Dando continuidade ao nosso DICIONÁRIO YORUBÁ, hoje partilhamos as palavras utilizadas em nosso dia a dia com a LETRA "O", mas devido a quantidade extensa destas palavras iniciadas por esta vogal; esta postagem estará sendo publicada em duas partes para facilitar a compreensão de todos.
Lembrando a todos que as postagens referentes ao DICIONÁRIO YORUBÁ, são frutos de uma colaboração feita com carinho de nosso COLABORADOR E CO-AUTOR de nosso BLOG, BABALORIXÁ EDSON DE OXUM, de Santa Catarina.
A ele nossos sinceros respeitos e carinho.
O – ele (pronome pessoal) (Vd. U)
OABÍ, ARAILÉ, EBÍ ARAILÉ – parentes
OBÁ - rei, ministro de xangô (Vd. ALAIYÉ, JOBA)
OBÁ – Terceira mulher de Sòngó, Obá é a deusa nigeriana do rio do mesmo nome. Muitas vezes se confunde com Ìyásan, pois, além de casada com Sòngó, usa também espada de cobre. Na outra mão leva, seja um escudo, seja um leque com o qual esconde uma de suas orelhas em lembrança do episódio mítico que deu margem à sua rivalidade com Òsun. No Brasil é sincretizada com Santa Catarina e Santa Joana d'Arc. Seu dia é quarta-feira. Seus colares são de contas alternadamente amarelas e vermelhas de tonalidades leitosas. É saudada como "Obáxireê!". Filha de Iyemonja.
ÓBÁBÀ - empreiteiro
OBA-KUSO – rei de Kuso. Título consagrado à Xangô
OBALOFUN – deus da fala
OBALÚWÀIYÉ – É a "forma" jovem de Sòpònnón, do qual Omolu é a "forma" velha. Divindade da varíola e das moléstias infecto-contagiosas e epidêmicas consta como filho de Nàná, criado por Yemonja. Veste-se todo de palha, com o que cobre as suas ulcerações. Sua saudação – "Atotó!" – significa "Calma!", exigida a um deus tão poderoso e temível. Sua insígnia é o sàsàra – feixe de nervuras das folhas do dendezeiro, amarrado com tiras de couro, em vermelho e preto (ou branco e preto), incrustadas de búzios. É sincretizado no Brasil, com São Roque, as vezes, com São Lázaro e ainda com São Sebastião, em Recife.
OBANLÀ – imperador, um grande rei
OBA OBINRIN – rainha mãe
OBARAYI - nome de uma sacerdotisa filha de SÒNGÓ
OBÀTÁLÁ – é o Deus principal dos Yorubás (Deus do Pano Branco. Outra variação é Oba-ti-ala ou Deus das visões
OBATELÁ - nome de um dos obá da direita de SÒNGÓ
OBASORUN - nome de um dos obá da esquerda de SÒNGÓ
ÒBE – faca, lâmina
OBÈ – molho, sopa, ensopado, salsa
ÒBE – Termo que designa a faca usada nos sacrifícios, por extensão qualquer faca no jargão do candomblé.
OBE FARIN, OBÈ-JERÍ – navalha (Vd. AGBE, ABE)
OBÈ-OLOJÚ-MEJI - gilete
OBERÒ - alguidar
OBÈTÈ – adaga
OBÌ – noz de cola. Fruto de uma palmeira africana (Cola acuminada, Schott. & Endl. – STER- CULIACEAE) aclimatada no Brasil. Indispensável no candomblé, onde serve de oferenda para os òrìsà e é usado nas práticas divinatórias simples, cortado em pedaços.
ÒBÍ - parente (Vd. OLOMO, OMNU)
OBÍ – fêmea, do sexo feminino
OBÌNRIN – mulher
OBÌNRIN OPÓ - viúva
OBIRIKITI – círculo (Vd. ÀYIKÁ)
OBITIKÔ - SÒNGÓ
ÒBÒ - vagina
ÒBO – macaco (Vd. AKITI, JAKÓ)
OBOTÓ – liso (Vd. MULÓMULÓ)
ÒBUKÓ – bode
ÓBUN – imundo, mercado, sujo (Vd. ABÀ ÍDARÓ, OJÁ ARÓ)
OBURÔ - alto título da hierarquia do culto
ÓDÀ – tinta
ÒDÀ - esmalte
ODÁ – mercado público
ÓDÁ – seca, fome (Vd. OGBELÈ, EBI)
Ó DÁA – sim (Vd. BÉÈNI)
ODÀÁBÓ O – até mais
O DÁARÒ – até amanhã
ODÀÁRÓ O – boa noite
ODABÁ – empresário Ó DABÒ – adeus!, até a volta, até logo
ODÁN – planeta (Vd. EWEKO, IRAWO TI NYI OÒRÙN KA)
ÒDÀN - campo
ODARA, O DARA – bem, ser/estar bem
ÒDÁSÀ - estilista
ÒDE – do lado de fora, rua, estrada, caminho (Vd. ÓNA, ABADENÍ)
ODE – caça (ato de caçar)
ODÉ - caçador; nome que também é dado ao orixá ÒSÓÒSÌ
ÒDE AYÉ – o mundo todo
ODEDÉ - varanda.
ODI - nome do odu de número 7 jogo de ifá
ÓDÍ – teimosia (Vd. ÀILETI, ÌDÍNÚ, SÓ)
O DI ALÉ – até à noite
O DI ARÒ – até à tarde
ODIDE, ÓDE – papagaio (Vd. EIYE AYÉKÒTÍTÓ)
ODIDE, ODIDERE – pena de papagaio (Vd. IKODIDÉ)
O DÌGBÀ – até logo, despedida, adeus
Ó DÌGBOSE! – adeus!
ODINDI – completo
O DI ÒSÁN – até à tarde
ÓDÓ – jovem
ODÒ – rio, pilão
ÒDO – zero
ÓDO – perto, na presença
ÓDÓBINRIN – mulher jovem
ODÒDÒ – verdade, justiça (Vd. OTITÓ, ÀKÓ)
ÒDODÓ – flor
ODODÚN – anual
ODÓFIN - nome de um dos obá da direita de Xangô
ODOFIN - bofe
ODOFORÓ – pulmão (Vd. ÈDÒFÓRÓ, FÚKUFÚKÙ)
ÓDÒGO – bobo, burro
ODÓ-KERÉ – riacho (Vd. OWOLÉ, IBÚ)
ODÓKÓ – puta, prostituta
O DÒLA – até amanhã
ODO OMI - rio que faz limite norte ocidental com Jebu
ODÚ – destino (Vd. AYANMO, KADARA)
ODÙ – Pronunciamento oracular resultante da prática divinatória com o òpèlè, com os cocos de dendê (vd.) ou com os búzios. Há 16 odù primários ou maiores. Suas combinações com os 16 secundários resultam em 256, cujos desdobramentos chegam a 4.096. Cada odù é nominado e pertence a uma divindade.
ODÙDUWÀ ou ODUWA - “A mãe que recebe” – Divindade yorubá, ora apresentada, nos mitos, como masculino e irmão de Obàtálá (vd. também Cesto-da-criação), ora como feminino e, no caso, esposa deste último. Odùduwà significa "a cabaça de onde jorrou a vida". É evocada, no Brasil, em alguns terreiros e, também, no candomblé-dos-eguns de Itaparica (vd. Egúngún).
ODUKUN – batata doce
ODÚN – ano, tempo (Vd. SÁ)
ODUNDUN – A folha-da-costa ou saião africano (Kalanchoe brasiliensis, Comb.). (CRASSULACEAE). Uma das folhas rituais mais importantes dos Candomblés.
ODÚN KOJÁ – ano passado
ODÚN N’BÁKÚ – o ano em que vamos morrer
OFÀ – Designa o instrumento simbólico de Òsóòsi, consistindo num arco e flecha unidos em metal branco ou bronze. É o arco e flecha do caçador
OFA – cidade situada há umas 20 milhas as nordeste da cidade de Ibadan
ÒFÉ – de graça (Vd. OFÉ)
ÓFÉ – assobio
OFERE – Estrela D’alva
OFÍ – tear (Vd. OWÚN, AWUNSO)
ÒFIN – lei
OFIN – armadilha
OFO – zero, “não lavado”
OFÒ - a perda
ÓFO – lagarto (Vd. ALAMÚ, ALANGBA)
OFÓ – feitiço, luto, feitiçaria, reza para Ossanhe para que ele desperte o axé contido nas folhas
ÒFÓFÓ – fofoca
OFORÓ – esquilo (Vd. OKERÉ)
OFUN - nome do Odu de número 10
ÒFUN - garganta
ÒFURUFÚRU – ar, espaço ou respiração, firmamento
ÒGÀ – camaleão (Vd. AGEMO)
ÒGÁ – chefe (trabalho)
OGA – Título honorífico conferido, seja pelo chefe do terreiro, seja por um Òrìsà incorporado, aos beneméritos da casa-de-santo, que contribuam com sua riqueza, prestígio e poder, para a proteção e o brilho do àse. Esse tipo de título admite uma série de especificações que abrangem, desde cargos administrativos, até funções rituais. A iniciação dos ogãs é mais breve e se distingue daquela dos iaôs, por excluir a catulagem, a raspagem e alguns outros rituais. Tal como as ekedji os ogãs não são passíveis de transe.
ÒGÁ ILÉ KÍKÓ – arquiteto
OGA-OGO – qualificação para Olorun (Oga – pessoa distinta ou valente e Ogo – deseje saber, elogie), pessoa distinta que merece honras
OGBÀ – jardim (Vd. IGBÉ)
ÓGBÁ - equilíbrio
ÒGBÁ – companheiro (Vd. AJUMOJOGUN)
OGBE – crista de galo
OGBÈ – ferido
OGBELÈ – seca (Vd. ÓDÁ)
ÓGBÉNI – senhor (Vd. OLUWÀ, OLÚ)
OGBIN – fazendeiro (Vd. ÀGBÈ, OLOKO, AROKO)
OGBO ATO – ficar velho, vida longa
OGBOBÓ – jovem (Vd. SOMODÉ, TITUN, TUTU)
OGBOGBA – balança
OGBON – arte, algarismo 30
OGBÓN – juízo, sabedoria, inteligência
OGBONI – sociedade de homens anciãos que adoram o orixá Onile
OGBOYA – gato selvagem
OGBUN – lugar, vala (Vd. KORÓ)
ÒGÈDÈ – banana
OGEDE – encantamento, feitiçaria
OGENETÉ – frio (Vd. TUTÚ)
OGERÒ – brando (Vd. TUJÚ, JÈJÈ)
ÓGIGÍ – anzol
OGINRIN - mulher
OGIRI - parede
OGO – caracter´stica do pênis. É derivado de “va” – esconder em uma postura dobrada ou inclinada
ÒGÓ – glória, louvor, honra (Vd. ÌYÌN, BUYÍN FUN)
OGODÔ - uma qualidade de Xangô.
OGORIN – 80 (algarismo)
ÒGÓGÓRÓ – aguardente, cachaça
OGORUN – 100 (algarismo)
OGORUN-ODUN – século
OGOTA – 60 (algarismo)
OGUÊ - instrumento de percussão feito de chifres de boi.
ÓGUN – remédio (Vd. ÀSEJE)
OGÙN – magia, feitiço
OGUN – guerra, exército
ÒGÚN – “um que perfura”. Divindade da forja e dos usuários do ferro; por extensão, da guerra e da agricultura e, também, da caça ou de todas as demais atividades que envolvem a manipulação de instrumentos de ferro. É rei de Iré e por isso chamado, no Brasil, Oníré. Costuma ser representado por um semicírculo soldado a base por uma haste, no qual se encontram, pendurados no arco do semicírculo, todo o tipo de instrumentos, que, como o conjunto inteiro, são de ferro. É filho de Yemonja e irmão de Èsú e Òsóòsì. Por isso, tem a ver com os caminhos, a caça e a pesca. Pertence-lhe a faca sacrificial. Seu dia é a terça-feira. Saudação – "Ògún yé!".
OGUROPÓ – banco de barro
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