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quarta-feira, 17 de abril de 2013

COLETÂNEA XANGÔ, SENHOR DOS RAIOS


Motumbá meus (minhas) amigos(as) do BLOG OLHOS DE OXALÁ, Bom dia!!! 

Já demos, neste mês, um breve início sobre o estudo de nosso grande ORIXÁ XANGÔ, através da postagem "CELEBRIDADES FALAM SOBRE XANGÔ". Hoje vamos nos adentrar em todo o conhecimento do grande ORIXÁ DA JUSTIÇA


Teria sido o terceiro Àlàáfìn Òyó - Rei de Oyó -, filho de Oranian e Torosi. 

Na África sob seus aspectos, histórico e divino. A filha de Elempe, rei dos Tapás, que havia firmado uma aliança com Oranian.Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se mais tarde, em Kòso (Kossô), onde os habitantes não o aceitaram pelo seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se por sua força. 

Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Obá Kòso, que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus oríkì. 

Xangô, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yamase como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.  

Xangô é o irmão mais jovem, não somente de Dadá-Ajaká como também de Obaluaiyè. Entretanto, ao que parece, não são os vínculos de parentesco que permitem explicar a ligação entre ambos, mas sua origem comum em Tapá, lugar onde Obaluaiyè seria mais antigo que Xangô , e, por referencia para com o mais velho, em certas cidades com Seketê e Ifanhim são sempre feitas oferendas a Obaluayiè na véspera da celebração das cerimônias para Xangô. 

Xangô, é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores, razão do que de sobra, para ser denominado, deus da justiça. 

Os èdùn àrá (pedras de raio - na verdade, pedras neolíticas em forma de machado), são consideradas emanações de Xangô, e são colocadas sobre um odó - pilão de madeira esculpida -, consagrado à Xangô. 

Seu símbolo é oxé - machado de duas lâminas - lembra o símbolo de Zeus em Creta. Esse oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado e lembra, de certa forma, a cerimônia chamada ajere, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma vasilha cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo; e, em uma outra cerimônia, chamada àkàrà, durante a Qual engolem mechas de algodão embebidas em azeite de dendê em combustão. É uma referência à lenda, segundo a qual Xangô tinha o poder de escarrar fogo graças a um talismã que ele pedira à Oyá buscar no território bariba. 

Os adeptos de Xangô , em cerimônias, seguram nas mãos o xéré , um instrumento musical utilizado apenas por eles (desde que autorizados), feito de uma cabaça alongada e contendo no seu interior pequenos grãos, que convenientemente sacudido, imita o ruído da chuva. 

Em algumas situações também usa um làbà - uma bolsa grande em couro ornamentado -, onde guardaria seus èdùn àrà, que lança sobre a terra durante as tempestades. 

Suas danças são acompanhadas por um tambor chamado bàtá (tem uma forma de ampulheta, com couro dos dois lados de tamanhos diferentes), são pendurados no pescoço por uma tira de couro, e seus tocadores, os olúbatá, que batem com uma tira de couro no lado menor do tambor, para fazer vibrar o instrumento, e com a mão fazem pressões mais ou menos fortes do outro lado, para obter os tons da língua yorubá. 

No Recife, seu nome serve mesmo para designar o conjunto de cultos africanos. Suas cores são o vermelho e branco, e sua saudação é: Kawó kabiyèsílé ! - Venham ver o Rei descer sobre a terra!! Em sua dançá, o alujá , Xangô brande orgulhosamente seu oxé e assim que a cadência se acelera, ele faz um gesto de quem vai pegar num labá (sua bolsa) imaginário, as pedras de raio, e lançá-las sobre a terra. 

Xangô está em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral. Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o poder de liderança. 

Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo rei é mais importante que o medo. Este, que apesar de grande guerreiro, justo e conquistador, detesta doenças, a morte e aquilo que já morreu. 

Xangô é avesso a eguns (espíritos desencarnados). Admite-se até que ele é uma espécie de imã de eguns, daí sua aversão a eles. Xangô costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas. 

Qualidades: 

1) Dadá 

2) Afonjá 

3) Lubé 

4) Ogodo 

5) Koso 

6) Jakuta 

7) Aganju 

8) Baru 

9) Oloroke 

10) Airá Intile 

11) Airá Igbonam 

12) Airá Mofe ou Adjaos 

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - O PORTAL DA JUSTIÇA



Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras. 

Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. 

Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é misticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. 

Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo. 

Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos. 

Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão. 

Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo. 

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá. 

Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. 

O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. 


Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. 

Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assim como Zeus, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa. 

Outra informação de Pierre Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado. 

Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas como consultor. 

Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas. 

Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros. 

Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô. 

Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou. 

No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - POR QUE XANGÔ COME QUIABO?

Por que em tudo que XANGÔ come, deve ir QUIABO




LOUVANDO A QUARTA FEIRA DIA DE XANGO; TRAGO A VOCES KABIESILE XANGO ! 

A guerra de Ogum e Xangô, pelo amor de Oxum. Em passeio, Ogum com Oxum e Xangô com Iansã, os dois irmãos com suas respectivas companheiras. 

Em determinado momento Ogum foi tomado por um grande ciúme, por achar que Oxum já conversava demais com seu irmão. Ao passarem por uma ponte, Ogum furioso atirou Oxum nas àguas do rio, e foi embora sem querer saber se ela estava viva ou morta. Xangô, que vinha atrás com Oya, viu toda a cena, correu e retirou Oxum das águas. 

Oxum estava mal, então Xango á levou nos braços para seu palácio, onde Oxum teve todos os cuidados necessários. 

Recuperada, Oxum afirmou não mais voltar à viver com Ogum, devido ao seu ciúme e violência. Ogum estava achando que Oxum havia morrido e um dia resolveu visitar seu irmão Xangô. Ao chegar no palácio, Ogum ficou surpreso ao ver Oxum, linda, bela e maravilhosa, à pentear-se na varanda do palácio. 

Oxum ao ver Ogum, mais insinuante se fez, colocando perfume e fazendo de tudo para mostrar à seu antigo companheiro que ela estava linda e cheia de vida. 

Ogum se sentiu traído por Xangõ, por ele não ter lhe avisado que Oxum estava viva. Tomado de um grande ódio, Ogum pensou em invadir o palácio e trazer Oxum de volta, ou matá-la ali mesmo, mas pensou bem e ficou maquinando um jeito de fazer. 

Oxum voltar para sua choupana na mata. Foi para casa e mandou um presente para Xangô, um carneiro bem bonito, gordo e branquinho. Recebendo o presente, Xangô viu logo que era falsidade de Ogum, deduzindo que ele já havia descoberto tudo. 

Então resolveu retribuir o presente, e mandou para Ogum um cachorro bem magro, para que ele soubesse, que ele (Xangô) já sabia da intenção do presente que Ogum havia lhe mandado, com o propósito de agradá-lo e tomar Oxum de sua companhia. 

Quando o presente de Xangô chegou, Ogum tomado de ódio estraçalhou o bicho com a boca, dizendo se vingar de Xangô. Exu, que de longe à tudo assistia, esperou Ogum se acalmar e lhe disse: Ogum, "ila" (quiabo) é o que faz Xangô ficar lesado, mande bastante quiabo para ele que você terá vitória. 

Ogum deu um agrado à Exu, e foi ao mercado comprar um cesto de quiabos, o qual mandou para Xangô. 

Quando este novo presente chegou ao palácio de Xangô, este esqueceu de tudo e de todos, até do amor de Oxum, para comer o tão apetitoso quitute. 

Aproveitando-se do descuido de Xangô, Ogum entrou no palácio, pegou Oxum e à levou de volta para sua choupana na mata, dizendo que jamais á maltrataria. 

Desde então, toda oferenda à Xangô deve levar quiabo. 

Por babalorisá Kleber Ti Ogun !