segunda-feira, 12 de novembro de 2012

COLETÂNEA OXÓSSI - SUAS ATUAÇÕES



Oxóssi é o Orixá da caça, do verde, das matas, é o Orixá da fartura, o grande caçador é ele quem traz para o homem as plantas curativas. De natureza telúrica vibra sobre tudo que nasce sobre a terra, exceto as plantas tóxicas e venenosas. 

É um vencedor, traz para o povo a sobrevivência, a fartura, a cura das doenças pela natureza, a saúde plena. 

O povo da Bahia ligou Oxóssi a São Jorge, festejado em 23 de abril. No Rio de Janeiro, em São Paulo e no sul do País ele foi sincretizado com São Sebastião e seu dia é 20 de janeiro. Seu dia é a quinta feira, sua cor é o verde misturado ao branco.

Podemos estabelecer uma associação entre Oxóssi e Mercúrio, o Deus romano do comércio, bem como seu correspondente grego Hermes. Todos eles representam mudanças, o movimento, tudo o que é novo e vibrante. Ligado as alterações mentais e físicas, Oxóssi é o constante movimento da natureza, que está sempre em evolução. 

A liberdade e a independência são importantes para seus filhos que prezam muito sua autonomia e são infelizes quando tolhidos. Um aspecto negativo de sua personalidade é a sua indiscrição em relação as outros e a vida alheia. 

Pela sua conotação mercuriana Oxóssi pode ser associado ao Arcano II do Tarô, os Enamorados. A primeira relação que pode ser estabelecida refere-se a uma prova vencida, àquele que foi testado e conseguiu provar seu valor, encontrando dentro de si a força para enfrentar a dúvida: "sou ou não capaz?"

Inconstante muda muito de interesse e tem tendência a se deixar seduzir pela novidade. O conflito que o Arcano indica acima refere-se muito mais as decisões emocionais do que materiais. Seus filhos envolvem-se com suas emoções e transformam-se através delas. Tem o dom da comunicação, suas mudanças são discutidas, analisadas a nível consciente e realizam a cura de seu ego ambíguo.

COLETÂNEA OXÓSSI - ORIGENS NA MITOLOGIA


Mitologia 

Filho de Iemanjá e irmão de Ogun e Exu, Oxossi sempre foi muito querido pela família, pelo seu temperamento calmo, compreensivo, amigo e respeitador. Entretanto, era franzino, parado. 

Seu irmão mais velho , Ogun, preocupado com a inércia de Oxossi, resolveu ensinar-lhe a arte da caça e os caminhos e trilhas da floresta. E asssim foi. Ogun ensinou Oxossi o que havia de melhor na arte de uma caçada e os segredos da mata. Levou-o até o alquimista Ossãe, que morava no interior da floresta, para que ele aprendesse a magia e conhecesse os animais de caça e aqueles que não se pode caçar. 

O nome de Oxossi era Ibô, o caçador. 

Um dia, Oxalá precisou de penas de um papagaio da Costa, para realizar o encantamento de Oxum, ms, praticamente, não se achava o animal. Oxalá então designou Ogun para encontrar as penas. Em vão o valoroso guerreiro e também caçador foi incapaz de achar o que Oxalá lhe pedira. Mas sugeriu:  

- Oxalá, estou tão envolvido nas conquistas que já não caço como antes. Porém, sugiro o nome de Ibô, meu irmão, que certamente é o melhor de todos os caçadores, e conseguirá as penas do papagaio da Costa como pretende. 

E Ibô foi chamado. Perante ao deus da brancura, Oxalá, Ibô se prostou e ouviu, atentamente, as ordens: 

-Ibô! Disse-lhe Oxalá, vá e consiga as penas do papagaio da Costa. Você tem exatamente sete dias para voltar... 

E Ibô partiu para a flores, e durante dias procurou por sua caça. Quando lhe restava apenas um dia para esgotar o prazo dado por Oxalá, Ibô avistou os papagaios. 

Com um flecha apenas – mirando com cuidado – atingiu, não apenas um, mas dois papagaios de uma só vez. Orgulhoso e como o sentimento da tarefa cumprida, Ibô partiu para o reino de Oxalá. 

Mas seu retorno não foi tão fácil. No meio do caminho, Ibô deparou-se com um grupo de feras, que o atacou de surpresa, deixando-o muito ferido. Só não morreu porque suas habilidades de grande caçador o salvaram. 

Bastante ferido, Ibô já não andava, arrastava-se. Na boca da floresta, Ibô avistou os portões de Ifé, reino de Oxalá, e via que eles. Lentamente, se fechavam à medida em que o dia acabava e a noite chegava. Num esforço enorme, Ibô reuniu todas as forças e chegou até os portões. Esticou o braço, segurando firmemente as penas de papagaio da Costa e somente estas conseguiram transpassar os limites de Ifê. Os portões se fecharam. Ibô, caído do lado de fora de cidade, continuava segurando as penas de papagaio, presas no portão da grande morada de Oxalá. Ele cumprira o prazo. 

Momentos mais tardes, ajudado pelo irmão Ogun, Ibô foi levado até a presença de Oxalá. Acreditando não ter conseguido, Ibô desculpou-se com o rei: 

- Perdoe-me, Senhor! Não consegui chegar à sua presença com sua encomenda” 

- Ao contrário, jovem caçador! – retrucou Oxalá – Seus esforço e seu coragem são admiráveis. As penas do papagaio da Costa chegaram a Ifé no prazo recomendado, e eu lhe parabenizo por isso. E como é tão bom caçador e de um bravura tão grande, passará a charmar-se Oxossi, o Senhor da Caça. 

Assim sendo, Oxalá ergueu sua mão e dela um facho de luz atingiu Ibô, curando-o de todos os ferimentos e dando a ele trajes azuis turqueza, cor do encantamento do novo Orixá, Oxossi. 

O elemento de Oxossi é a terra, e a liberdade de expressão seu ponto mais marcante. Por isso, nosso sentimento de liberdade e alegria estão profundamente ligados a Ode.... O senhor da arte de viver! 

Dados 

Dia: quinta feira 

Data: Corpus Christi (BA), 23 de abril (SP), 20 de janeiro (RJ) 

Metal: madeira (África) e bronze (Brasil) 

Cor: Azul Celeste claro 

Partes do corpo: antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão. 

Comida: Ewa (feijão fradinho torrado), dentro de um oberó, Axoxó (milho vermelho com fatias de coco) e frutas variadas. 

Arquétipos: altruísta, abnegados, sinceros, simpáticos, tensos, austeros e que possuem sendo de coletividade. 

Símbolos: O ofá (arco e flecha), ogê (um tipo de chifre de boi que é usado para emitir um som chamado Olugboohun, cuja tradução é: “Senhor escuta minha voz” e o Iru Kere (cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos da floresta). 

Símbolos: espada, faca e facão.

COLETÂNEA OXÓSSI - CONHECENDO O ORIXÁ


OXÓSSI


Oxossi é o Orixá da caça, chamando muitas de Ode Wawá, ou seja, “caçador dos Céus”. É a divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da mingua, da falta de provisão. 

Suas principais características são a agilidade, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua caça. É um Orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas. 

Como todos os outros Orixás, Oxossi também está no dia a dia dos seres vivos, convivendo intimamente com todos nós. Dentro do culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas influências e as energias positivas. 

No dia a dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita. Para todos Oxossi, no Brasil, tem essa regência, no lugar de Orixá Okô. Senhor da agricultura, todavia Orixá Okô não é cultuado em terra brasileiras, pois seu fundamento não atravessou o oceano. 

Oxossi é a semente, é o vegetal em ponto de colheita. É a fartura, a riqueza, é a carne que o homem consome. 

Oxossi também esta ligado às artes. Todo tipo de arte. Ele está presente no ato da pintura de um quarto, na confecção de uma escultura, na composição de uma música, nos passos de uma dança. Seus encantamento está na arte de um modo geral. Se encanta nas misturas de cores, na escrita de um poema, de um romance, de uma crônica. Oxossi está presente desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem. É pura arte! 

Oxossi também rege o revoar dos pássaros e seu encantamento mais bonito está na evoluções das pequenas aves. 

Oxossi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo. 

Curiosamente, Oxossi também é a comodidade, a vontade de vislumbrar, de contemplar. Oxossi é um pouco preguiça, a vontade nada fazer, senão pensa e, quem sabe criar. 

A vida com essa força da Natureza, entretanto, não é só suavidade. Em seu lado negativo, Oxossi pode proporcionar a falta de alimentos; o plantio escasso; o apodrecimento de frutas; legumes e verduras; e até mesmo a arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto. 

COLETÂNEA OXÓSSI - INTRODUÇÃO

Motumbá, meus (minhas) irmãos (ãs) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ.

Agradecemos a todos a paciência que podem estar tendo, me refiro aos nossos amigos (as), seguidores(as) mais antigos de nosso BLOG, por todas as mudanças que estamos fazendo na estrutura das postagens de nossa grade de assuntos.

Aos novos visitantes e futuros seguidores (as) nossas mais profundas boas vindas a todos. 

A partir de hoje estaremos postando de fato a COLETÂNEA completa sobre o ORIXÁ OXÓSSI (ODÉ). O senhor da fartura, da caça. Iremos encontrar aqui assuntos como LENDAS, COMIDAS, QUALIDADES (DESTA VEZ DETALHADAS), SIMBOLOGIAS, A VISÃO DA UMBANDA SOBRE ESTE ORIXÁ, CANTIGAS. Enfim assuntos vários, mas sem nos perder do foco do assunto central.

Da mesma forma, que fizemos com a COLETÂNEA DICIONÁRIO YORUBÁ de forma sequêncial, todas as postagens referentes ao ORIXÁ OXÓSSI, serão igualmente da mesma forma. Evitando assim perdas de assuntos e tendo mais facilidade de compreensão dos assuntos em questão. Esperamos que gostem e não deixem de acompanhar e comentar. 



Oxóssi, é filho de Iemanjá com Orunmilá. É divinização da floresta, reinando sobre o verde sobre os animais selvagens, dos quais é considerado o dono e dos quais tem todas as virtudes. Oxossi é sagaz como o leopardo, forte como o leão, leve como um pássaro, silencioso como um tigre, observador como a coruja, sabe se esconder como um tatu, é vaidoso como o pavão, corre como os coelhos, sobe em árvores como macaco, conhece os animais profundamente e com eles partilha o conhecimento da natureza. 


Dizem os mitos que aprendeu a caçar com seu irmão Ogum, quando este lhe deu as pontas de flechas e, mais tarde, a espingarda. A essência de Oxóssi é "atingir um objetivo". Fixar um alvo e atingi-lo. Alimentar a família. Oxóssi sempre foi o responsável por alimentar a família. É considerado o orixá que dá de comer às pessoas, pois sob seus domínios estão os animais e os vegetais. Assim, invoca-se a energia de Oxóssi quando se quer encontrar algo ou atingir algum objetivo e para prover sustento (moral ou físico) durante as jornadas. 

No limite, é Oxossi o patrono da natureza, enquanto Ogum é a cultura. Como sempre foi muito observador aprendeu também os mistérios e poderes das plantas com Ossain, orixá dono dos poderes de cura das folhas, que certa vez o enfeitiçou, levando-o para o fundo da floresta a fim de ter companhia. 

Iemanjá, sua ciumenta mãe, enfurecendo-se, mandou que Ogum fosse buscar seu irmão na floresta e o arrancasse dos feitiços de Ossain. Invoca-se Oxossi, portanto, quando se quer encontrar remédios para certos males, embora seja necessário pedir a Ossain que o remédio faça efeito. 

Ogum assim o fez, mas como Oxóssi relutasse em voltar ao lar, e ao voltar desfeiteasse sua mãe, esta o proibiu de viver dentro da casa, deixando-o ao relento. Como havia prometido ao irmão ser sempre seu companheiro, Ogum foi viver também do lado de fora de casa. 



Oxóssi tornou-se o melhor dos caçadores e diz o mito que foi ele quem livrou Araketu, sua cidade, de um grande feitiço das perigosíssimas ajés (feiticeiras africanas) Iyami Oshorongá, que se transformam em pássaros e atacam as pessoas e cidades com doenças e miséria.


Tendo uma destas feiticeiras pousado sobre o palácio do rei de Ketu, e os demais caçadores do reino perdido todas as suas flechas tentando matá-la, Oxóssi, com apenas uma, deu cabo do perigoso pássaro, tendo sido conclamado o rei de Ketu. Pede-se a Oxóssi, portanto, que destrua feitiços ou energias maléficas. 

Um dia, enquanto caçava elefantes para retirar-lhes as presas, Oxóssi encontrou e apaixonou-se por Oxum, a deusa das águas doces e do ouro que repousa em seus leitos e com ela teve um filho, Logun-Edé. Filho da floresta com as águas dos rios, Logun-Edé é considerado o orixá da fartura e da riqueza que ambos os domínios apresentam e dos quais compartilha. Mais adiante eu falo sobre Logun-Edé. 

Dia da Semana: quinta-feira 

Símbolo: ofá (arco e flecha) 

Cor: azul e verde (azul pela relação com o ar - no lançamento das flechas e verde pelas matas) 

Elemento: ar e terra 

Número:

Comida: milho e coco 

Saudação: Okê Arô, Oxossi!