Motumbá irmãos(ãs), esta postagem vem dar seguimento a leve introdução que fiz a este tema voltado "A linha dos Boiadeiros". Devido a sua grande ação em nossa realidade, bem como aos irmãos(ãs) da Umbanda Sagrada.
Desta forma, desejo sinceramente que esta postagem além de completar a postagem anterior, data em 25/01 deste ano, possa ser de grande valia para cada um de nós.
Linha dos Boiadeiros
São espíritos hiperativos que atuam como refreadores do baixo astral, e são aguerridos, demandadores e rigorosos quando tratam com espíritos trevosos.
O símbolo dos boiadeiros são o laço e chicote que, em verdade, são suas armas espirituais e são verdadeiros mistérios, tal como são as espadas, as flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por espíritos do baixo astral.
Da mesma maneira que os preto-velhos representam a humildade, boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de forma simples, mas com uma força e fé muito grande. São habilidosos e valentes.
São regidos por Iansã - Oyá e Ogum, tendo recebido da mesma autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada, onde levam cada boi (espíritos) para o seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, kiumbas e etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).
Suas maiores funções não as consultas como as dos preto-velhos, nem os passes e as receitas de remédios como os caboclos, e sim o “dispersar de energias” aderida aos corpos, paredes e objetos. É de extrema importância esta função, pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, os boiadeiros “sempre” estarão atentos à qualquer alteração de energia do local (entrada de espíritos negativos).
Portanto, quando bradam em tom de ordem como se estivessem laçando seu gado. Estão na verdade ordenando os espíritos que entraram no local a se retirarem, assim “limpam” o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações, já que as presenças desses espíritos muitas vezes interferem nas consultas de médiuns conscientes.
Esses espíritos atendem os boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhe passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência.
Outra grande função de um boiadeiro e manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Eles nos ensinam a força que o trabalho tem e que o principal elemento de sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.
É uma linha poderosa e muito numerosa no mundo espiritual e seus caboclos atuam nas sete linhas de Umbanda, e são descritos como Caboclos da Lei.
Atabaques
Dentro da ritualistica de Umbanda existe um elemento de grande importância que é a Curimba formada por médiuns que se dedicam ao estudo dos cânticos ritualísticos.
Há uma grande influência dos boiadeiros no trabalho da curimba, pois eles regem suas forças e fundamentos.
Os atabaques são formados basicamente por três elementos da natureza: Animal (couro) , Vegetal (madeira) , Mineral (ferragens).
Estes elementos por sua vez encontram-se no ambiente(reino) natural destas entidades e a força da curimba no terreiro está justamente em conseguir dissipar as energias negativas. Inibir a ação de obsessores e desagregar miasmas e larvas astrais que estejam impregnados no ambiente de trabalho conseguindo com isso um êxito maior.
Ervas de Boiadeiro: Alecrim do Campo, Capim-Manteiga, Cravo da Índia, Folha de Manga, Gravata e Chapéu de Couro.
Saudação: Getuá Seu Boiadeiro!
Oração a Boiadeiro
Ó Deus salve o oratório (bis)
Onde Deus fez sua morada, oiá meu Deus
Onde Deus fez sua morada , oiá
Onde mora o cálice bento (bis)
E a hóstia consagrada oiá meu Deus
E a hóstia consagrada oiá
De Jessé nasceu a vara (bis)
Da vara nasceu a flor oiá meu Deus
Da vara nasceu a flor oiá
E da flor nasceu Maria (bis)
De Maria o salvador oiá meu Deus
De Maria o salvador oiá.
Ó Deus salve o oratório (bis)
Onde Deus fez sua morada, oiá meu Deus
Onde Deus fez sua morada , oiá
Onde mora o cálice bento (bis)
E a hóstia consagrada oiá meu Deus
E a hóstia consagrada oiá
De Jessé nasceu a vara (bis)
Da vara nasceu a flor oiá meu Deus
Da vara nasceu a flor oiá
E da flor nasceu Maria (bis)
De Maria o salvador oiá meu Deus
De Maria o salvador oiá.
Pontos de Boiadeiro
Me chamam de boiadeiro
Não sou boiadeiro não
Eu sou laçador de boi
Boiadeiro é meu patrão
Getuâ,Getuâ
Não sou boiadeiro não
Eu sou laçador de boi
Boiadeiro é meu patrão
Getuâ,Getuâ
Abre a porta minha mãe.
Deixa boiadeiro passar (bis)
Ele vem de muito longe minha gente
Pra nos ajudar (bis)
Chetruá….chetruá
Laço de laçar meu boi
Chetrua….chetrua
Eu laço um e pego dois
Chetrua…chetrua
O meu laço é de laçar
Chetruá….chetruá
Meu boi fugiu mandei buscar
Chetruá….chetruá
Deixa boiadeiro passar (bis)
Ele vem de muito longe minha gente
Pra nos ajudar (bis)
Chetruá….chetruá
Laço de laçar meu boi
Chetrua….chetrua
Eu laço um e pego dois
Chetrua…chetrua
O meu laço é de laçar
Chetruá….chetruá
Meu boi fugiu mandei buscar
Chetruá….chetruá
Ô Sr. Juiz
Quem lhe chamou fui eu
Na hora da firmeza Getruá
O grito que o Sr. Deu (bis)
Cadê a minha corda
De laçar meu boi
O meu boi fugiu
Eu não sei pra onde foi (bis)
Olha a ponta do laço vaqueiro
Oi vem topa, oi vem topa
Na porteira do curral (bis)
Quem lhe chamou fui eu
Na hora da firmeza Getruá
O grito que o Sr. Deu (bis)
Cadê a minha corda
De laçar meu boi
O meu boi fugiu
Eu não sei pra onde foi (bis)
Olha a ponta do laço vaqueiro
Oi vem topa, oi vem topa
Na porteira do curral (bis)
Fonte: texto recebido do grupo Boiadeiro Rei.
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