quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

COLETÂNEA COMIDAS DE OXUM - IPETE

Outra grande comida ofertada, que apresentamos a todos vocês, é o IPETE DE OXUM. Desta forma, vamos de fato, abrindo nosso conhecimento. 

Muitos, tem nos perguntado sobre o fato de poder ou não fazer esta comida, assim como qualquer outra comida para ofertar aos ORIXÁS

Nós temos duas realidades que são fatos consumados. 

O primeiro - A OBEDIÊNCIA

Ou seja, tudo que quiser fazer para seu SANTO, ou até para suas próprias devoções. Questione o/a seu (sua) zelador/a. Pois assim, eles podem lhe direcionar como fazer as comidas de acordo com seus caminhos. 

Pois tomemos por exemplo: uma pessoa de OXALÁ, de forma alguma, pode lidar com DENDÊ. Mas existem os caminhos, então procure a quem for de direito. Pois da forma, correta uma pessoa de OXALÁ, tida no exemplo, poderá então ofertar uma comida à qualquer ORIXÁ, sem se KIZILAR.

O segundo - tudo que fizer faça por AMOR e não em busca de uma troca.

IPETE DE OXUM


INGREDIENTES

Inhames;
camarões secos;
cebolas;
Azeite de dendê.

MODO DE PREPERAR:

Descascar e cozinhar os inhames. Ralar as cebolas, socar os camarões secos. Depois de cozido, o inhame deve ser pilado e misturado aos temperos (cebola ralada, camarões secos socados, azeite de dendê), cozinhar mais um pouco até dar o ponto (semelhante ao da massa do acaçá, quando fica soltando da panela).

COLETÂNEA COMIDAS DE OXUM - OMOLOKUM

Dando seguimento aos estudos sobre a ORIXÁ OXUM, e baseados nas palavras de nosso COORDENADOR PEDRO MANUEL T'OGUM, vamos partilhar com todos vocês duas receitas maravilhosas dedicadas à GRANDE SENHORA DAS ÁGUAS DOCES.

OMOLOKUM


Ingredientes 

1 kg de feijão fradinho inteiro 

300 g de camarão seco moído 

300 g de camarão inteiro 

Azeite de dendê 

8 ovos cozidos 

2 cebolas grandes raladas 

Modo de preparo: 

Cozinhe o feijão fradinho sem deixar desmanchá-lo. Depois de cozido, pegue uma panela de barro, coloque azeite de dendê, refogue as cebolas, camarão seco moído. Coloca-se em uma tigela de louça e enfeita-se com os ovos cozidos e descascados.

PALAVRAS DE PEDRO MANUEL T'OGUM - A COZINHA DO ORIXÁ

Motumbá meus (minhas) irmãos (ãs) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ.

Como temos visto, estamos de fato nos preocupando em levar até você de fato conhecimentos e estudos mais detalhados quanto à todas as realidades que são direta e indiretamente ligados à ORIXÁ OXUM.

Nesta manhã, nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ, se preocupou em levar até você um pouco mais sobre algumas das CABOCLAS DE OXUM. Uma COLETÂNEA que demos início ontem e que hoje nos propomos a levar de forma mais individualizada sobre as principais e mais cultuadas, em nosso território nacional.

Mas também não posso deixar de vir aqui, de fato, partilhar outras situações voltadas à nossa RELIGIOSIDADE. Entre elas, uma que parece tão simples e banal, mas de suma importância. Que diretamente percebemos não somente a importância da mulher, mas principalmente a presença de OXUM, que transmite esta mesma realidade que muitas vezes, muitos nem se preocuparam em tentar perceber ou discernir.

Lá trás vimos que OXUM é de fato a "SENHORA DO RONKÓ", pois ali se trata de todo o útero de todo e qualquer ORIXÁ. E isto é fato. Mas em que outro lugar, OXUM e outras ORIXÁS FEMININAS se fazem presentes, dentro de uma casa de Asé? Ou para ser mais especifico, onde se da o inicio de todo o CANDOMBLÉ?


Exatamente, todo e qualquer CANDOMBLÉ e até mesmo, qualquer toque de UMBANDA SAGRADA. Tem seu inicio na COZINHA DE SANTO.

Um lugar sagrado, onde o silêncio deve prevalecer. Não é um lugar para conversinhas, ou até, a presença de muitas pessoas. Homens? Bom... muitas casas permitem sim a presença de homens neste recinto sagrado. Mas o certo mesmo é que este recinto seja dignamente direcionado por mulheres capacitadas para confeccionar as mais diversas COMIDAS VOTIVAS de cada ORIXÁ.

Não é a toa que os cargos YA BASSÉ e YÁ SIGÉ são dados e conferidos às mulheres. YÁ BASSÉ para aquela que é responsável única e exclusivamente a preparar o Axé do Orixá. E Yá SIGÉ, designada a preparar a comida ofertada aos viventes.

Detalhe, em sua maioria, pessoas tanto de OXUM, bem como YEMANJÁ. Claro que podem perfeitamente, filhas de outros ORIXÁS estarem neste serviço tão necessário, digno e direcionado. Mas em sua maioria vemos filhas destas duas ORIXÁS presentes sempre em específicos cargos.

Desta forma, eu levanto um questionamento: dentro de toda a tradição de matriz africana, o que melhor convém para uma COZINHA DE SANTO: FOGÃO INDUSTRIAL ou FOGÃO À LENHA?

COLETÂNEA CABOCLAS DE OXUM - CABOCLA JUREMA DA CACHOEIRA


Jurema trabalha dentro da necessidade de cada pessoa, transmitindo coragem e energia. Tem sempre uma palavra de alento e conforto para aqueles que sofrem de enfermidades. Ela nos ensina a suportar as dificuldades e nos dá coragem para suportá-los.

Jurema da Cachoeira, na vibração de Oxum.

Sua legião é constituída de grandes entidades espirituais, espíritos puros que amparam os sofredores, utilizando o processo de passes-curas através das ervas e pontos riscados.

COLETÂNEA CABOCLAS DE OXUM - CABOCLA JACEGUAIA


Cabocla da linha de Oxum, que esta coligada à sub-linha de Iemanjá, que representa o povo da água doce, das cachoeiras. 

A sua incorporação, geralmente suave e costumam rodar. A incorporação acontece primeiro ou quase simultâneo no coração (interno). 

Trabalha mais para ajuda de doenças psíquicas, como: depressão, desanimo entre outras. Eficaz em seus passes: tanto de dispersão quanto de energização. Aconselha muito, tende a dar consultas que se faça pensar. 

Seus passes quase sempre são de alívio emocional.

COLETÂNEA CABOCLAS DE OXUM - CABOCLA YMAIA


CABOCLA IMAIÁ

"Essa Cabocla é de origem Tupiniquim, e sua falange pertence à Oxum.

Pouco se sabe sobre ela, mas era uma índia guerreira, que lutou contra as tropas portuguesas. 

É uma Cabocla nova e bonita, pele morena jambo!"

COLETÂNEA CABOCLAS DE OXUM - CABOCLA YARA


Cabocla Iara


Iara é a deusa encantada das águas doces. Diferente do deus Rudá que é o deus do mar, cultuado pelo povo indigêna. É a deusa mais ligada a Mamãe Oxum. A Cabocla Iara é uma cabocla muito conhecida na Umbanda. 

Alguns afirmam ser irmã da Cabocla Jurema, mas de certo o que se sabe é que esta entidade é uma das falanjeiras da linha de Oxum, bem mesmo como diz o ponto:

Iara, deusa sagrada
dos rios dos manjerais
Iara, deusa sagrada
flecheira de Oxalá
nas matas que ela domina
não deixa filhos tombar
Oh Juremá, lara lara lara
Oh Juremê lere lere lere
Oxum lá nas cachoeiras
nas águas de Oxalá
Cabocla das Cachoeiras
É sereia em alto mar

Oh Juremá, lara lara lara
Oh Juremê lere lere lere

Então é certo que está entidade vibra na corrente de Oxum, abaixo segue o mito e a história desta Deusa tupi-guarani.

Iara ou Uiara (do tupi 'y-îara "senhora das águas") ou Mãe-d'água, segundo o folclore brasileiro, é uma sereia. De pele morena clara e cabelos negros, tem olhos verdes e costuma banhar-se nos rios, cantando uma melodia irresistível. Os homens que a vêem não conseguem resistir a seus desejos e pulam nas águas e ela então os leva para o fundo do rio, de onde nunca mais voltam. Os que retornam ficam loucos e apenas uma benzedeira ou algum ritual realizado por um pajé consegue curá-los. Os índios têm tanto medo da Iara que procuram evitar os lagos ao entardecer.

A História

Iara antes de ser sereia era uma índia guerreira, a melhor de sua tribo. 

Seus irmãos ficaram com inveja de Iara pois só ela recebia elogios de seu pai que era pajé, e um dia eles resolveram tentar matá-la. 

De noite quando Iara estava dormindo seus irmãos entraram em sua cabana, só que como Iara tinha a audição aguçada os ouviu e teve que matá-los para se defender e, com medo de seu pai, fugiu. Seu pai propôs uma busca implacável por Iara. 

Conseguiram pegá-la; e como punição Iara foi jogada bem no encontro do rio Negro e Solimões. 

Os peixes a trouxeram à superfície e de noite a lua cheia a transformou em uma linda sereia, de longos cabelos negros, brilhantes e sedosos além de olhos azuis da cor do céu, com uma voz muito divina e uma beleza que enfeitiça os homens que a vêem. Iara era, segundo outros a deusa dos peixes e dos pescadores

O Mito

Moça bonita, de cabelos demasiadamente longos, que sempre mora nas águas perto das matas. Pode morar no mar, nos rios, nos lagos, nas cachoeiras e nas lagoas.

Vez por outra, nas horas mortas da noite, especialmente em noite de luar, canta.

Diz que duma voz tão boa, bonita e tocante que o homem que a ouve morre de paixão por ela.

Quando o Homem se apaixona por ela, ele é levado ao fundo das águas (mar,rio,cachoeira,lago ou lagoa)e é devorado pela Iara.

Não se entende nada de suas cantigas porque canta em língua indígena. Se a mãe-d'água por acaso um dia morrer, sua fonte seca.

COLETÂNEA CABOCLAS DE OXUM - CABOCLA IRACEMA


CABOCLA IRACEMA

Cabocla encantada. Ora pássaro, ora caçadora. Tem como missão ajudar seus filhos a agir com segurança e sempre no momento certo. Ajuda a resolver problemas de ansiedade e dúvidas em geral.

PONTO CANTADO

Cabocla Iracema que vem la do oriente
Baixou nessa seara com a pemba na mão
Cabocla Iracema que vem la do oriente
Baixou nessa seara com a pemba na mão
Ela ensina os seus filhos a girar
Ensina os seus filhos a girar
Ela ensina os seus filhos a girar
Ensina os seus filhos a girar
Ela vem la do oriente com os fluidos de Yemanjá
Saravando a Umbanda, caridade Oxalá

HISTÓRIA DA CABOCLA IRACEMA

O seu nome significa "canta a Jandaia"

A jandaia ainda comum ao longo da costa, é um dos maiores símbolos do seu povo e da cultura do Ceará, que esta situado abaixo da linha do equador , banhada por águas mornas e transparente do atlântico .Um paraíso de encanto e beleza. Lá, viviam homens e mulheres enfeitados de penas coloridas, corpos pintados, armados de arco e flechas.

Conta-se que há muito tempo um dragão saiu dos verdes mares bravios em uma praia hoje conhecida como Iracema, personagem de José Alencar. Como se sabe, dragões são grandes lagartos ou serpentes aladas com hálito de fogo e poderes sobrenaturais, presente na mitologia de diversos povos.

No mito do romancista cearense a Iracema "A virgem dos lábios de mel e cabelos mais negros que a asa da graúna" não foi vítima do dragão e sim do amor pelo guerreiro branco Martim Soares Moreno.

O nome Iracema é um anagrama da palavra América, José de Alencar construiu uma alegoria perfeita do processo de colonização do Brasil e de toda a América pelos invasores portugueses e europeus em geral. O Ceará foi invadido pela França, Holanda e colonizado por Portugal, três coroas em busca de riquezas. Nesse romance indianista podemos enxergar o malefício da colonização.

A lenda conta a história entre Iracema, a índia Tabajara, primeiro colonizador português do Ceará e os índios de duas nações, os Pitiguaras que habitavam o litoral e eram amigos dos portugueses e os Tabajaras que viviam no interior eram amigos dos franceses.

Seria mesmo uma história de amor. Iracema a mais bela, guardiã do segredo da Jurema e do mistério dos sonhos, responsável por fazer à bebida dos deuses, sempre acompanhada pela jandaia, e sempre comparada a natureza.

Martim poderia ter tido muitas índias, mas desejou Iracema que apaixonada por Martim traiu o seu compromisso de virgem, perdendo sua força perante os deuses e a cultura local é estruida. Ela decidiu fugir ao lado do amado, em meio a perigos naturais.

Povos lutaram entre si para provar valentia, as lutas serviram como pano de fundo para a história de amor antagônica. Ao possuir Iracema, Martim destruiu a virgem como o colonizador destruiu as matas. Ele voltou para sua terra deixando Iracema. Do fruto da colonização nasceu Moacir (filho da dor) e de tristeza morreu Iracema. Ao morrer Iracema também morre a cultura, a jandaia se cala e não canta mais. O filho não pode ouvir o canto da jandaia. Martim retorna e leva o filho com ele, agora o filho fala outra língua, tem seus costumes.

O Moacir, fruto da trágica relação entre sangue indígena e português, tornou-se o primeiro cearense. O sacrifício de uma vida transformou-se em semente de uma raça, a fusão de todas as outras. Eis o nascimento da nação brasileira.

"Branco cearense, índios jangadeiros

Dos verdes mares domadores bravos

Do intrépido caboclo nascimento

No Ceará não se embarcam mais escravos"

Mais dois séculos se passaram desde a chegada dos primeiros colonizadores do Ceará e eis que o mar nos trouxe outro herói mitológico. O jangadeiro Francisco José do Nascimento, conhecido como Chico da Matilde, liderou os jangadeiros que se recusaram a embarcar escravos no navio que iria levá-los para outras províncias. O Ceará foi à primeira província do Brasil a abolir a escravidão, essa exploração foi aos pouco despertando a repulsa entre cearenses e, no dia 25 de março de 1884, a escravidão foi abolida no Ceará, quatro anos antes da assinatura da lei Áurea que abolida escravidão em todo o país.

Abolicionistas do Rio de Janeiro promoveram a sua ida a corte, onde recebeu homenagens amplamente divulgadas. A imprensa passou a se referir ao jangadeiro como Dragão do Mar.

A abolição foi um fato histórico que projetou o Ceará num cenário nacional que fortaleceu o movimento abolicionista. Por esse fato, José do Patrocínio (o tigre da abolição) e um de seus discursos denominam o Ceará "Terra da Luz." Na verdade, os elos das correntes se romperam, mais que um farol para o país foi o começo de uma pátria livre.

Sol e luz são duas palavras que no Ceará carregam significados diferentes, o sol brilha o ano inteiro e a luz é a metáfora da liberdade dos escravos. A jangada ainda é comum ao longo da costa, representa um dos maiores símbolos da cultura cearense.

A cultura do Ceará é de base essencialmente européia e indígena com alguma influencia afro-brasileira, assim como todo o sertão nordestino. A mulher rendeira tece teia de labirinto, "olé mulher rendeira" uma verdadeira renda de palavras, como mar e areia que desdobram siri, sereia, ceará. A rede modela nosso corpo, nosso sono, nosso amor, uma renda iluminada, é renda como rumo, a renda onde se embala a renda de labirinto tecido pela linha do vento, renda do rendado, tecido com a teia a partir dos bilros, tece trança tua teia.

É forte a relação do cearense com a carnaúba, e sua importância comercial, industrial, cultural e social. A árvore da vida ergue casas, constrói cercas, protegem os homens do sol, seus frutos são usados como alimento, suas sementes medicamento. A palha para artesanato, cordas e esteiras.

No artesanato feito de madeira e de barro, se destacam a produção de esculturas humanas, representando tipos da região, quadros e entalhes em madeira, muitos com temas religiosos.

Outro item importante do artesanato cearense são as garrafas de areias coloridas, onde são reproduzidas manualmente paisagens. Ser do Ceará é mais do que nascer no Ceará. É um jeito maroto de encarar a vida, é saber a estação certa de colher um sapoti, conhecer vários tipos de manga, e dar sabor a um baião de dois com queijo coalho, é gostar de cocada, suco de tamarindo e seriguéla vermelha.

Ser do Ceará é ter orgulho de afirmar que pertence a terra de José de Alencar, Patativa do Assaré, Fagner, Raquel de Queiroz. Lá, amam-se as artes, criam-se repentes com facilidade, conversa-se com rima.

Ser do Ceará é rir de tudo, e tudo vira piada. Lá é berço de talentosos humoristas como Chico Anísio, Renato Aragão e Tom Cavalcante. Ser cearense é adora uma sanfona e um triângulo, mas no fundo mesmo, o remelexo da cabocla em seus braços.

O Ceará é conhecido pela sua religiosidade e espiritualidade que vão do Carindé de São Francisco à Juazeiro do Padre Cícero, lá você conhece a magia do sertão e o misticismo e acompanhando em romaria as suas festas religiosas

Fazem parte do seu folclore, danças populares em que o povo cearense expressa tradições e costumes sejam no litoral ou no sertão. Dentre eles, destacam-se o boi Ceará, o Pastoril, o Reisado, Caninha Verde, Dança do coco, Maneiro Pau, Tiração de Reis, Banda Cabaçal, Dança de São Gonçalo e o Maracatu

O cine Ceará é um dos mais importantes festivais de cinema do Brasil. O Fortal é a maior Micareta do Ceará. O festival de musica pop é o Ceará Music, mas a maior festa do Ceará acontece em junho, são as festas juninas, durante este mês, o forro é ritmo ouvido e tocado em todo o estado, comidas e danças típicas são comuns nas ruas e praças.

Hoje a cultura popular, através do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz, o Rio de Janeiro, abre os braços para homenagear contando um pouco da história desse estado, seus costumes e suas tradições.