Páginas

domingo, 17 de fevereiro de 2013

COLETÂNEA CANDOMBLÉ - CANDOMBLÉ PARTE III

Dando continuidade ao estudo APRENDENDO MAIS SOBRE O CANDOMBLÉ, estamos postando hoje a ultima parte desta primeira parte de uma sequência inúmera de assuntos que fazem parte de nosso amado CANDOMBLÉ, mas que aqui apresentamos de forma bem BÁSICA, pois isto compete a cada BABALORIXÁ OU IALORIXÁ fazer em seus ILÊS, junto aos seus filhos de santo.


Urupim ou Oropim 

É um ritual que ocorre logo depois do Apanan, na feitura de santo. 

Tem como objetivo despachar o cabelo dos iniciados e todos seus objetos que serviu na sua iniciação, como adoxu, Ekodidé, Mariô, resto de efun que usou em sua pintura e vários tipos de comida ritual. 

Tudo é devidamente embrulhado em pano branco, posto em um alguidar e colocado na cabeça do iaô, os cânticos são entoados, o noviço dá três voltas no barracão, seguindo para um rio ou mar, para entregar esta importante oferenda, que simboliza a despedida da sua vida de Abian. 

Este rito acontece também, toda vez que um adepto passa por ritual de raspar a cabeça, seja na mudança de nação ou quando for tirar a Mão de Vumbe.

ALGUNS PROCEDIMENTOS A SEREM CUMPRIDOS

Após alguns dias pesquisando sobre o assunto levantado: A INICIAÇÃO, bem como acrescentando alguma coisa do meu conhecimento adquirido sobre esta mesma questão. Sendo assim lhes apresento uma síntese prática sobre isto e espero que possam de alguma forma ajudar nas suas decisões. 

A finalidade deste texto é orientar as pessoas que não conhecem o candomblé. Porque se iniciar ou não no candomblé, bem como outros pontos importantes, dentro da religiosidade. 

A iniciação: Com a globalização que aí está e a Internet, vai ser muito difícil esconder segredos guardados a sete chaves como vinha sendo feito há uma centena de anos pelos antigos do candomblé. 

A finalidade de se guardar esses segredos era justamente para que não caíssem em mãos erradas e fossem usados para fins inescrupulosos, como já está acontecendo. O candomblé é uma religião iniciática mas nem todos nasceram para ser sacerdotes, gostaria de salientar que essa iniciação só deve ser feita em última instância, só em caso de extrema necessidade, quando não tiver outra alternativa. 

A iniciação no candomblé não é uma coisa que se faça levianamente sem observar as conseqüências provenientes de erros, caso o pai ou mãe de santo não estejam preparados devidamente para isto. 

Por que iniciar uma pessoa que não precisa ser iniciada? Só pelo dinheiro? 

Tem muita gente fazendo isso sem nenhum escrúpulo. São os mercenários de nossa religião, que não tem o menor respeito pelo Orixá, que dirá pelas pessoas desavisadas que caem em suas mãos. 

Sempre que for fazer uma consulta em qualquer casa de candomblé, fique atento, não dê dinheiro algum sem antes confirmar em outros lugares se é isso mesmo que estão dizendo. Se disserem que tem que fazer um ebó, borí, ou iniciação, vá jogar em outros lugares para confirmar a resposta do jogo, se for igual em pelo menos três lugares diferentes então faça. Caso contrário não faça nada, não gaste seu dinheiro sem saber se é realmente necessário. Caso for a primeira vez em que você busca a consulta pelo Jogo de Búzios, faça como os antigos, a famosa roda dos sete

Uma roda composta de sete jogos, com sete pais (mães) de santo diferentes. Mas que só você saiba a quem procurar ou a quem vai se dirigir e nunca diga a alguém que esta fazendo a Roda dos Sete. Pois se o jogo é verdadeiro de fato ou todos falarão a mesma coisa, ou como digo pelo menos três devem estar concisos. A partir daí você já saberá o caminho que deverá percorrer. 

Muitas pessoas pensam que é só fazer o santo e já pode ser pai ou mãe de santo, a coisa não é bem assim... Não é porque a pessoa se iniciou, que obrigatoriamente terá que abrir casa ao completar sua iniciação na obrigação de sete anos. Não são todos filhos de santo que tem cargo para ser um sacerdote. O sacerdote já nasce com essa missão e em proporção seria 1 em cada 1000 que deveria se preparar para essa árdua tarefa. 

O que está acontecendo no candomblé é uma distorção grave, quando se pensa que todo iaô tem que abrir casa. Um absurdo. Muitos não tem nem fibra e nem capacidade para ser um líder, abrem suas casas e depois de um tempo despacham tudo no rio e vão para as igrejas de crentes como se isso resolvesse o problema. 

E os culpados disso são os pais e mães de santo que inventaram essa nova modalidade de ganhar dinheiro, pois cada iaô que o incompetente for tirar, terá que chamar o pai ou a mãe para raspar porque ele não sabe. Pois não conviveu o tempo suficiente na roça para aprender o mínimo necessário e já abriu uma casa. 

Mesmo com pais ou mães de santo competentes, é preciso saber que candomblé não se resume às festas de barracão, a festa é só a ponta do iceberg, não é só chegar na hora da festa para dançar, candomblé não é só isso. 

O candomblé propriamente dito começa uma semana antes de cada festa, com muita gente na casa lavando, passando, cozinhando, limpando e enfeitando, quando você entra no barracão e vê as bandeirinhas no teto da cor do Orixá que está sendo homenageado, alguém teve que comprar, cortar e colar as bandeirinhas e colocá-las no lugar para que o barracão fique bonito. 

As anáguas, toalhas brancas, ojás precisam ser engomadas e passadas, (detalhe na maioria das roças é no tanque por não ter máquina de lavar, e se tiver não é usada porque gasta muita luz) isso normalmente é feito pelas Ekedis ou pessoas que moram na casa de candomblé, mas e as suas anáguas quem vai engomar? Quem vai passar? É durante o período de abian que muita gente vai aprender a lavar suas roupas, engomar e passar para poder usar na festa. 

Se você não sabe lavar roupa ou nunca lavou vai ter que aprender ou pagar para que alguém faça por você. Na maioria das vezes é do que vivem as pessoas que moram dentro de uma casa de candomblé, lavam e passam as roupas dos que não sabem ou não tem tempo para fazer. 

Durante a semana diversas obrigações são feitas, de acordo com a determinação do jogo de búzios, Exús, Eguns e os Orixás homenageados. Os bichos tem que ser limpos por alguém e tratados pois será servido uma parte para os Orixás e outra parte para todos os presentes na festa. Você já limpou uma galinha, um pato, um pombo ou um cabrito? 

Ah! tem dó?!!!, Tem nojo? ah bom!!! Então pode ir pensando no assunto, na hora de tirar as penas todo mundo tem que ajudar não importa cargo, é uma das coisas que os abians e iaôs podem fazer. 

Alguém precisa limpar a casa e deixar impecável para que ninguém saia falando. Isso os abians e iaôs também podem fazer sem problemas, se você nunca varreu sua casa, vai aprender a varrer barracão e quintal que normalmente são enormes. 

A comida precisa ser preparada e estar pronta antes de começar a festa para que as pessoas que estavam no fogão possam tomar banho e se arrumar para a dita festa. 

Quando chegar num candomblé e notar algumas pessoas com cara de cansadas e cochilando em alguma cadeira, não repare essa pessoa deve estar com todos os ossos do corpo doendo de uma semana de trabalho duro para que você possa ver uma festa bonita. 

Se você é leigo no assunto, procure conhecer um pouco mais antes de fazer qualquer coisa. Não deve se iniciar só porque acha bonito, porque gosta das roupas, porque gosta do ritmo envolvente sem pensar nas responsabilidades e conseqüências da iniciação. Não se inicia para depois de um ano chegar a conclusão que não era bem isso que se queria. 

Quando você se inicia no candomblé você está criando um vínculo com o seu Orixá, com a casa, com o pai ou mãe de santo, você passa a fazer parte de uma comunidade, por isso deve escolher bem a casa. 

Antes de qualquer coisa, acho que a pessoa precisa consultar vários jogos de búzios para saber se todas as respostas de jogo são iguais, não se deve confiar cegamente em ninguém. 

Depois de consultar vários jogos já dá para saber se precisa realmente ser iniciado ou não, aí a pessoa precisa escolher a casa e o pai ou mãe de santo que mais lhe inspire confiança, procurar saber quem são seus ancestrais, em que casa ele foi feito, tudo isso para não ter surpresas e aborrecimentos no futuro. Estou dizendo isto porque existem muitas pessoas com casa aberta e nem são iniciados no candomblé e dizem que são. Estou falando de Candomblé !!! E muitos aqui vão concordar comigo. 

Uma pessoa que não foi iniciada, não pode iniciar outras pessoas, porque não recebeu o Axé de ninguém. E pelo que me consta ninguém pode dar aquilo que não tem. 

Mesmo que lhe digam que precisa ser iniciado (fazer o santo), tenha calma e não vá fazendo no primeiro lugar que lhe disseram, procure outros lugares, se informe, o santo não vai te matar se você não fizer imediatamente, se ele é seu Orixá ele quer o melhor para você. Por isso mesmo existem os abians nas casas de candomblé, são pessoas que participam das festas e algumas obrigações na casa sem a responsabilidade de ser um iniciado. 

Para fazer parte do candomblé não pode ser preguiçoso, se está pensando que vai chegar numa roça de candomblé e ficar encostado olhando os outros trabalharem, esqueça! Todos trabalham por igual em prol da comunidade, se é uma casa para todos os filhos, todos os filhos tem que ajudar. E não é ao pai ou mãe de santo que estão ajudando. Quando limpar a roça pense que alguém está fazendo a comida que você vai comer e o que você está fazendo se reverterá em benefício de todos e para que todos tenham um lugar agradável e limpo para ficar. 

Durante o período de abian é que você aprende a dançar no barracão, aprende as cantigas, convive com todos da roça e tem a possibilidade de conhecer um por um, nesse período é que você vai descobrir se está no lugar certo, caso não seja poderá ir para outra casa pois ainda não tem vínculo nenhum com o pai ou mãe de santo e nem com a casa. 

O Axé é transmitido do pai ou mãe de santo para o iniciado de diversas formas, uma delas é na iniciação através do Adoxu que é colocado na parte superior da cabeça, onde penetrará o Axé ali depositado. O Axé vai sendo transmitido aos poucos, através das rezas, cantigas, banhos, boris, na feitura, na obrigação de 1 ano, 3 anos, (em algumas nações tem a de 5 anos), 7 anos, 14 anos, 21 anos de santo, daí em diante enquanto o pai ou mãe for vivo. 

O certo é permanecer na casa onde se foi iniciado, mas em decorrência de muitos desentendimentos entre pais e filhos de santo, tem havido uma grande e constante mudança de casa. Para os que não sabem... você nunca vai ser tratado em outras casas, como na casa onde você foi iniciado, existe uma diferença, ou seja (você não é do meu Axé), pode ser muito bem camuflado mas que esse sentimento existe, existe... Na primeira discussão você pode ouvir isso, não digo do pai de santo, mas dos outros filhos da casa com certeza. 

Depois da morte: Quando um iniciado morre esse Axé depositado precisa ser retirado antes do enterro, através de uma outra cerimônia e dependendo do tempo de iniciação a cerimônia do Axexê vária de 1 a 7 dias. 

Então quando uma pessoa pretende se iniciar no candomblé, já deve estar ciente que sua família terá que arcar com as despesas da cerimônia do Axexê após sua morte, caso não tenha deixado dinheiro para esse fim. 

São cerimônias caríssimas tanto a iniciação como o Axexê, lógico que as despesas terão que ser custeadas pelo iniciado ou por sua família. Se você não tem o dinheiro o Orixá sabe disso e não vai pedir aquilo que você não pode dar. Normalmente ele espera o tempo que for necessário, desde que ele veja que você está guardando nem que seja um centavo por mês. 

O que acontece com mais freqüência é a pessoa se iniciar (fazer o santo) sem saber desses detalhes e só depois de alguns anos de feito é que vai descobrir que quando morrer estará deixando um compromisso para a família que muitas vezes nem sabe do que se trata. 

Quando o iniciado não fez a obrigação de 7 anos ou seja ainda é um iaô, na maioria das vezes nem é feito o axexê individual, só é feita a 1ª cerimônia, isso se a família permitir que se faça. E muitos, mesmo tendo obrigação de 7 anos a família que não faz parte do candomblé não permite que se faça as cerimônias necessárias. 

Esse é um dos maiores problemas que os pais e mães de santo enfrentam quando morre algum filho de santo, ter que fazer as cerimônias e encontram obstáculos em virtude da família do filho de santo não conhecer a religião e não permitir e nem arcar com as despesas das mesmas. 

A parte que se refere a casa de santo, o pais e mães de santo fazem, jogam os búzios e o que for determinado será feito com relação ao Orixá do filho de santo, será despachado ou ficará na casa. 

Para os filhos de santo nessas situações são feitos axexês coletivos sem a ajuda da família, cumprindo a obrigação da casa reverenciando todos os que já morreram. Quando o falecimento é de um pai ou mãe de santo é muito mais complicado. Todos os filhos da casa se reúnem e chamam um outro pai ou mãe de santo mais velho que saiba fazer a cerimônia do axexê. 

Logicamente esse pai ou mãe de santo cobrará por seus serviços. Normalmente os pais de santo já deixam um dinheiro reservado para essa finalidade. Caso não tenha deixado, as despesas com os materiais, bichos, bem como o serviço do pai ou mãe de santo contratado terão que ser pagos pelos filhos de santo da casa. 

É uma cerimônia trabalhosa e cansativa que dura 7 dias e quem estiver no primeiro dia não poderá sair da roça até que termine tudo. E não termina por aí... tem o axexê de mês, de 3 meses, 6 meses, 1 ano e daí por diante... 

Além disso, todos os filhos da casa terão que tirar a mão do pai(mãe) de santo falecido(a), seja com a pessoa que herdar a casa ou com outro pai ou mãe de santo de sua escolha. Por isso antes de pensar em fazer o santo, pense bem, mas pense mesmo em tudo o que escrevi acima. 

Só se inicie no candomblé em caso de extrema necessidade, deixo bem claro que esta é a minha opinião. Cada um deve saber onde amarrar seu burro, o ditado é velho mas ainda é válido.

COLETÂNEA CANDOMBLÉ - CANDOMBLÉ PARTE II


Motumbá amados (as) amigos (as) do BLOG OLHOS DE OXALÁ

Com grande alegria venho dar continuidade a postagem de ontem: APRENDENDO MAIS SOBRE O CANDOMBLÉ - PARTE I. Uma das postagens, que na versão antiga deste BLOG, havia sido excluída por solicitação de ordens superiores. Mas que nesta nova versão esta retornando, bem como algumas já postadas anteriormente. 

Como: ÁGUAS SAGRADAS, NUNCA DEIXE SUA QUARTINHA SECAR, TENDO UMA ESPÍRITUALIDADE VERDADEIRA E MUITAS OUTRAS. Então dessa forma, espero que esta segunda parte seja também aproveitada dentro de nossa vivência na religiosidade. 

O que vem a ser o Ritual do Panan?

Apanan ou panã é um ritual da iniciação ketu que ocorre logo depois do Orunkó, Urupim na feitura de santo. Tem como objetivo principal fazer com que o noviço reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro. 

É um ritual complexo onde todos da comunidade participam: o Yawô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movimentos ainda trôpegos, recebe orientação do seu Babalorixá ou Yalorixa para executar as tarefas do dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc. Tem a finalidade de fazer com que o noviço entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno período do seu mundo sobrenatural.

Orunkó


Hora do nome do Yao no candomblé, (literalmente "eco do céu"), é o nome que todos os orixás obrigatoriamente tem que ecoar no dia especial, chamado nome do santo (Feitura de santo) em público, na presença de todos os irmãos, filhos e adeptos. Momento mais esperado da iniciação ketu, ritual de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, podendo ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não, em caso positivo, ouve-se um grito triunfal do seu Orunkó, todos os iaôs "eleguns" que não tem obrigação de sete anos odu ejé entram em transe. 

Também é o nome que todos os iniciados recebem depois da sua iniciação e chamado por todos da comunidade. Na nação Angola Dijína tem o mesmo sentido que a palavra Orunkó.

COLETÂNEA O CANDOMBLÉ - INTRODUÇÃO

Queridos (as) amigos (as) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ, aqui estamos dando início a mais um passo primordial de nosso meio de comunicação: transmitir alguns dos ensinos BÁSICOS sobre não somente nosso amado CANDOMBLÉ, mas também de nossa amiga e amada UMBANDA SAGRADA

Desta forma, com assuntos atuais e bem interessantes para nosso crescimento espiritual, bem como um maior entendimento do que vem a ser esta lado de fato espiritual de nossa RELIGIOSIDADE, tanto ameríndia (UMBANDA SAGRADA), como africana (CANDOMBLÉ).

E para darmos início tomamos por ponto de partida um assunto bem legal para de fato nos prender no que esta por vir nesta nova COLETÂNEA CANDOMBLÉ

CANDOMBLÉ PARTE I

Muitas vezes nosso BLOG na versão antiga, trouxe para cada um de nós, informações muito bacanas, fundamentais e de supra importância àqueles que buscam de fato conhecer melhor o CANDOMBLÉ bem como aprender o que vem a ser de fato esta religião tão cheia de atos e liturgias as quais muitas vezes não conhecidas, que a tornam linda. 

Chegando ao ponto de ter sido criticado e solicitado por algumas pessoas que na época, pra mim seriam de grande importância na minha vida, que o mesmo fosse tirado do ar. Os motivos quem sabe não seriam ou despeito, ou talvez inveja, por estar tendo talvez mais visualizações que alguns BLOGS por ai. 

Hoje, o BLOG OLHOS DE OXALÁ, volta a postar em sua nova estrutura algumas dessas postagens antigas. Por dois simples motivos: deixar de ser escravo dos outros e segundo: deixar bem claro que aqueles que se acham os tais, têm muito a aprender. Afinal não é a toa que a dita casa tem perdido constantemente filhos por descobrirem o que estaria por debaixo dos panos muito bem tapados e além de tudo fui autorizado a isso, pela nova casa que vou frequentar. Desta forma, amigos (as) amados (as) vamos participar esta nova postagem que foi muito bem comentada na época.

BARCO DE YAWÔ


A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos. Nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô". Quando entra para fazer o santo sozinho será chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único. 

No caso do barco, o primeiro será chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, o quinto de Gamo, o sexto de Gamutinho, o sétimo de Vimo, o oitavo de Vimutinho, o nono de Gremo, o décimo de Gremutinho, o décimo primeiro de Caçula e daí por diante. Essa seqüência de nomes é usada na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô. 

Já houve barcos com quinze Iaôs, muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs. A maioria das casas recolhe no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros; nesse caso será recolhido sozinho.

INICIAÇÃO


Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza, que serão apurados no jogo de búzios e tomando banhos com folhas sagradas e abô. 

Ficando recolhida no Roncó (quarto específico de recolhimento) próximo ao peji e será feita a primeira obrigação, que é o Bori. Que será suspenso no final dos três dias, passando para as fases seguintes. 

Em seguida começa a contar o período de 16 dias. Aí tem início o longo aprendizado das rezas, costumes, práticas, lendas, histórias e a iniciação propriamente dita, que consiste em raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orixá, serão oferecidos animais, comida ritual, flores e frutas.


Na primeira saída pública o Iaô sai do Roncó (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o adoxu e pintado com efun, ele vem acompanhado de sua mãe pequena, da Iyalorixá e todos que ajudaram na feitura. 

Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os atabaques o Axé do centro do barracão onde estar o fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é recolhido para mudar de roupa.


A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os orixás e a pintura é feita com o pó azul wáji, branco efun, e vermelho osùn. 

O Iaô sendo de oxalá ou determinados orixás funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta. 

Orunkó: hora do nome do Iaô no Candomblé.


A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não, com o grito triunfal do seu nome. 

Novamente o Iaô é trazido ao Illê axé, desta vez sem a pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro da cabeça (cuia de wáji) ou borilé (ritual feito com ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. 

O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhida uma pessoa (normalmente um Babalorixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá, são feitas algumas cerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele grita em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido novamente para trocar a roupa.


A quarta e última saída: o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas características de cada Orixá para dançar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada.

COLETÂNEA XIRE DE LOGUN-EDÉ - ALGUMAS CANTIGAS MAIS USADAS

Motumbá meus irmãos, para fecharmos dignamente nossos estudos sobre LOGUN-EDÉ, nada mais justo de postarmos aqui algumas das cantigas mais cantadas de forma louvável, dignificando este ORIXÁ ENCANTADO.


CANDOMBLÉ ANGOLA



RODA DE LOGUN-EDÉ (DOTÉ LUIZ DE IANSÃ - HOMENAGEM)


PALAVRAS DE PEDRO MANUEL T' OGUM

Motumbá meus (minhas) amados (as) amigos (as) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ. Bom dia e na verdade também, bom Domingo!


Estamos hoje fechando os assuntos voltados a LOGUN-EDÉ, e como vimos de fato, assim como na primeira vez que tentamos postar algo sobre este mesmo ORIXÁ ENCANTADO, vimos não somente uma dificuldade grande nos assuntos, mas como desta segunda vez, uma dificuldade tremenda de partilharmos o que deveríamos partilhar. 

Mas nossas tentativas deram de fato certo, o que nos agradou o coração. Mesmo com a quantidade de visitas de nosso BLOG ter diminuído um pouco. Mas isto, não nos afetou, pois nossa META é QUALIDADE e NÃO QUANTIDADE. Então por menor que tenham sido as visualizações, sabemos a fundo que nossa meta estamos cumprindo buscando levar até você o que de fato é importante dentro de nossa RELIGIOSIDADE.

Desta forma, vamos nos adentrar agora no assunto do CANDOMBLÉ digamos no geral para dar uma explanada melhor na busca do conhecimento desta linda religião, que chegou até nós através de nossos ancestrais africanos. Mas não vamos deixar de explanar também assuntos de nossa tão amada UMBANDA SAGRADA, a fim de motivados por vários amigos que não são de nossa RELIGIOSIDADE, possam tirar de fato de suas vistas, pontos de entendimentos equivocados e para que nossos irmãos interessados em conhecer melhor nossa RELIGIOSIDADE, possam ver com bons olhos, um pouco mais de nossa fé.

Passando este período vamos então nos adentrar nos mistérios de XANGÔ, para ai sim entrarmos e darmos continuidade em YANSÃ, como muitos a conhecem também por OYÁ.

Desta maneira, iremos fazer de tudo para que você VISITANTE, SEGUIDOR, AMIGOS E IRMÃOS DE FÉ, não deixem de nos acompanhar nesta nova jornada no BLOG OLHOS DE OXALÁ.