quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

YEMANJÁ – PARTE I


Yemanjá, cujo nome deriva de Yeye oman ejá (“Mãe cujos filhos são peixes”), teria sido filha de Olokun, deusa do mar. Seu Axé é constituído por pedras marinhas e conchas, guardadas numa sopeira de porcelana azul. Considerada a mãe dos outros Orixás, tem o aspecto de uma matrona, de seios enormes, símbolo da maternidade fecunda e nutritiva.

Na Bahia, ela é sincretizada com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, festejada no dia 8 de dezembro. Ela é mais ligada às águas salgadas do mar que às águas doces dos rios, que é domínio de Oxun. Curiosamente, é no dia 2 de fevereiro, data da festa de Nossa Senhora das Candeias, sincretizada com Oxun, que se organiza um solene presente para Yemanjá. O que mostra que o sincretismo não é de uma rigidez absoluta.

Ela dança com um leque de metal branco nas mãos e suas danças imitam o movimento das ondas, dobrando e endireitando o corpo. Ela executa um curioso movimento de mãos, levadas alternadamente sobre a testa e a nuca. Os adeptos de Yemanjá usam colares de contas de vidro transparente como o cristal e vestem-se, de preferência, de azul-claro. Sábado é o dia da semana que lhe é consagrado. Yemanjá recebe sacrifícios de carneiros e oferendas de comida à base de milho branco, azeite, sal e cebolas (Eboyá). Saúda-se Yemanjá gritando Odóia! 

Yemanjá, Odóia, e a Cozinha Afetiva


Yemanjá é considerada a mãe dos outros Orixás, tem o aspecto de uma matrona, de seios enormes, símbolo da maternidade fecunda e nutritiva, e as mães são as autoridades supremas das Cozinhas Afetivas. Mães são as provedoras maiores da nutrição, e a mãe Yemanjá, Rainha do Mar, tem suas comidas afetivas para seus filhos fiéis.

No dia 2 de fevereiro a Bahia, especialmente na mágica cidade de Salvador, muda de cor, muda para o azul-claro em homenagem a Rainha do Mar, e quem tem fé vai a pé à praia do Rio Vermelho depositar seus presentes, flores, perfumes, muita fé e esperança nas cestas que são levadas por embarcações para alto mar, onde são depositadas sobre as ondas.

OS ORIXÁS

Motumbá amigos.

Que alegria poder, mais uma vez, estar com todos vocês. Hoje os "OLHOS DE OXALÁ" tem uma forma mais clara, objetiva de esclarecer cada Orixá a fim de podermos ir tendo um contato melhor com cada um deles. Poder conhecer, saber seu arquétipo, seus gostos, suas finalidades e reinos onde habitam.

Um local onde podemos ter uma noção mais básica que seja, mas muito prática. Que este instrumento seja de fato uma colaboração a mais para nosso Candomblé.

Orixá

Na mitologia yorubá, os orixás (yorubá: Òrìsà; no espanhol: Orichá; no Inglês: Orisha; e em nosso português: Orixá), que são divindades ou semideuses criados pelo deus supremo Olórun. Os Orixás são os grandes guardiões dos elementos da natureza e representam todos os seus domínios no AYE (a realidade física em que os humanos estão inseridos segundo a tradição Yorubá). Também existem os Orixás intermediários entre os homens e o panteão africano que não são considerados deuses, são considerados "ancestrais divinizados após a morte". Os Orixás hoje são cultuados no Brasil, Cuba, República Dominicana, Porto Rico, Jamaica, Guiana, Trinidad e Tobago, Estados Unidos, México e Venezuela.

História
postagem feita em 06/10/2011

Na mitologia, há menção de 600 orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do Orun ("céu") e os segundos da Aiye ("Terra").

Estão divididos em orixás da classe dos Irun Imole, e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os orixás Funfun (brancos, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá), e os orixás Dudu (pretos, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô).

Exu, orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
Ogum, orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia, deus da sobrevivência.
Oxóssi, orixá da caça e da fartura.
Logunedé, orixá jovem da caça e da pesca.
Xangô, orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
Ayrá, usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
Obaluaiyê, orixá das doenças epidérmicas e pragas, orixá da cura.
Oxumaré, orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras, Deus da transformação.
Ossaim, orixá das Folhas sagradas, conhece o segredo de todas elas.
Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do amor.
Oxum, orixá feminino dos rios, do ouro, deusa das riquezas materiais e espirituais, e da fertilidade.
Yemanjá, orixá feminino dos mares e limpeza, mãe de muitos orixás.
Nanã, orixá feminino dos pântanos e da morte, mãe de Obaluayê. Mais velha dos orixás do panteão africano.
Yewá ou Ewá, orixá feminino do Rio Yewá, considerada a deusa da beleza, da adivinhação e da fertilidade.
Obá, orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô, é a deusa do amor.
Axabó, orixá feminino da família de Xangô.
Ibeji, divindade protetor dos gêmeos.
Irôco, orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
Omulu, Orixá da morte.
Onilé, orixá do culto de Egungun.
Onilê, orixá que carrega um saco nas costas e se apóia num cajado.
Oxalá, orixá do Branco, da Paz, da Fé.
OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmilá, orixá da adivinhação e do destino, ligado ao Merindilogun.
Odudua, orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yorubá.
Oranian, orixá filho mais novo de Odudua.
Baiani, orixá também chamado Dadá Ajaká.
Olokun, orixá divindade do mar.
Olossá, orixá dos lagos e lagoas.
Oxalufan, qualidade de Oxalá velho e sábio.
Oxaguian, qualidade de Oxalá jovem e guerreiro.
Orixá Oko, orixá da agricultura.

África
postagem feita em 07/10/2011

Na África cada Orixá estava ligado a uma cidade ou a uma nação inteira; tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais.

Sàngó em Oyo, Yemonja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ogún em Ekiti e Ondo, Òsun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Osàálà-Obàtálá em Ifé, Osàlúfon em Ifon e Òságiyan em Ejigbo.

A realização das cerimônias de adoração ao Òrìsá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal em sua tribo ou cidade.

Brasil

No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados pelo tipo de iniciação sacerdotal.

O culto de Ifá só inicia Babalawos, não entram em transe.
O culto aos Egungun só inicia Babaojés, não entram em transe.
O Candomblé Ketu inicia Iaôs, entram em transe com Orixá.
O Candomblé Jeje inicia Vodunsis, entram em transe com Vodun.
O Candomblé Bantu inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.

Em cada templo religioso são cultuados todos os orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único (quarto de santo) termo usado para designar o quarto onde são cultuados os orixás.

Alguns orixás são só assentados no templo para serem cultuados pela comunidade, exemplo: Odudua, Oranian, Olokun, Olossa, Baiani, Iyami-Ajé que não são iniciados Iaôs para esses orixás.

A Iyalorixá ou o Babalorixá são responsáveis pela iniciação dos: Iaôs, e pelo culto de todo e qualquer orixá assentado no templo, auxiliada pelas pessoas designadas para cada função. Exemplo o Babaojé que cuida da parte dos Eguns e Babalosaim que é o encarregado das folhas.

Apesar de serem de origem daomeana, Nanã, Obaluaiyê, Iroko, Oxumarê e Yewá, são cultuados nas casas de nação Ketu, mas são muito raros Iaôs que são iniciados, houve casos de passar vinte ou trinta anos sem se iniciar ninguém para esses orixás que são cultuados em locais separados dos outros.

Existem ainda orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oyá, Ogum, Oxossi, viveram e morreram, os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orun, o caso de Obatalá, e outros chamados: Orixá funfun (branco).

Existem orixás que são cultuados pela comunidade em árvores como é o caso de Iroko, Apaoká, os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do orixá em si e são a ligação da pessoa, iniciada com o orixá divinizado; ou seja, uma pessoa que é de Xangô, seu orixá individual, é uma parte daquele Xangô divinizado, com todas as características, ou arquétipos.

Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros dizem ser uma incorporação, mas é rejeitada por muitos membros do candomblé, justificam que nem o culto aos Egungun é de incorporação e sim de materialização. Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.

Desta forma, estaremos continuando nosso estudo sobre os ORIXÁS, lembrando que já demos início nas pessoas de OXALUFÃN e OXAGUIÃN. E agora vamos seguir para águas mais profundas, rumo aos conhecimento voltado à YEMANJÁ

AS FESTIVIDADES DENTRO DO CANDOMBLÉ

Estamos dentro de um período civil em que todas as pessoas, indiferente da sua crença, se preparam para comemorar (brincar) o Carnaval. Uma festividade considerada pra muitos como profana. Mas para nós, membros do Candomblé ou ainda da Umbanda Sagrada, em nossa religiosidade estamos ainda no período dedicado ÀS ÁGUAS DE OXALÁ.

Uma festa que em tempos primórdios, se perpetua até hoje o culto dedicado ao perdão, a reconciliação, um verdadeiro recolhimento familiar. Onde todos os membros de uma família (Ilê) se organizam para celebrarem tal data comemorativa e simbólica (para muitos), mas de grande fundamentação.

Dentro de nossa religiosidade, se reverencia e se respeita muito esta data. As casas reúnem os filhos do Ilê para se comemorar com dedicação esta festa, pois dela se dá andamento a todas as outras posteriores em honra a todos os Orixás.

Assim como nossos irmãos Católicos possuem seus calendários religiosos, onde se encontram suas maiores festividades. Com períodos de oração, penitência, jejuns e outras formas. Nós do Candomblé temos também um Calendário básico que deve ser respeitado. Mas é válido lembrar que cada nação é uma nação. Cada casa é uma casa. Infelizmente, vejo que ainda existem certas discordâncias, mas, atualmente tenho visto certa conciliação de calendários, nas diversas casas aqui em São Paulo.

Desta forma, apresento a vocês a seqüência das Datas Festivas, claro que aqui é só uma explanação básica. O que não ordena que se faça assim ou que esteja certo ou errado, mas sim uma posição básica das festividades tradicionais seja ela no Candomblé ou na Umbanda.

Vejamos a seguir:

JANEIRO

Festa de Oxalá - coincide com a festa do Bonfim, em Salvador, no segundo domingo depois do dia de Reis, 6 de janeiro. Data onde se organizam a festividade das Águas de Oxalá e o Pilão de Oxalá.


QUARESMA

O encerramento do ano litúrgico acontece durante os quarenta dias que antecedem a Páscoa no catolicismo, com o Lorogun, em homenagem a Oxalá.


ABRIL

Feijoada de Ogum
festa de Oxóssi - associado a São Sebastião, em qualquer dia.


JUNHO

Fogueiras de Xangô (associadas a São João e São Pedro), dias 25 e 29.


AGOSTO

Festa de Obaluaiê (associado a São Lázaro e São Roque)
festa de Oxumaré (associado a São Bartolomeu), em qualquer dia.Tida como a festividade do Olubajé.


SETEMBRO

Começa um ciclo de festas chamado: Águas de Oxalá, que pode ir até Dezembro.
Festa de Erê, em homenagem aos espíritos infantis - associados a São Cosme e Damião, que seguem até outubro.
Festa das Yabás - esposas dos orixás
Festa de Xangô - associado a São Jerônimo, em qualquer dia.


DEZEMBRO

Festas da Yabás : Iansã - Santa Bárbara, dia 4
Oxum - associadas a Nossa Senhora da Conceição, dia 8
Iemanjá - também é homenageada na passagem do ano ou no dia 02/02 a ela dedicado.
Período em que muitas casas, sejam do Candomblé e da Umbanda, se dirigem às praias, para ali depositarem suas oferendas como forma de ação de graças por um ano que se passou e ao mesmo tempo já irem fazendo seus pedidos para um novo Ciclo que se inicia. 


*Válido lembrar que algumas casas ainda hoje realizam algumas festas antigas, como as ÁGUAS DE YEMANJÁ E AS ÁGUAS DE NANÃ. Hoje as mesmas inseridas na festividade da FESTA DAS YABÁS.