Aprender é uma arte. E esta arte não se aplica meramente na leitura e sim no visual também. Assim com alegria e dedicação, venho partilhar com vocês este capítulo da mini-série MÃE DE SANTO, referente ao nosso querido ORIXÁ OGUM.
Um lugar onde podemos encontrar tudo que se relacione a religiosidade do Candomblé e da Umbanda Sagrada. Estudos, conhecimentos gerais, curiosidades, informação, tudo isto você vai encontrar em nosso meio de comunicação.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
OUVINDO OS XIRÊS DE OGUM CONOSCO
Nesta postagem venho partilhar com vocês as cantigas usadas nos XIRÊS DE OGUM.
Uma forma simples de ir aprendendo as cantigas e aprimorando cada vez mais nosso conhecimento, devoção e amor por este tão esplêndido Orixá do Ferro, das Guerras e Senhor das Demandas.
COMIDA DE OGUM - PARTE I - FEIJOADA
Motumbá meus irmãos queridos e amados.
Hoje, eu venho logo cedo, motivado por Ogum a deixar uma nova postagem, entre várias. Um novo caminho, que sei vai ser de grande valia, a fim de ajudar nosso crescimento espiritual. Pois dela, que é de forma simples, um motivador para podermos aprender a lidar com os Orixás. Aprendendo a lidar com suas comidas que de cara já vão encantando nosso paladar através de nosso olhar.
As comidas dos Orixás, não vem a ser nenhum mistério. Mas ressalto que dependendo do Orixá e de sua qualidade, cada comida deve ser feita de um modo diferente. Assim podemos consultar nossos Babalorixás ou Ialorixás para saber qual forma melhor de agradar um Orixá em questão de forma mais digna e correta a fim de que o que lhe apresentamos seja levado em conta e de forma bonita, aceita por eles com bom grado.
É válido lembrar que estamos dentro do mês de Abril, dedicado em nosso Blog, a Ogum. Um orixá guerreiro e que tem pressa para estar sempre em batalha. Desta forma, suas comidas em sua maioria são de fato rápidas, simples e objetivas.
Uma de suas comidas preferidas sem sombra de dúvida é o Inhame Assado, mas deve-se lembrar e ressaltar que Ogum também aceita o Feijão preto. E nada melhor que agradar nosso Pai tão querido que vai a nossa frente abrindo todos os caminhos fechados e que muitas vezes não vemos soluções, com uma bela FEIJOADA. Que para uma boa "Quarta-feira" para os viventes é uma boa pedida e indicação.
Desta forma, meus amados vou postar uma receita super pratica e com seu modo de preparo a fim de que possa contribuir com cada um de vocês para se oferecer ao nosso Pai Ogum, lembrando que ainda estamos nos dedicando as postagens referentes a este Orixá.
FEIJOADA DE OGUM (RECEITA)
DEVE-SE LEMBRAR QUE TODA COMIDA VOTADA AO ORIXÁ DEVE-SE SER FEITA COM ZELO, RESPEITO E AMOR. SUGIRO QUE SE ASCENDA UMA VELA BRANCA DURANTE O PROCESSO DE COZIMENTO ATÉ A MONTAGEM DO PRATO, BEM COMO A QUESTÃO DE BATER PAÓ A FIM DE JÁ IR DESPERTANDO SOBRE A COMIDA A ENERGIA DO ORIXÁ EM QUESTÃO.
500 grms de feijão preto;
300 grms de carne de sol (carne seca ou jabá);
300 grms de pé de porco salgados (equivale a dois pés);
300 grms de rabo de porco salgado (equivale a dois rabos);
300 grms de língua de porco salgadas (equivale a duas línguas);
300 grms de costela de porco salgada;
300 grms de orelha de porco salgada (equivale a duas orelhas);
300 grms de lombo de porco salgado;
300 grms de paio (equivale a dois gomos);
300 grms de linguiça calabreza (equivale a um gomo);2 cebolas grandes inteiras;
8 dentes de alho;
MODO DE PREPARO:
Deixar as carnes todas de um dia para o outro dessalgando, trocando várias vezes a água. Ou se preferir fazer mais rápido dar uma amolecida nas carnes durante duas horas na água e logo em seguida colocar no fogo para ferver e trocar de água no mínimo duas vezes.
No caso da linguiça calabreza e do paio, separar uma certa quantidade (pode ser a metade) em tiras ou cubos e refogar a parte com a cebola e o alho. A outra metade será posteriormente cozida junto com as outras carnes para já ir distribuindo o sabor.
No feijão se cozinha em panelas de pressão (dica para que o Feijão preto nao desbote, este deve ser cozido sem ser lavado ou deixado de molho). Após seu cozimento, retira-se o feijão do caldo. Utilizando o mesmo para cozinhar na pressão as carnes a fim de que as mesmas peguem a corzinha do caldo do feijão ficando bem pretinhas.
Após todo o processo de cozimento e desalgagem das carnes, numa panela maior vamos fazendo uma montagem da seguinte maneira em camadas: uma camada de feijão, outra camada de carne e entre elas já vai se colocando o refogado de cebola, alho e as linguiças tanto refogadas como a serem cozidas a fim de distribuir o sabor suavemente.
O caldo que cozinhou tanto o feijão e as carnes é então jogado nesta panela a fim de poder complementar a finalização desta comida tão saborosa em questão. Deixar levantar fervura durante uns 30 minutinhos sempre mexendo bem e com cuidado para não desfazer o feijão.
É sempre válido lembrar que por se tratar de Comida de Orixá devemos evitar duas coisas:
1º não se usa sal para comida de Orixá;
2º para arriar a comida ao Orixá a mesma deve estar fria ou temperatura ambiente;
MONTAGEM DO PRATO PARA O ORIXÁ
Num Oberó (Alguidar nº 2), colocar no centro uma vela de sete dias Azul Marinho. Dentro do Alguidar pode-se escrever todos os pedidos ou agradecimentos que se deseja dar ao Senhor dos Caminhos.
Colocada a vela ao centro do Oberó, ir colocando a feijoada de forma que fique bem distribuída e com um aspecto bem apresentavel e suculenta. Ascende-se a vela batendo logo em seguida o Paó, dando a Saudação: OGUNHÊ!
Este prato deve ser arriado durante o período em que a vela estiver acesa. O melhor lugar é perto do portão ou porta principal da sua casa, Apos este período pode ser depositado o seu conteúdo num saco branco e colocado numa estrada ou a beira de um Rio ou Riacho.
Obs: O restante da feijoada, pode ser dividido em duas partes: uma para a familia para seu próprio consumo. E a outra que seja dada de bom coração para alguem com dificuldades nos caminhos da vida. Lembrando que a comida dedicada aos viventes, já se acrescenta o Sal.
Desta forma, meus amados, espero que esta simples contribuição possa ser de grande valia pra todos vcs. Pois eu confesso sempre que faço uma FEIJOADA PARA MEU PAI OGUM, seja qual for o meu problema os caminhos se abrem de forma rápida e com resultados surpreendentes. Axé meu Pai Ogum. Ogunhê!!!
A RELAÇÃO DO NÚMERO SETE COM OGUM
Motumbá meus (minhas) irmãos (irmãs).
Estamos no mês de Abril. Um mês onde várias casas do Brasil inteiro estão se dedicando ao nosso querido ORIXÁ OGUM. Como não podia deixar de ser nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ esta nos mesmos caminhos seguindo esta mesma direção.
Hoje de modo especial venho postar assuntos que além de seguir esta seqüência vem de encontro a aumentar ainda mais os nossos conhecimentos. Lembrando sempre que tudo que se encontra aqui no BLOG ainda é apenas a papinha (alimento leve), pois o alimento grosso você só irá encontrar de fato NA SUA CASA DE AXÉ, JUNTO AO SEU BABALORIXÁ OU IALORIXÁ. NUNCA SE ESQUEÇA DISSO!
Partilho com todos vocês A lenda de Ogum que entre explica a criação da relação entre o número sete (7) com este Orixá.
Uma história de Ifá, explica como o número 7 foi relacionado a Ogum e o número 9 a Oyá.
"Oyá era a companheira de Ogum antes de se tornar a mulher de Xangô. Ela ajudava o deus dos ferreiros no seu trabalho; carregava docilmente seus instrumentos, da casa à oficina, e aí ela manejava o fole para ativar o fogo da forja.
Um dia, Ogún ofereceu à Oyá uma vara de ferro, semelhante a uma de sua propriedade, e que tinha o dom de dividir em sete partes os homens e em nove as mulheres que por ela fossem tocados no decorrer de uma briga. Xangô gostava de vir sentar-se à forja a fim de apreciar Ogún bater o ferro e, freqüentemente, lançava olhares a Oyá; esta, por seu lado, também o olhava furtivamente. Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados e usava brincos, colares e pulseiras.
Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Aconteceu, então, o que era de esperar: um belo dia, ela fugiu com ele. Ogún lançou-se à sua perseguição, encontrou os fugitivos e brandiu sua vara mágica. Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo.
E, assim, Ogum foi dividido em sete partes e Oyá, em nove, recebendo ele o nome de Ogum Mejê e ela o de Yansã, cuja origem vem de Iyámésan - 'a mãe (transformada em) nove'." Sua cor é o azul escuro, é o primeiro a ser saudado depois que Exu é "despachado" (ritual que antecede os Xirês - ocasião festiva, que as casas de candomblé, cantam para todos os orixás - que este tipo de Exu, na sua forma negativa de maldoso, funcionando também como uma espécie de guardião do ritual, contra outros tipos de espíritos "não iluminados", não perturbe e não deixe, perturbarem o culto).
É sempre Ogum que desfila na frente, "abrindo caminho" para os outros orixás (mais uma vez, a indicação da sua função de abrir caminhos), quando eles entram no Ilê nos dias de festa, manifestados e vestidos com suas roupas simbólicas.
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