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domingo, 1 de abril de 2012

CONHECENDO MAIS O ORIXÁ OGUM

OGUM



Ogum é o orixá mais importante da cultura afro-brasileira. Filho de Oduduá e Iemanjá, no Brasil identifica-se como São Jorge (daí a fama de santo guerreiro). Seu ambiente preferido é qualquer lugar ao ar livre. Com muita determinação, vence qualquer combate. Também é o senhor das guerras e protege militares, os combatentes,além de todos os profissionais ligados ao ferro, como serralheiros e metalúrgicos. Os lavradores também recebem a forte proteção de Ogum.

Todos os filhos deste orixá são guerreiros e lutam por liberdade e independência. Gostam de se divertir e rejeitam qualquer atividade que os faça ficar parados por muito tempo. São amantes das viagens e paisagens. Às vezes egoístas e briguentos, amam cegamente quando se entregam de verdade.

É o dono do Obé (faca) por isso vem logo após o Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos.

OGUM É UM ORIXÁ

Para falarmos melhor sobre este Orixá vamos fazer uma explanação quanto a Umbanda e sobre o Candomblé a fim de atingirmos as duas realidades sem ofender a nenhuma ou deixar algo para trás afinal OGUM é um Orixá que vai a frente de tudo e todos em prol de abrir todos os nossos caminhos.

NA REALIDADE DA UMBANDA


Costumeiramente associação à Guerra e ao fogo. Sendo geralmente representado sob a figura de um guerreiro, Ogum estabelece um arquétipo de luta e conquista aos que se dedicam à sua adoração. Seu grau de importância é tamanho, pois ele é o Orixá que possui maior proximidade com seres humanos depois de Exú. Conhecedor de segredos, ele sabe muito bem como fabricar os instrumentos necessários para a batalha e para o trabalho com a terra. 

Por conta destas habilidades, observamos que as várias representações ou qualidades dessa divindade, costumam colocá-lo empunhando uma espada, uma enxada ou uma pá. De acordo com a mitologia africana, Ogum era filho do Rei Odudua, fundador da cidade de Ifé. Apesar de viver os privilégios de um príncipe, Ogum, era uma figura bastante inquieta e gostava muito de representar o seu Pai nas lutas em conquistas de novos territórios. Logo assim, ele se tornou uma divindade que inspira a constante tomada de atitudes. 

Nas várias descrições que tentam falar sobre OGUM, percebemos que o mesmo aglomera um claro universo de comportamentos impulsivos e, ao mesmo tempo, pragmáticos. Ao mesmo tempo em que luta com bravura e se entrega ao amor intensamente, Ogum é também bastante reconhecido pelo seu gosto, pela presença dos amigos e alegria de viver. 

Apesar de ser tão temperamental como seu irmão, Orixá Exú, este não possui a mesma sagacidade e malícia. 

As oferendas dedicadas ao Orixá Ogum são costumeiramente organizadas durante as Terças-feiras, dia em que é feita a sua consagração. Praticamente todas as danças que envolvem a figura deste Orixá são marcadas por gestos de lutas. Além disso, os alimentos que são elaborados para suas oferendas não possuem uma preparação muito complexa. No ritual Jeje, Ogum, é equivalente ao Vodum Doçu. 

Já entre os praticantes do rito Angola, esse mesmo Orixá é conhecido como Roxo Mukambê ou Incoce. 

Em terras brasileiras, OGUM acabou sendo associado à história dos vários Santos Guerreiros que integram o Cristianismo. Nessa situação sincrética, acabou sendo relacionado à Imagem de São Jorge, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Essa aproximação, pode ser historicamente, reconhecida na Guerra do Paraguai, quando vários negros participantes do conflito professaram que a vitória na batalha de Humaitá teria sido fruto da proteção do Santo que simboliza o Orixá.

NA REALIDADE DO CANDOMBLÉ


Orixá do ferro e da guerra, assim é apontado historicamente OGUM, o filho mais velho de Deus ODUDUWÁ, o criador da existência. Que em sua dança faz passos que lembram lutas durante uma guerra, é seguro, amigo, paternal e um grande companheiro.  

OGUM é líder, centralizador do poder, hábil e estrategista, o que garante aos seus filhos uma existência de muitas conquistas, longe de acomodações. Quase sempre, seus filhos fazem participação ativa em lutas sociais, políticas e estruturais, podendo ser em casa com a família, no bairro, na cidade ou no país. 

Este Orixá é um grande conselheiro nos momentos em que temos de escolher caminhos. Ele também esta ligado ao mistério das árvores e a OXALÁ. O seu assentamento está ao pé de um Igí-uyeuè (cajazeira), no Brasil, onde um Adàn, Akôko ou Àràbá na Nigéria e no Daomé, e rodeado por uma cerca de Peregun. Podendo também, ficar ao pé do Igí-òpé, cujo tronco simbolize a matéria individualizada dos fun-fun (Orixás do Branco particularmente OXALÁ), que as folhas brotadas sobre os ramos ou troncos, simbolizam descendentes e que o Màrìwò é a representação mais simbólica de OGUM

Quando se trata de arquétipo, o Orixá OGUM, tem a sua imagem assimilada a de um soldado. Os filhos de OGUM normalmente se utilizam de instrumentos de ferro e aço, como: ferreiro, cirurgião, mecânico, agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e etc, para sobreviver. 

OGUM representa a grande conquista da civilização romana, consolidada na Idade do Ferro e até hoje acompanha as nossas vidas por conta dos avanços modernos trazidos pela tecnologia. Ainda quando relacionando aos homens, OGUM é o Orixá regente dos "Caminhos". Ele sempre nos guia também nas questões relacionadas a trabalhos e oportunidades. 

De personalidade violenta, obstinada, constante, viril, disciplinada e rígida, OGUM é irmão do Orixá Exú. Segundo a tradição africana, Ogum usava o título de ONIRÉ (Rei de Irê), por si apossar da cidade de Irê, matando seu rei. Ele também usava um diadema, chamada Àcòró, e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de OGUM ONIRÉ e OGUM ALÁ ÀKÒRÓ, inclusive aqui no Brasil, tradição trazida pelos descendentes dos IORUBÁS

OGUM é único, mas, em Irê, diz-se que Ele é composto de sete partes. OGUM MÈJEJE LÓÒDE IRÊ, frase que faz alusão às sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiram envolta de Irê. O número 7 é associado à OGUM e representado nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de 7, 14 ou 21, pendurados em uma aste horizontal, também de ferro: Lança, Espada, Enxada, Torquês, Facão, Ponta de Flexa e Enxó, simbolo de suas atividades. 

Sua cor é o azul escuro, é o primeiro Orixá a ser saudado depois de Exú no Xirê. É sempre OGUM que desfila na frente, "ABRINDO CAMINHO" para os outros orixás o que mais uma vez indica sua função de abrir caminhos assim que entra no Ilê. Sua saudação é - "PATAKORI OGUNHÊ!". Seu dia da semana é a Terça-feira e as suas comidas são: Feijão preto (feijoada), Inhame assado.

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