistada.

E como não poderia deixar de ser, MEUS RESPEITOS E SUA PRECIOSA BENÇÃO, a meu BABALORIXÁ KLEBER DE OGUM, que a cada dia me inspira ainda mais a ser um FILHO DE SANTO, humilde, guerreiro e que busco sempre ser VERDADEIRO acima de tudo. Sua benção BABA.

A todos os meus sinceros votos de OBRIGADO e que nada disso aconteceria se não fosse VOCÊ, que esta lendo agora estas palavras. É justamente, VOCÊ, que nos inspira cada dia a crescermos mais na fé. Mojubá. 

COLETÂNEA OXUM E O JOGO DE BÚZIOS - OS DIVERSOS TIPOS DE JOGOS


Métodos de Jogo 

Além dos búzios podem-se utilizar outros objetos para consulta dos Orixás: Obi, Orobô, Alobaça (cebola), Atarê (pimenta da costa), Ossos, Vísceras e outros. 

O jogo com quatro búzios, mais utilizado nos rituais para perguntas, normalmente com caídas que correspondem às caídas do jogo de Obi. A quantidade de búzios pode variar de acordo com a nação, o mais comum é composto de 16 ou 17 búzios, mas o jogo com 21 búzios também é muito comum. 

Alguns métodos, não se baseiam em caídas por Odú como no Merindilogun, usam outras configurações e combinações de búzios abertos e fechados dividindo-os em quatro grupos de quatro búzios (que chamam de barracão) e analisam as quatro caídas e a disposição que elas se encontram, nesse tipo de Oráculo não se fala em Odú. 

Um outro método de jogo, é feito com as Vísceras dos animais oferecidos aos Orixás, e um outro jogo que utiliza ossos de animais unicamente ou em combinação com búzios, em ambos casos também não são orientados por caídas de Odú. 

Em alguns métodos o adivinho senta-se no chão e joga na própria terra, sem toalhas e enfeites como era feito no passado, é um jogo mais simples e rústico. 

Podem ser jogados apenas em uma toalha branca numa mesa, ou num círculo formado por fio de contas (colares) com vários objetos representativos dos Orixás ou numa peneira também com fio de contas e objetos. Existem mesas de jogo simples ou sofisticadas, dependendo das posses podem conter até sinetas e objetos de ouro. Referências estas à ORIXÁ OXUM, Senhora do Ouro. 

É diferente do (Opelé-Ifa), (Opon-Ifa) e Merindilogun que são orientados por caídas de Odú, antigamente mais utilizados pelos Babalawos sacerdotes de Ifá, mas recentemente muitos Babalorixás e Iyalorixás já fazem uso desses oráculos também. 

A consideração entre aberto e fechado do búzio também pode variar, a grande maioria dos Babalorixás utiliza a abertura natural do búzio como sendo o lado "aberto", mas várias mulheres no culto do Candomblé, principalmente na Nação de Keto, acostumaram a jogar como "aberto" o lado em que elas "abriam" o búzio, assim a fenda natural sendo o lado "fechado", afirmando que o verdadeiro segredo em um búzio fica guardado em seu estado natural, este é revelado apenas após sua abertura cerimonial arrancando-se esta parte até então fechada, assim vários Babalorixás e Iyalorixás que aprenderam por este método fazem esta forma "invertida" de leitura, ao apresentado nas imagens. 

A grande verdade é que ao sagrar um formato onde seja considerado aberto/fechado, este sacerdote não mais o inverte e passa aos seus filhos o conhecimento desta forma, assim sendo particular de cada casa o cenário de leitura. 

Existe também o método que é dado um significado para cada búzio, e um deles que normalmente é o maior é atribuído a qualidade de representante de Deus, e recebe o nome de Oxalá. Os outros falam através dele. Um exemplo: Depois de lançar as pedras do jogo, o bico do búzio maior (Oxalá) vai verificar quais búzios que caíram em sua direção. Esses que caíram na linha deste búzio que falam no jogo de acordo com a sua característica. Os que caíram atrás do búzio, ou seja, que não estão na frente do bico do búzio, falam pelo passado.

COLETÂNEA OXUM E O JOGO DE BÚZIOS - OS ODÚS

Odus 


Odus são presságios, destinos, predestinação. Os odus são inteligências siderais que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um odu de origem e cada orixá é governado por um ou mais odus. 

Cada odu possui um nome e características próprias e divide-se em "caminhos" denominados "ese" onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos como Itàn Ifá. Os odus são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os cerca. 

Os Orixás não mudam o destino da vida e sim executam suas funções dentro da natureza liberando energia para que todos possam dela se alimentar, o odu é o caminho, a existência do destino o qual o Orixá e todos os seres estão inseridos. 

Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um caminho alheio ao destino estabelecido, isso nós dizemos que a mesma está com o odu negativo, ou seja: seu destino sua conduta foge as regras siderais (seguiu um caminho negativo dentro do estabelecido). 

Nós quando nascemos, somos regidos por um odu de ori (cabeça), que representa nosso "eu" assim como odu de destino, etc. O destino das pessoas e tudo o que existe podem ser desvendados por meio da consulta a Ifá, o oráculo, que se manifesta pelo jogo. 

Ifá tem seu culto específico e o mais alto cargo do culto de Ifá é o de Oluwô, título concebido a alguns Babalaôs. Ifá é o Orixá da adivinhação e para tudo e deve ser consultado. Existem alguns tipos de jogo: o de Opelé Ifá, o rosário de Ifá, o jogo de búzios, etc. 

No jogo de búzios (Erindilogun) quem fala é Exu. São dezesseis búzios que podem ser jogados também pelos Babalorixás e Ialorixás. A consulta a Ifá é uma atividade exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a poder pegar nos búzios porque OXUM fez um trato com EXU, conseguindo dele permissão para jogar. 

O jogo de Opelé Ifá baseia-se num sistema matemático, em que se estabelece 256 combinações resultantes dos 16 odus usados no jogo de búzios multiplicado por 16. Nada se faz sem que antes se consulte o oráculo, quanto mais séria a questão a ser resolvida, maior a responsabilidade da pessoa que faz o jogo. 

NOTA: no Batuque é comum utilizar o jogo de búzios pelo método de consulta a orixá, utilizando-se um rosário onde se consultam os orixás conforme as caídas dos búzios. Costuma-se jogar com 8 ou 16 búzios para se fazer à leitura. Nada impedindo aos mesmos que utilizem também o jogo pelo método de Ifá, desde que os zeladores conheçam profundamente as caídas de odus, os egbós, fundamentos e segredos referentes a cada odu. 

Calcula-se o seu Odu de placenta somando todos os números da data de nascimento. O resultado desta soma tem a vibração de elementos e orixás determinados, com lendas e arquétipos. 

Por exemplo: uma pessoa que nasceu no dia 28 de dezembro de 1982. 

2 + 8 + 1 + 2 + 1 + 9 + 8 + 2 = 33 ... 3 + 3 = 6 (Obará) 

1. Òkánràn

2. Éjìòkò

3. Étàògúndá

4. Iròsùn

5. Òsé

6. Òbàrà

7. Òdí

8. Ejìoníle

9. Òsá

10. Òfún

11. Òwónrín

12. Ejílàsegbora

13. Ejíologbón

14. Iká

15. Ogbèògùndá

16. Aláfia

OBSERVAÇÃO: A explicação de cada ODÚ é de única e exclusiva responsabilidade de seu BABALORIXÁ ou de sua YALORIXÁ. Desta forma, sugerimos que para saber a continuação desta postagem, questionem os mesmos.

Ainda sugerimos dois livros muito bons para que você possa estudar um pouco mais sobre este assunto. Se já tiver seus SETE ANOS TOMADOS, a sugestão fica maior ainda.




COLETÂNEA OXUM E O JOGO DE BÚZIOS - O TESTE DE IFÁ


Apresentamos uma pequena Parábola sobre Òrúnmìlá e Esù, uma delicia de leitura que ajudará a enriquecer nossa cultura. 

Esú, com sua extrema curiosidade, vivia a andar pela Terra, tentando descobrir todos os segredos e mistérios que existiam no planeta. 

Em nome desta ânsia do saber, pediu a seu irmão gêmeo, Ogun, que cuidasse de sua tribo, este, no entanto, recusou-se, argumentando que também não dava a devida atenção a sua própria tribo. Por fim os dois deixaram suas tribos sob os cuidados de sua mãe, Yemanjá, pois ela sempre dava atenção a quem quer que fosse... 

O sol estava no ponto mais alto do céu, fustigando a vegetação, enquanto uma leve e quente brisa soprava o cheiro da mata quase seca. A cada passo, Esù podia sentir o chão seco e a poeira colar em seus calcanhares suados, enquanto pensava em que caminho tomaria, para encontrar algo que saciasse sua sede de conhecimento. 

Embora parecesse absorto em suas divagações, estava sempre alerta a tudo o que acontecia a sua volta, tanto que podia ouvir o bater das asas de uma borboleta, ou o abrir e fechar dos olhos de um macaco à longa distância e distinguir os sons de tal forma, que podia prestar a atenção a tudo. Devido a esta sua capacidade, todos o comparavam ao vento, dizendo que ele estava em todos os lugares. 

Com sua apurada audição, ele sentiu a aproximação de uma desembestada manada de rinocerontes ao longe. Isto se transformou em uma distração, pois acompanhava com os olhos a corrida desorientada dos bichos que, por onde passavam, espantavam pássaros, derrubavam árvores e atropelavam outros animais. De repente a manada virou-se em sua direção e ele, sem querer influir no arbítrio dos rinocerontes, decidiu sair de seu caminho. 

Num salto rápido alcançou o topo de uma grande pedra que estava ali perto, saindo da frente dos animais que levantaram uma imensa nuvem de poeira, que o deixaram sem visão por um instante. 

Do alto da rocha, assim que se dissipou a nuvem poeirenta, ele visualizou ao longe, na vasta savana, um ancião deitado à sombra de um arbusto, parecendo estar dormindo, dada sua inércia. Não precisou pensar muito para ver que a manada estava na direção do pobre velho, que poderia machucar-se muito. 

Vendo aquilo, Esù sentiu-se condoído, não lhe agradava a idéia de que alguém pudesse ter um fim tão trágico. Tentando alertar o ancião, juntou todo o ar que seu pulmão pudesse suportar e gritou. No entanto o velho nem sequer se mexeu. 

Sem atinar se o barulho da manada abafara o seu berro, pensou que o homem pudesse estar ali desmaiado ou doente. Esù sentiu em seu ser que deveria ajudá-lo. Usando de sua fantástica velocidade, ele correu pela savana e, quando alcançou a manada, pulou e andou por sobre o lombo dos rinocerontes num malabarismo fantástico, vencendo um a um. 

Como tinha o poder de encantar qualquer animal, destemido, ele pulou à frente da manada, tomou uma distância segura, ergueu as mãos ao céu num gesto magistral e exalou todo seu poder. Um a um os animais paravam, deitavam-se e caiam em um profundo sono. Toda savana testemunhou um inesquecível espetáculo, tendo como produto final, o que parecia ser um imenso tapete de rinocerontes. Tal foi à força do encanto, que fez calar tudo ao redor, se uma mosca houvera passado por ali, com certeza caíra desfalecida pelo chão árido. 

Depois de afastar o perigo, Esù, cansado pelo grande desprendimento de energia, virou-se e andou em direção ao ancião para ver o que acontecera. 

Quando estava chegando perto, pôde ver o velho levantar-se, tirando o pó das rotas vestes. Era um ser curvado de movimentos lentos, que se apoiava num carcomido cajado. Com os olhos quase cobertos pelas pálpebras, fitou seu benfeitor com candura e um sorriso trêmulo, curvando-se em sinal de agradecimento. O viril pensou que era algum tribal que fora abandonado à sorte pelos seus patrícios. 

Curioso Esù indignado indagou: - Quem é você? O que faz aí, bem à frente de uma desembestada manada preste a ser demolido por completo? 

- Quer saber quem sou? 

Perguntou o velho sorridente, mostrando apenas dois dentes na boca e caiu no chão sobre si, cobrindo-se com seus trapos, parecendo querer esconder-se. 

De repente, uma imensa luz despedaçou os trapos como se fossem de vidro. Neste momento surgiu à frente de Esù um ser que brilhava como o Sol, que chegou a ofuscar seus os olhos de fogo. 

Quando se acostumou com o brilho, ele viu que se tratava de Ifá, um ser de luz, enviado de Olodumarè na Terra, encarregado de ouvir a todos aqueles que buscam ajuda, detentor de segredos e dos mistérios. Perplexo, Esù perguntou. 

- O que aconteceu, para você, um òrìsá, materializado como um velho, estar caído à sombra de um arbusto, esperando ser pisoteado pelos rinocerontes? 

Neste momento Esù percebeu que não estava na savana, mas numa floresta à beira de um rio, o ar era úmido e com um maravilhoso cheiro de verde. O carcomido cajado cintilava e tinha na ponta uma reluzente bola de cristal, que rodava sem parar em volta de seu próprio eixo, ela era como a íris do grande olho que se formou no ponto mais alto do cajado. 

Ifá com voz solene, que parecia ecoar pela floresta, pacientemente explicou:  

- Isto tudo se tratava de um teste, pois, entre os òrìsás corre a história de que você não era capaz de ajudar ninguém, sem querer algo em troca, uma vez que só pensava em si mesmo e em suas descobertas. Mas vejo que todos estão errados e hoje vi com meus próprios olhos que a bondade pode ser despertada em você, uma vez que correu em auxílio de um velho pobre e aparentemente sem nada para dar em troca. 

Frente a isto, quero lhe propor o seguinte: como sei da sua curiosidade, eu lhe darei um modo de saber o presente, o passado e o futuro. 

Ifá debruçou-se sobre o rio, pegou dentre as águas um punhado de conchas e prosseguiu: 

- Tome, estes são meus olhos, dou-lhe estes búzios, um jogo através do qual saberá tudo o que ocorre pelas tribos, com a condição de ajudar a todos que precisem de seu auxílio. 

- Eu aceito seu presente. 

Esù pegou das mãos de Ifá as conchas, enquanto as duas bolas de fogo, seus olhos, brilhavam como nunca, parecendo estarem hipnotizados e continuou: 

- Embora não possa afirmar que correrei atrás de ninguém para ajudar, prometo auxiliar a todos que a mim vierem. 

Assim que terminou de falar, ele levantou os olhos e não viu nem floresta com rio, nem o ser de luz, que havia desaparecido como se tivesse evaporado no ar, encontrava-se à sombra de um arbusto no meio da seca savana. 

Esù sentiu um misto de êxtase e torpor, ao constatar que seu esforço não fora em vão e ao ver que um sentimento tão simples pudesse lhe render tão precioso presente. Essas sensações cruzaram com ele todo o caminho de volta para sua gruta, onde guardou e sempre consultava seu jogo, para saber os acontecimentos e fofocas de todas as tribos, procurando manter em segredo seu valioso presente.

COLETÂNEA OXUM E O JOGO DE BÚZIOS - ORÁCULO E ODÚ


Oráculo 

O oráculo consiste em um grupo de cocos de dendezeiro ou Búzios, ou réplicas destes, que são lançados para criar dados binários, dependendo se eles caem com a face para cima ou para baixo. 

Os cocos são manipulados entre as mãos do adivinho , e no final são contados, para determinar aleatoriamente se uma certa quantidade deles foi retida. As conchas ou as réplicas são freqüentemente atadas em uma corrente divinatória, quatro de cada lado. 

Quatro caídas ou búzios fazem um dos dezesseis padrões básicos (um odu, na língua Yoruba); dois de cada um destes se combinam para criar um conjunto total de 256 odus. Cada um destes odus é associado com um repertório tradicional de versos (Itan), freqüentemente relacionados à Mitologia Yoruba, que explica seu significado divinatório. O sistema é consagrado aos orixás Orunmila-Ifa, orixá da profecia e a Exu que, como o mensageiro dos Orixás, confere autoridade ao oráculo. 

O sistema inteiro traz uma semelhança superficial com os sistemas ocidentais de geomancia. Suspeita-se que a geomancia ocidental é um empréstimo de um sistema criado pelos Árabes e trazida para o norte da África, onde foi aprendida pelos europeus durante as Cruzadas. Muito embora possua um número diferente de símbolos, o sistema carrega também alguma semelhança com sistema chinês do I Ching

O Babalaô brasileiro William de Ayrá (Mestre Obashanan, discípulo de Mestre Arapiagha) foi o primeiro a realizar um estudo comparativo sério e eficaz entre o Ifá, o I-ching, Geomancia e o cabalismo de diversas culturas, com resultados filosóficos e divinatórios comprovados. 

Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil foram sacerdotes Umbandistas. W.W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus discípulos, Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa (Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o oráculo. A tradição africana de Ifá só chegou ao Brasil via africanos e Cubanos muito mais tarde. 

Odu 

Cada odù é formado por um conjunto constituído por duas colunas verticais e paralelas de quatro índices cada. Cada um desses índices compõem-se de um traço vertical ou de dois traços verticais paralelos que o babalawo traça no pó (iyerosun) espalhado sobre um tabuleiro de madeira esculpida (Opon-Ifá) à medida que vai extraindo os resultados pela manipulação dos cocos de dendezeiro ou ikin-ifá

O babalawo detecta esse odù manipulando caroços de dendê (Ikin) ou jogando o rosário de Ifá chamado (Opele-Ifa). Existem 256 odùs, correspondendo cada um a uma série lendas (Itan).