quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

COLETÂNEA OXUM, NOS CAMINHOS DO ABIÃN - ABIÃNS E INICIADOS


Creio que este assunto não se esgota facilmente. As relações impetuosas entre filhos e sacerdotes dentro dos Ilè Àse precisam ser cada vez mais lapidadas. Os tabus referentes a maus tratos (físico, oral e gesticular) contra sacerdote, ancião, pai e mãe desagradam os olhos de Òlódúmarè. 

O assunto abordado abaixo pede uma reflexão, vivemos pedindo respeito pelo nosso culto/religião, será que estamos respeitando-os com devido peso, com a mesma reciprocidade? 

Òrúnmìlá no Odù Òsá'Ìwòrì nos diz: 

"Se eu lhe der tudo que você me pede, será que você irá se esforçar por si mesmo?" 

Boa leitura. 

1. Cuide do seu santuário (se tiver algum) com sinceridade, humildade e limpeza. Não se aproxime de seus santuários se você foi beber, fumar ou ter relações sexuais. E nunca venha de forma "impura"

2. Não faz sentido para mim se você usa ilekè e se veste como uma "stripper" ou "bandido". Então, por favor, vista-se adequadamente se você estiver usando ilekè. 

3. Nunca finja ser algo que você não é. Se você recebeu um igbá e não passou por Igbodu (processo de iniciação), então você só tem um igbá de òrìsá. Você não é um sacerdote ou a sacerdotisa da divindade assentada. 

4. Se o seu pai diz que você precisa ter relações sexuais com ele para remover qualquer tabu ou para subir na vida, fuja dele. Ele é charlatão, uma fraude e etc. 

5. Se estiver participando de um sire òrìsá, por favor, se vista adequadamente. Minissaias, tops, shorts, não podem, usar calças compridas também não, ficar na frente dos atabaques é desrespeito ao Ilè e ao òrìsá. 

6. Ao cumprimentar um sacerdote ou sacerdotisa em público, é apropriado Kunle (reverência leve, dobrar joelhos) ou mesmo Dobale (ir ao chão) para eles. Eu sei que isto vai levantar as sobrancelhas, mas para fazer Foribale para alguém em público em um ambiente não espiritual é um sinal de arrogância. 

7. Como cumprimentar um santuário ou sacerdote depende do seu sacerdote. Eu já vi isso ser feito de forma diferente por pessoas daqui dos estados e do exterior (Nigéria e Daomé). Quando em dúvida, mostre o seu respeito. 

8. Nunca se deve fumar beber, usar drogas, ter relações sexuais, usar de palavrões enquanto se usa seu ileke (fio de contas). Estas são ferramentas sagradas que foram dadas a você e você deve tratá-las como tesouro. 

9. Se você não estiver satisfeito ou deseja sair da casa espiritual do seu sacerdote e o seu desejo é seguir em frente, de a devida notificação. Solicitamos que se possível, ofertar Adimu de partida (oferta) e seguir seu caminho em paz. 

10. Nunca use o que foi ensinado pelo seu sacerdote para fazer mal aos outros. Lembre-se a energia que você colocar para fora vai voltar para você. Se você enviar a negatividade, a negatividade vai voltar para você. Se você enviar amor e paz, o amor e a paz vão voltar para você. 

11. Nunca, jamais, doe seus igbás. (ouça seu sacerdote!). Um Igbá òrìsá deve nascer dentro do santuário, Igbá não nasce por osmose! Isto é um tabu, mas infelizmente e vergonhosamente muitos estão fazendo isso. 

12. "Compra de Igbá", tem gente tentando acumular o maior número possível e isto não é bom, se você não tiver autorização através da adivinhação adequada de montar seus Igbás não o faça. Ter um Igbá Òrìsá é um trabalho árduo. Estes são representações do òrìsá e requer muito cuidado. 

Lembre-se, não é sobre você (humano), nem sobre mim, mas sobre Egúngún, irunmolè, òrìsá e Òlódúmarè! 

Texto enviado para nosso email: manufeshowboy@yahoo.com.br pelo BLOG O CANDOMBLÉ. 

COLETÂNEA OXUM, NOS CAMINHOS DO ABIÃN - DEVERES E OBRIGAÇÕES

Dando continuidade às nossas meditações de hoje vamos logo de encontro aos SIMPATIZANTES, diga-se de passagem, aqueles que tem interesse em ingressar seja na realidade da UMBANDA SAGRADA ou bem como no CANDOMBLÉ

Esta postagem, a principio seria diretamente voltada ao público do CANDOMBLÉ, pois o termo: ABIÃN se direciona a todos aqueles que ainda não passaram pelos atos chamados INICIÁTICOS ou INICIAÇÃO propriamente dita. 

Apesar que temos visto hoje em dia, muitos exemplos de pessoas não iniciadas, apenas verdadeiros ABIÃNS, mas com um profundo conhecimento espiritual. Conhecimento este que pode vir por "hereditariedade" ou "n" outros fatores que através de atos verdadeiramente "mediúnicos" lhe permitem tal sabedoria. 

Muitos tem se questionado sobre quais seriam as atitudes mais corretas para um noviço no CANDOMBLÉ a serem tomadas e como de fato seriam reconhecidas como ABIÃNS. Desta forma, através de uma postagem de nosso amigo FERNANDO DE OXAGUIÃN apresentamos alguns tópicos que deveriam ser seguidos e ensinados tanto pelos mais velhos como por muitos (as) BABALORIXÁS/IALORIXÁS na realidade do CANDOMBLÉ.




O Abiyan é toda pessoa que depois de fazer uma consulta através dos búzios com o Babalorixá ou Iyalorixá, tenha tomado no mínimo um Obí e tenha um fio de contas lavado de Oxalá. 

O procedimento e comportamento básico do Abiyan: 

. Estar vestido de branco principalmente se a casa for de Oxalá; ressaltando que: 

- Para os homens – calça comprida e camisa branca; 

- Mulheres – Vestido ou saia/camisa branca; 

. Ao chegar ir direto beber um copo d'água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas e evitar qualquer conversa. 

. Tomar seu banho de ervas e colocar sua roupa de morin; 

. Bater a cabeça no Axé, na porta dos quartos de Santo; para o Babá/Iyá, “trocar” à benção com TODOS os seus irmãos, sendo por ordem hierárquica (dos mais velhos aos mais novos), de acordo com a ordem iniciada. Obs: Se tiver acesso a essa informação.

. Perguntar ao Babá/Iyá, sobre a função que deverá fazer na Casa; muitas vezes por ordem do Babá/Iyá, as funções podem ser determinadas pelas Ajoiês (Ekédi) da Casa. 

. O Abiyan deverá fazer suas refeições sentados na ení (esteira), e assim que terminarem, deverão levantar as mesmas e guardá-las; não devem colocar os pés calçados nas enís; 

. O Abiyan somente poderá dormir em ení, caso se faça necessário terá a autorização do Babá/Iyá, para dormir nos quartos dos Orisás

. O Abiyan ao levantar não deve falar com ninguém, deve antes beber um pouco de água; isso é para apagar os vestígios ou traços negativos provocados pelo mau hálito

. O Abiyan não deve ocultar do Babá/Iyá qualquer tipo de dúvida, problema e mal entendido. 

. O Abiyan não deve fumar na frente de seu Babá/Iyá. 

. O Abiyan nunca fica de pé em frente ao Babá/Iyá e sim agachado, com a cabeça baixa. 

. O Abiyan nunca interrompe o Babá/Iyá quando estiver conversando com alguém. Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogans, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é correto que os filhos se abaixem próximo a ele para dirigir a palavra. Diz então: AGÔ (Licença) e esperar ele dizer AGÔ YA, e de cabeça baixa, falar com ele em tom de voz baixa. 

. O Abiyan não deve passar pelo o Babá/Iyá com a cabeça erguida, e sim um pouco curvado para frente. 

. O Abiyan sempre que for servir o Babá/Iyá, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. 

. O Abiyan só deverá entrar nas rodas de Xirê se forem chamados pelo Baba/Iyalorixá. 

. O Abiyan tem suas funções na casa relacionadas à limpeza e manutenção, salvo se for um Abiyan antigo e de confiança poderá exercer outras funções. 

. O Abiyan não tem Orixá definido ainda, por isso é denominado um Abiyan (aquele que está começando em um novo caminho) mesmo que venha de outra casa. 

. O Abiyan deverá sempre pedir Agô para entrar e sair de cada ambiente do terreiro e esperar a resposta, Agô ya de um mais velho. 

. O Abiyan só poderá ir embora com autorização do Baba/Iyalorixá. 

. O Abiyan não questiona rituais litúrgicos de sua casa, respeita a hierarquia e se coloca sempre no seu lugar. 

. O Abiyan deve aproveitar o máximo esse período de aprendizado, humildade e retidão, pois é nesse momento que irão refletir quanto a futura iniciação, as responsabilidades do que é ser um Adôxu, um Iyawó. 

. A Vivência no axé, a disciplina, observar o comportamento dos mais velhos, ser verdadeiro com seus sentimentos para com o Orixá, estar despojado de vaidades, e entender que o mais importante não é "fazer o santo e sim saber o porque de se iniciar para o santo". Não há pressa para iniciação, Orixá entende e nos concede essa oportunidade de aperfeiçoamento e adaptação, salvo as raras excessões. 

Ser um bom Abiyan é estar se preparando para no futuro ser um bom Iyawó e assim como ser for um bom Iyawó é estar se preparando para ser um bom Ègbón. 

De: Mônica D'Òsóòsì-Iyá Kèkèré do Ilé Àse Òsòlùfón-Íwín

COLETÂNEA OXUM, NOS CAMINHOS DO ABIÃN - TESTEMUNHO DE VIDA

Quarta-feira, 09:55hs da manhã, e aqui estamos nós vindo até você para um novo dia de atualidades em nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ

Temos visto algumas realidades dentro do FACEBOOK, que nos motivaram mais uma vez tocar neste assunto. A presença dos Abiãns, numa casa de santo. Pois é engraçado que para muitos o CANDOMBLÉ se inicia após o noviço ter passado pelo processo de iniciação (feitura), mas a realidade não é bem assim. 

Concordamos em gênero, número e grau que para alguém chegar a ser um EGBOMI, este chegar ao cargo de BABALORIXÁ, ou no caso feminino IALORIXÁ, se isto lhe for permitido por seu ORIXÁ em chegar a esta função dentro da RELIGIÃO. Ninguém chega a nada se não passar pela realidade de Yawô. Mas nenhum Yawô nasce ou acontece, se na sua casa não houver os ABIÃNS.


Ou seja, sempre teremos esta realidade de ABIÃN, que passará pra YAWÔ, e de YAWÔ passa-se a EGBOMI e de EGBOMI, aos altos cargos da RELIGIOSIDADE. Mas... sem Abiãn, não tem Yawô, não tem Egbomi e corre o risco de se chegar ao dia de não ter mais ninguém para dar seguimento a um ILÊ ASÉ

Para se entender melhor vamos ver que: 

Abiã ou Abian - É toda pessoa que entra para a religião do Candomblé, também chamado de filho de santo, após ter passado pelo ritual de lavagem de Fio de contas e o Ebori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação. Só deixará de ser abian quando for iniciada, sendo então um yawô. 

O abian não participa dos preceitos internos, só participa das festas públicas, ainda não tem um compromisso com o Ilê (casa), nesse período terá a oportunidade de conhecer as pessoas e o funcionamento da casa, se tiver alguma coisa que não goste, poderá sair e procurar outra casa que seja do seu agrado ou de sua confiança. 

Ao abian é permitido ajudar em quase todos serviços da casa, sempre orientado por um mais velho que diga o que pode ou não fazer. Essa fase é muito importante para se aprender vendo e ouvindo, as perguntas não são muito bem vindas, observar e saber ouvir é a melhor maneira de aprender, quando um mais velho se dispôr a falar e contar, abaixe-se e preste atenção, não interrompa, escute e grave. 

Os mais velhos já estão cansados e não têm muita paciência para ficar respondendo as milhões de perguntas que o abian gostaria de fazer, portanto seja paciente, não seja muito apressado, tem a vida inteira para aprender, essa é uma das normas do candomblé. 

Dando continuidade e jus à categoria criada, nós temos o imenso orgulho de publicar no espaço dos leitores as palavras de puro coração de uma abian que, se seguir por estes caminhos que ela vem seguindo, será uma yawô exemplar e uma religiosa bem necessária para o futuro da nossa religião.


"Eu sou uma abian e sou uma abian feliz. 

Estou começando a frequentar a casa de santo onde irei me inciar de uns meses pra cá e devo entrar pra fazer santo entre janeiro e fevereiro (aliás, Fernando e Nelson já sabem que foram “intimados”, assim como o resto do povo do RJ, para a saída de Logun-ede). 

Mas ó, eu me sinto tão feliz, tão contente por ser abian… Pelo menos na casa que frequento, uma casa de Ketu, eu sou quase paparicada (risos): tem sempre alguém ao meu lado me ajudando, me ensinando a fazer alguma coisa, me perguntando se está tudo bem comigo, se estou precisando de alguma coisa… Se assisto a um ebori, ou algo sem tanto fundamento, sempre um egbomi fica ao meu lado para me explicar o que está acontecendo, me dizendo o porquê, o motivo… 

Em alguns momentos, sinto medo de fazer santo: ficar careca, ficar 3 meses de kele, não abraçar meu marido, sentar no baixo, dormir na esteira, não me depilar, usar leite de rosas no lugar do desodorante, ficar sem os meus creminhos anti-idade diversos (povo de Logun-ede tem um medo tão grande de envelhecer… ), andar na rua com o kele escondidinho, enroladinho num pano branco, ou com uma echarpe branquinha o cobrindo… Nossa, chega a me dar PAVOR! Além disso, sou casada e o pior de tudo: meu marido não gosta de Candomblé, não entende nada, mas respeita profundamente a minha decisão. 

Mas são nessas horas que eu penso em Logun-ede. Penso no amor por Ele, penso na relação maravilhosa que estou construindo com o meu Orixá e coloco algumas coisas na balança. Sabe, Orixá nenhum vai me matar, me aleijar ou me “cobrar” de forma alguma se eu não fizer santo. 

Mas eu sei que, em algum momento antes de nascer, lá no Órun (céu), eu firmei um pacto: eu disse a Logun-ede que eu queria atravessar as dificuldades da minha vida de mãos dadas com Ele, para que Ele me carregasse no colo quando eu não tivesse forças para andar com as minhas pernas. E nesse momento, minhas próprias idéias se clareiam, a mente “desanuvia” e eu vejo que não há sacrifício nenhum em ser uma yawo, em ter minha cabeça raspada e cumprir 3 meses de kele e 1 ano de resguardo para alguns preceitos. 

Nesse momento eu lembro que as coisas das quais eu me resguardo durante o tempo de preceito, são energias que eu deixo de absorver. Sabe, tudo no mundo é troca de energias, e, quando eu me preservo de algumas coisas, quando eu me resguardo de algumas coisas, eu evito absorver uma energia menos positiva que a do meu Orixá, ou até mesmo uma energia realmente negativa, e acumulo dentro de mim, apenas a energia linda, positiva e fantástica que o meu Pai compartilhará comigo a partir do momento da iniciação. 

Também conversei de forma muito longa e profunda com o meu marido, e disse para ele que a iniciação e o resguardo que são pedidos são apenas para trazer coisas boas para a minha vida e, consequentemente, se eu estiver melhor, se a minha energia estiver melhor, a nossa vida em família, como um todo, também estará melhor. 

E Logun-ede, em Sua sabedoria, também arrumou diversas maneiras de mostrar ao meu marido que Ele só quer o melhor para mim e, consequentemente, o melhor para mim acaba sendo o melhor para nós dois.  

Ser abian é fantástico para mim: estou aprendendo, estou fazendo um curso de Religiosidade Africana, que é pra me iniciar numa religião tendo total e completa certeza do que é Candomblé e do que eu quero. 

Estou curtindo a fase de “namoro” com o meu Orixá: não me interessa a qualidade dele, apenas que Ele é uma energia única, fantástica, soberana na minha vida. Estou O conhecendo. E estou sofrendo uma ansiedade gostosa, louca para me iniciar, tendo certeza que, não importa o caminho: o que importa é que a colheita dos frutos junto ao meu Pai será linda, será farta, será de enorme retorno para mim. 

Acredito que ser abian é o momento de perguntar TUDO, de falar, de me informar, de ouvir até mesmo do Nelson um “nem sob tortura”, quanto às minhas perguntas que serão respondidas após a iniciação. 

Ser abian, pelo menos na casa que eu frequento, é ser um feto, se preparando para nascer, se preparando para BI (verbo nascer em Ioruba), e para nascer, se precisa aprender a viver depois disso. 

Se você não está à vontade, converse com o seu Babalorixá: ele é seu zelador, zelador do seu Orixá. Diga a ele que se sente de lado, que isso a magoa: se ele não puder resolver, você terá feito a sua parte. Não importam cargos nesse momento: o que importa é uma conversa franca e honesta sobre os seus sentimentos. 

A ausência dela pode causar um arrependimento depois da iniciação, por não ser tratada da maneira que se esperava e isso pode gerar uma frustração até mesmo com o próprio Orixá / Vodum / Nkise, mesmo quando sabemos que o nosso ancestral não tem nada a ver com os erros dos que nos cercam.  

Ser abian para mim é o tempo de conhecer a religião e me apaixonar pelo meu Orixá. 

Eu amo esse espaço enormemente e sei que vocês sabem disso. Obrigada por manterem o blog funcionando!! Vocês são incríveis!! 

Que Logun-ede abençõe a todos nós! 

Beijos no coração!! Aline Leonardo." 

Desta, forma percebemos então que sem os Abiãns, as casas de Santo na verdade, não são nada. Indiferente da quantidade de tempo em que uma pessoa esteja neste estado. Deve-se fazer somente o que o ORIXÁ pede e na hora que ele quer. 

Já esta na hora de repensar-se alguns procedimentos de iniciar-se pessoas em quantidade, como que baciada, para se ostentar CASAS CHEIAS, como se fossem as melhores do mundo ou até as mais perfeitas. 

Deve-se pensar e verificar que antes a QUALIDADE do Yawô, que vai se iniciar, isto se de fato ele precisar. Do que muita QUANTIDADE, para somente mostrar volume.

PALAVRAS DE PEDRO MANUEL T' OGUM

Motumbá meus (minhas) irmãos (ãs) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ

Como tenho feito nas últimas vezes em que estive passando por aqui. Venho novamente nesta manha me direcionar a todos vocês, para de fato agradecer a presença de todos na minha vida, mesmo que para muitos ainda de forma virtual.

Pude perceber que o tema desta nova COLETÂNEA OXUM, NOS CAMINHOS DO ABIÃN, foi de fato muito bem visualizada. Mas já deixo claro que ainda hoje vem mais assuntos baseados no mesmo tema, dando uma continuidade.

Claro que para muitos, entre todos, alguns devem ter se perguntado: Mas o que tem haver a ORIXÁ OXUM com a vida de um ABIÃN. Eu posso dizer tem muito haver.

Nunca devemos nos esqueçer que OXUM é a Senhora de todos os RONKÓS, PEJIS, SABEJIS, enfim  seja lá a denominação que este espaço adquiriu na sua nação ou na sua realidade. E mesmo o ABIÃN, ser uma pessoa não iniciada, é justamente OXUM que já vai preparando aquele ser para logo, de acordo com a vontade dos ORIXÁS, seja ele qual for o regente daquele ORI, ela já vai preparando o caminho até o receber em seu útero, no caso o QUARTO DE SANTO.

Jamais podemos esqueçer que enquanto uma pessoa for ABIÃN, por mais que o JOGO DE BÚZIOS, também regido por OXUM e EXÚ, possam ter mostrado de quem será aquele ORI especificamente. Não devemos jamais esquecer que neste processo todas as cabeças são filhas de OXALÁ e de YEMANJÁ ( pai e mãe de todas as cabeças).

Após a pessoa, indivíduo, ter se adentrado no QUARTO DE SANTO e lá o seu ORIXÁ ter nascido. Ai sim, OXUM o entrega nos braços de YEMANJÁ, para que esta lhe direcione no seu destino de forma correta. Não é a toa que todos ao nos iniciarmos passamos pelo BORI, que é justamente a entrega à YEMANJÁ, SENHORA DE TODAS AS CABEÇAS, o destino daquele novo ser espiritual.

Então vemos que desde que o ABIÃN, vai abrindo seus horizontes, discernindo onde permitir o seu passo de INICIAÇÃO, OXUM, vai se fazendo presente. Preparando-o a se modelar para o novo passo de vida que o mesmo vai ter a seguir.

Desta forma, ressalto a todos a acompanharem o andamento desta COLETÂNEA em questão, mesmo que já tenham sido iniciados ou não. Para relembrarem, aos que já foram feitos, E AOS QUE NÃO, que vão se permitindo modelar para um novo processo de vida que é único, especial e marcante.

Lembrando que, como havia anteriormente prometido, hoje estaremos voltando com a postagem MENSAGEM DO DIA, a qual, ajudou muita gente a dar uma repensada nas suas situações de vida e que para muitos ainda acalentou em momentos de fragilidade, ou até, dando um verdadeiro "UP" para fazer da própria vida um pouco melhor.