Autor: José Pedro Manuel
Vimos na parte anterior as diversas origens das denominações da pessoa divina de Deus Criador, conforme a sua crença especifica. Bem como as forças da Natureza, divinizadas.
E como disse, teremos como ponto de partida o texto Bíblico de Genesis, Capítulo 1 que diz: “No principio, Deus criou os céus e a terra”.
Como disse anteriormente, sabemos que Deus na origem africana recebe o nome de Olorum.
Neste versículo vemos claramente a criação dos Céus e da terra: o masculino e o feminino na criação. O elemento ar presente nos Céus, vindo na pessoa de Oxalufã. E o elemento terra informe, prestes a receber e gerar toda a variedade de formas de vida; este elemento claramente representado pela Orixá mais velha, falamos de Nanã Boroke.
Conforme o seguimento do texto bíblico, percebemos nos versículos de 3 – 5, a criação do dia e da noite, relacionados ao movimento da terra; estamos falando de Exú, que se movimenta em todo o andamento da criação.
Nos versículos de 6 – 8, vemos que Olorum criou um firmamento chamado Céus, diferente dos Céus presente no versículo 1, pois este é o que separa a atmosfera das águas, representado claramente por Oxaguiã, o Oxalá mais novo.
Dos versículos 9 – 10, percebemos a grande separação do elemento árido (terra) do elemento água. Estamos falando de Omulu e Yemanjá, que se repararmos bem, dentro de todas as lendas dos Orixás, estes estão sempre juntos, até mesmo na grande criação.
Dando seqüência nos versículos, percebemos uma grande preocupação na criação do planeta, de todas as espécies frutíferas ou não presentes nos versículos de 11 – 13, referentes a criação de Ossain.
Em todo o andamento, vemos dentro de uma das lendas dos Orixás, um deles ser chamado de “O grande Sol”. Um luzeiro que foi criado nos versículos compreendidos entre os versículos 14 – 19, estou me referindo a Xangô. Mas se prestarmos atenção neste trecho também a presença de Yansã, que fez referencia a Lua nos Céus, como consta algumas histórias na Mitologia dos Orixás, referencias desta ligação e da Orixá Ewá, representada pelas estrelas.
Nos versículos de 20 – 22, percebemos uma grande preocupação central na procriação de seres marinhos e das águas doces, bem como de animais e aves do céu, ao falar no versículo o verbo “frutificai”, e “enchei as águas”, já se faz perceptível a criação da Orixá Oxum, a mãe da procriação, da maternidade. Referente aos animais e aves, neste mesmo sentido, vê-se claro a criação de Logun Edé. Ao falarem “Pululem os rios de peixes”, percebemos claramente a criação de Obá, na junção das águas doces com águas salgadas.
Vimos que se deu principal importância à procriação representada nestes três orixás, para depois se relatar a própria criação da vida animal, através da fartura de seres vivos presentes no Orixá Oxóssi. Como vemos nos versículos 24 – 25.
Mas percebe-se nitidamente uma maior importância com os seres rastejantes em especial, falo de Oxumarê, que tem especial participação com o homem, em capítulos posteriores devido a sua astúcia e sua sabedoria.
Ao criar o homem e a mulher, à sua imagem e semelhança, criou o Orixá mais humano possível. Aquele, que vai a frente, que forja os utensílios para trabalhar a terra, as armas para caçar, para construir. Estamos falando de Ogum, o Orixá guerreiro, que batalha por todos nós, abrindo nossos caminhos ao trabalho, presentes nos versículos 26 – 30.
Ao falar de Iroko, a grande árvore da sabedoria e do conhecimento, estamos adentrando no Capítulo 2 de Genesis da Bíblia. Quando relata o Paraíso. A grande árvore no centro do Paraíso, do conhecimento do bem e do mal, cujo fruto era proibido de se comer. Interessante esta ligação, mas justamente quando se fala de Iroko, ele esta sempre presente no meio de uma roça de Candomblé (Ilê), protegido e respeitado, pela sua onipotência.
No próximo estudo, vamos nos aprofundar mais um pouco nesta questão.
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