domingo, 26 de fevereiro de 2012

HISTÓRIA DO CANDOMBLÉ

CANDOMBLÉ


O candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.

O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.

Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser Yalorixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam o atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintar os Yawôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. È necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade.

A antiga cidade de Ifé, ao sudoeste da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubas.

A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota(argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em pérola.

Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaneceu no palácio real, mostrando os vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta. Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele que Possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado.

A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas: BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma superfície de 250 Há. Ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza.

BOSQUETE SAGRADO D’IWINRIN: encerra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte extremamente realista e refinada. Uma delas é de um personagem com 1,60 m de altura, sentado num banco redondo, esculpido em quartzo e provido com um braço curvado para dentro em forma de anel. Apóia o braço em um tamborete retângulo com quatro pés, sendo ladeado por dois outros de igual tamanho natural, um dos quais tem na mão a extremidade de uma vestimenta cortada.

Supõe-se que o artista tenha manuseado a argila crua em separação. Depois de concluído foi seca ao sol e cozida numa imensa fogueira ao ar livre, obtendo uma terracota de cor uniforme.

BOSQUTE SAGRADO OSONGONGO: os arqueólogos descobriram uma variedade de esculturas de argila cozida e a maior parte de uma mesa micácea. Entre elas está a cabeça da própria OSONGOGON, porém menos refinada do que a de LAJUWA.

Ao lado desta escultura, há numerosas outras representando personagens com deformações físicas, uma delas com elefantíase nos testículos (doença ligada intimamente ao espírito dos negros e à impotência sexual), objeto de tratamento com rituais especiais. Nos funerais, a liturgia era feita por um sacerdote da antiga sociedade ORO, tida aos “ocidentalizados” como forma monstruosa.

O principal achado e o vaso do ritual destes funerais, decorado em relevo. Revela certos ritos e insígnias religiosas de Ifé. Vêem-se com os efeitos: Edans (bastões de bronze, utilizados pelos membros da Sociedade OGBONIS na cerimônia secreta), um bastão de ritual com uma espécie de espiral saliente em ambos os lados, um tambor, um objeto com dois crânios na base, um machado e dois personagens sem cabeças.

BOSQUESTE SAGRADOS DE ORE: possue abundantes esculturas de homens e animais. O grupo principal é constituído de duas estátuas humanas, a maior é chamada IDENA, o porteiro.

IDENA usa um colar de perolas (contas), diferente dos demais usados em estátuas de terracota. Na cintura ostenta um laço e tem as mãos entrelaçadas. A cabeleira não é esculpida, mas representada por pregos de ferro fincados, como acontece na arte de Ifé.

BOSQUETE SAGRADO DE ORODI: encontra-se nele uma estátua de pedra com a cabeça e o corpo enfeitado com pregos, similares aos que ornam Idena. Tem na mão direita uma espada e na esquerda um abano. Está situada em Enshure, província do Ado Ekiti.

O grande Deus Olodumaré enviou Osalufã (orixá) para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um cmaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por ultimo, colocaria o camaleão para saber se estava firme.

Osalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá Essú antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá Funfun, Oxalufã se achava acima de todos e sendo assim, negligenciou a oferenda. Essú descontente , resolveu vingar-se de Osalufã, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo alternativa Osalufã furou com seu Apaasoro o tronco de uma palmeira. Um líquido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma. Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.

Olodumaré, vendo que Osalufã, não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Osalufã estava embriagado, Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo. Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele, descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos.

Apesar do erro cometido, uma nova chance foi dada a Osalufã: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigíveis, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.

Odùdùwa interveio novamente, anulou os monstros gerados Osalufã e criou os homens bonitos, sãos e vigorosos, que foram insuflados com vida por Olodumaré.

Esta situação provocou uma guerra entre Odùdùwa e Osalufã. O ultimo foi derrotado e então Odùdùwa tornou-se o primeiro ONI (rei) de Ifé. Distribuiu seus filhos e os enviou para criar novos e vários reinos fora de Ifé.

Mais tarde os Orixás retornaram a Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuados seus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seus descendentes. Então o ser humano começou a fazer pedido aos Orixás e para que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca.

Ao contrario do que se pensa, nem todos os pedidos são atendidos, embora os Orixás sempre aceitem as oferendas. Quando um orixá recebe um pedido, ele o leva a Olodumaré e este decide se o pedido vai ou não ser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa que faz o pedido.

O povo continua fazendo oferendas aos Orixás até hoje, pois os Orixás procuram sempre fazer o melhor para as pessoas.

O círculo dos deuses é constituído segundo o número 16, número sagrado no candomblé. Ele se encontra em toda parte: no numero de búzios, no númerode chamas da lâmpada dos sacrifícios, na numeração dos membros físicos e psíquicos, quer dizer, das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica.

ESTUDO SOBRE A CRIAÇÃO SOB UM OLHAR CANDOMBLECISTA – PARTE I

Autor: José Pedro Manuel


Este assunto em questão faz parte dos inúmeros estudos que fiz no meu tempo que era SEMINARISTA da IGREJA CATÓLICA, onde o foco deste que viria a ser minha tese de TEOLOGIA, era justamente, o CANDOMBLÉ NOS OLHOS DA BÍBLIA SAGRADA CRISTÃ.


Como é de conhecimento de muitos a BÍBLIA SAGRADA é o livro central da IGREJA CATÓLICA e que sofreu algumas alterações na realidade protestante, com a exclusão de sete livros de seu contexto.

Na realidade espírita também sofreu algumas mudanças baseadas nos estudos ALAN KARDEC, surgindo o EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO DE ALAN KARDEC.

Agora nestas postagens, vamos acompanhar assuntos voltados ao CANDOMBLÉ, presentes na BÍBLIA SAGRADA. Sabemos que conforme nossa religiosidade, os ORIXÁS são forças na Natureza divinizadas.


São elas: Oxalufã, Oxaguiã, Yemanjá, Nanã, Omulu, Ogum, Oxossi, Ossain, Iroko, Ewá, Oxumarê, Xangô, Oyá, Obá, Oxum, Ibeji, Logun Edé e Exú.

Assim como no Budismo é de procedência oriental. O judaísmo de procedência Judaica. O Islamismo, é procedente do Islã. Os mórmons de procedência norte-americana. Assim o Candomblé é procedente dos Africanos.

Mas indiferente da crença, todos buscam conhecer, estudar, pregar, conforme suas realidades sobre a criação do mundo.

Assim como todos acreditam em Deus, o SER SUPREMO. O mesmo Deus, apesar de suas variadas denominações: JAVÉ, no catolicismo; BUDA, no budismo; IAHWEH, no judaísmo e protestantismo; OLORUM no Candomblé.

Também sabemos que cada Orixá é representado, por algum elemento da natureza, como veremos abaixo:

EXÚ – terra, fogo e os movimentos;
OGUM – terra, florestas, estradas e fogo;
OXÓSSI – terra, florestas e campos cultivados;
LOGUN EDÉ – terra e água;
OMULU – terra e o fogo do interior da terra;
OSSAIN – florestas e plantas selvagens;
OXUMARÊ – céu e terra;
NANÃN – águas paradas e lamacentas;
OXUM – águas doces (rios, cachoeiras, nascentes e lagoas);
OBA – fogo e águas revoltas (pororoca);
Yansã/Oyá – ar em movimento e fogo;
EWÁ – florestas, céu rosado, astros, estrelas, águas de rios e lagoas;
YEMANJÁ – águas doces que correm para o mar e as águas salgadas do mar;
XANGÔ – fogo, grandes chamas e raios;
OXALUFÃ – atmosfera e céu;
OXAGUIÃ – ar e atmosfera;

Assim vamos analisar a questão da criação do mundo, conforme também a criação das forças da natureza, baseados em Gn 1 (Genesis, Capítulo 1) da Bíblia Sagrada, bem como os devidos reinos, que são representados, pelos dias da criação que são seis(6), sendo que o sétimo dia, houve o grande descanso divino.
Aguardem a continuação do estudo para amanhã.

Axé.

BLOG OLHOS DE OXALÁ




Amados amigos (as) motumbá.

Estamos agora em outro parâmetro de nosso Blog Olhos de Oxalá. Que veio ao ar no mês de Outubro de 2011, mais precisamente no dia 12.

Uma data comemorada em muitas realidades religiosas: para os católicos é dia de Nossa Senhora Aparecida; no calendário popular dia das crianças; para os umbandistas é a data dedicada à Orixá Oxum; aos candomblecistas é o mês dedicado às Yabás. Data de criação num período de fato especial.

Dedicado ao Orixá Oxalá, pelo fato de assim como filho de Ogum que sou, o grande Orixá que vai à frente, abrindo os caminhos, o Senhor das Estradas, a fim de que todos os Orixás venham passar como que no Xirê, onde Oxalá, o Pai de todos é festejado e que faz parte também de minha vida com a minha realidade: orimegê que sou.

Por motivos de línguas que me perdoem a expressão, que não cabem na boca, o BLOG foi criticado e até solicitado que saísse do ar, pois para alguém eu estaria me apresentando como “Pai de Santo”. Coisa que hipótese alguma seria verdade.

Sou Abiã, mas sei onde posso ir, o que posso ou não falar ou fazer; quanto a religiosidade e aos Orixás. Por esta razão, o BLOG, para quem se lembra de sua estrutura passou por mudanças, talvez para agradar alguém que maldosamente o criticou, ou para me sentir melhor, pois abomino ser acusado de algo sem fundamentos ou motivos reais.

O tempo passa e para certas coisas como mágoas e ressentimentos, nada melhor que o tempo. E uma coisa aprendi bem: a verdade sempre vence e aparece na hora certa.

Não é a toa que o BLOG, além de nova estrutura que diga-se de passagem, mais simplificada, agora tem regras. Onde a primeira é baseada no texto reflexivo das “Três Peneiras”, que são: bondade, utilidade e verdade.

BONDADE – que se utiliza para absorver tudo o que é bom e ofertá-lo gratuitamente a todos que dela necessitam.

UTILIDADE – somente o que for útil a todos que buscarem algo de bom nos OLHOS DE OXALÁ, a fim de se por em prática na vida sem danificar alguém ou alguma coisa.

VERDADE – o ponto alge do BLOG, que tudo se encontre nele exerça esta grande virtude. Para algumas religiões a qualidade que mais se busca encontrar.

Desta forma, OS OLHOS DE OXALÁ, que nesta nova versão já abordou temas como assuntos voltados ao ORIXÁ OXALÁ, YEMANJÁ, falamos o básico sobre UMBANDA SAGRADA, bem como suas ENTIDADES DIVERSAS.

Fomos mais ousados falando sobre COMUNIDADE. Que visa explicar de forma básica, clara e objetiva, o que vem a ser vida em comum; com suas REGRAS DE VIDA. E ainda a forma burocrática de se abrir uma ASSOCIAÇÃO DE FIÉIS, para se regulamentar uma casa de santo em funcionamento.

Agora iremos abordar os temas voltando-se ao CANDOMBLÉ. Assuntos como: HISTÓRIA, ORIGEM, NAÇÕES. Um estudo sobre este assunto sob os OLHOS DA BÍBLIA SAGRADA CRISTÃ, já que o CANDOMBLÉ é uma religião milenar.

Assuntos tidos como secretos, não serão abordados por razões obvias. São assuntos que se referem à atos litúrgicos da religião. E isso compete aos BABALORIXÁS e as YALORIXÁS.

Dessa forma, espero que participem visualizando as postagens e sempre, claro, nos visitando.
Axé.