O Dia em que Sàngó foi chamado de Covarde
Sàngó e Èfón entraram em disputa pelo amor de uma mulher muito bela, filha de Àpákò. Por determinação da mulher, Sàngó e Èfón deveriam combater entre si e, no fim de dezesseis dias, ela anunciaria qual dos dois seria considerado vencedor, conquistando assim o direito de desposá-la. Èfón armou-se com um poderoso par de chifres e dirigindo-se ao campo de luta, atacou furiosamente Sàngó que surpreso, bateu em retirada, indo refugiar-se no Orun.
Naquele tempo, Sàngó era ainda muito jovem e inexperiente, mas aconselhado por Èsù, consultou Ifá para saber de que forma poderia vencer a disputa pela mulher amada. Na consulta, fora-lhe prescrito um sacrifício. Enquanto isso, os adversários de Sàngó espalhavam o boato de que ele era um grande covarde, que havia fugido de Èfón sem opor a menor resistência.
Sàngó, então, realizou o sacrifício e imediatamente após começou a trovejar. No meio da tempestade, surgiu Sàngó e a cada brado que emitia, numerosos raios saiam de sua boca numa demonstração de seu poder incontestável. Diante de tão assustadora visão, Èfón depôs suas armas e curvando-se, submeteu-se ao poder de Sàngó, suplicando-lhe piedade.
Após esse dia, nunca mais ninguém ousou chamar Sàngó de covarde
Que a Grande Divindade do Arco-Íris, o nosso pai Òsùmàrè, olhe por todos, dando vida longa com saúde!
Terreiro de Òsùmàrè
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