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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

POR QUE NA INICIAÇÃO AO CANDOMBLÉ, SE TEM QUE FICAR CARECA?

Muitos "por que?" surgem com o passar dos anos na vida de todas as pessoas e em todas as áreas da vida, este surgimentos é natural. 

O que eu não acho natural, nunca achei e nunca acharei é o "silêncio" , a falta de esclarecimento de quem ensina e a falta de curiosidade de quem aprende, até por que quem não expressa esta tal curiosidade também não tem um aprendizado completo, pois afinal de contas não são das dúvidas que surgem os grandes complementos às respostas que já existem e as melhoram ainda mais? 

Então eu particularmente fui um aluno chato minha vida toda, sempre que algum dos meus professores e que foram muitos durante minha humilde existência, me diziam isso é por isso e por isso , sempre teve um "mas?" de minha parte. E com isso eu só lucrei, pois onde a maioria das pessoas se contentava com a resposta básica e trivial, eu sempre apesar de ser taxado de "chatão" (kkk) terminei tendo uma explicação mais detalhada. Pois todo professor se sente lisonjeado quando seu ensinamento provoca anseios e deixa um gostinho de quero mais em seus alunos. 

Mas enfim por muitas vezes fiz muitas perguntas e questionamentos aos meu mestres , e um deles foi o seguinte: """POR QUE QUANDO UMA PESSOA VAI SE INICIAR (fazer santo) ELA TEM QUE RASPAR A CABEÇA?""" Pois eu já conheci outras religiões iniciáticas, onde se raspa e não se raspa a cabeça e cada uma delas tem sua própria lógica e explicação e evidentemente seus preceitos e segredos. 

Então a nossa tem também uma explicação miticamente lógica e coerente. E desde criança estou no Candomblé e ouço desde então as pessoas dizerem que Orixá elucida, que Orixá explica tudo... Basta você olhar e prestar atenção no certo... Perguntar aos antigos ... Mas hoje em dia ainda descobri mais um detalhe... Quem observou o tempo passar viu muitas coisas que comprovam tudo isso de fato e é fato que ninguém é detentor do conhecimento absoluto mas a divina Humildade faz com que todos tenham a possibilidade de ter acesso ao conhecimento. 

Com tudo isso, fui perguntando para os antigos e recebi as seguintes explicações: """QUANDO ALGUÉM VAI SER INICIADO AO AWO (segredo) DO CANDOMBLÉ ELA PASSA POR UM SIMBOLISMO DE MORTE E RESSURREIÇÃO, SEU PERÍODO DE RECOLHIMENTO REPRESENTA SUA ESTADIA NO ÚTERO E SEU VÍNCULO COM SUA PRÓPRIA ANCESTRALIDADE.""" 

E com tudo isso, todos os preceitos e simbolismos que o noviço (yawo) passa cria um vínculo insolúvel entre a pessoa e a divindade à qual ela é inciada e sua origem espiritual e genealógica (ancestralidade) que é selado com a entrega do yerupin (que é o carrego). E este carrego sela este vínculo por que leva dentre muito elementos, parte do corpo do iniciado (cabelos-unhas-suor) e assim ele será para sempre reconhecido pelo seu cheiro que é único no universo. O yerunpin é levado e entregue aos cuidados de Olosá (a divindade do grande lago) que é o Orixá que recebe e repassa para os ancestrais esta energia e nos torna reconhecido como feitos de santo. 

Fui ouvindo com o passar dos anos esta explicação com palavras e expressões diferentes , mas sempre com o mesmo contesto e aí achei que chegou a hora de passar à diante pois é assim que tem que ser passamos à diante para manter nossa tradição viva. Expressões como ; Meu filho a natureza já reconheceu este santinho seu aí? Isso é coisa que eu houvi muita gente falar e outras mais e assim a gente ve como a coisa toda termina por fazer sentido.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

OLHOS DE OXALA - COMUNICADO

Motumbá meus (minhas) amigos (as) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ. Com grande alegria, após um grande período de hibernação, estamos de volta colocando nossa tarefa em dia novamente. 

Nossos respeitos aos nossos mais velhos e nossos respeitos aos nossos mais novos. Aos amados(as) irmãos (ãs) da UMBANDA SAGRADA, nosso grandioso SARAVÁ. Aos irmãos e irmãs de outras nações nossos Mokius, nosso Kolofé a todos sem esquecer de ninguém. Aos nossos irmãos e irmãs ESPÍRITAS, nossas boas vindas. E a todos de outras denominações religiosas que acabam vindo aqui para pesquisar e até para de alguma forma contribuírem com o andamento de nosso BLOG. Sejam também muito bem vindos. 

Como é do saber de todos, finalmente consegui concretizar o grande sonho da minha vida que foi dar andamento a minha caminhada na religiosidade através do CANDOMBLÉ. Onde sou membro e adepto constante. Filho da Yalorisá Bárbara de Oyá, (nação KETU), filha carnal de Pai Kilombo (nação ANGOLA), neto de Pai Kabila de Oxóssi (nação Ketu) e hoje de Pai Carlito de Oxumarê, Asé Ilê Olla (nação Ketu). 

Estamos de volta minha gente, e para minha surpresa. Nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ, mesmo este tempo todo parado em férias, digamos assim. Sempre foi visitado e ainda muitos nos procuram para realizarem conosco suas LEMBRANCINHAS. As quais confesso estão cada dia mais ficando mais elaboradas. 

Vamos agora neste novo período de caminhada, nos aprofundar em temas não abordados até agora. Claro que sempre lembrando que aqui, assuntos como fundamentos, segredos e coisas neste teor, JAMAIS SERÃO PUBLICADAS. Mesmo porque se trata de uma coisa dentro da ÉTICA de nossa RELIGIÃO

Mas assuntos que podem de fato ser tirados como fontes de dúvidas, de debates vão e serão colocados em pauta para sempre lembrarmos de nossos objetivos dentro da nossa RELIGIOSIDADE, o crescimento. 

Com isto compartilho com vocês alguns de nossos novos modelos de LEMBRANCINHAS DOS ORIXÁS que foram ultimamente confeccionados para ainda mais honrar nossos amados ORIXÁS.






Desta forma, meus amados, como bem lembramos estávamos estudando sobre nosso amado ORIXÁ XANGÔ. E vamos dar andamento com OMULU, OYÁ. E temas atuais aos quais daremos início com uma sequencia de pontos de vista sobre a VIDA DE COMUNIDADE que tanto se busca viver dentro de uma CASA DE ASÉ.

Meus sinceros agradecimentos a todos que de alguma forma, vieram a se tornar nossos amigos, companheiros e fiéis escudeiros. Nunca deixando de nos visitar em busca de novidades. E aos novos visitantes muito mais virá por ai. Cheio de coisas legais e de grande valor de crescimento a todos. 

Pedro Manuel T' Ogum.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

OLHOS DE OXALá COMUNICADO - LEMBRANCINHAS DE ORIXÁS

Motumbá meus (minhas) amigos (as) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ, muito Bom Dia. 

Nossos respeitos aos nossos mais velhos, bem como aos nossos mais novos. Nossos respeitos a todos irmãos(ãs) da Umbanda Sagrada. 


Gostaria de me pronunciar quanto algumas coisas que andam acontecendo as quais não estão me agradando muito. E como gosto de ORDEM, acredito eu que se tornou necessário vir aqui para tentar explicar melhor sobre esta questão a fim de evitar alguns erros que estão acontecendo. 

Quanto a elaboração das lembrancinhas - TODAS NOSSAS LEMBRANCINHAS SÃO EXCLUSIVAS. Por tanto nenhuma encomenda seja ela qual ORIXÁ for solicitado será igual para se encaminhada para outra pessoa. Lembrando que respeitamos as qualidades de cada um, bem como elas são confeccionadas de acordo com a roupa que o ORIXÁ em questão estará vestindo no dia de sua festividade. 

Quanto a quantidade de lembrancinhas enviadas por pedido - TODAS NOSSAS LEMBRANCINHAS TEM SEUS DEVIDOS PREÇOS CORRESPONDENTES AO PEDIDO MÍNIMO DE 100 UNIDADES DO MESMO ORIXÁ OU ENTIDADE EM QUESTÃO. 
Salva guarda quando alguém nos solicita digamos pedidos que abrimos EXCEÇÕES onde a quantidade de cada um seja diferente. Quando isto acontece os preços mudam pois cada ORIXÁ tem seu modo certo de ser elaborado, bem como a exigência e mudança de valores quanto às PARAMENTAS sejam elas em E.V.A ou METAL.

Quanto a entregas fora do Estado de SÃO PAULO - TODAS AS ENCOMENDAS DEVEM SER FEITAS DOIS MESES ANTES DO EVENTO. Com isto evitamos atrasos, lembrando que elas são encaminhadas ao local de entrega via SEDEX. Onde o valor do FRETE é acrescentado no ato do pedido da encomenda.

NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 21/05 A 21/06, não serão aceitas encomendas algumas. Podendo existir alguma EXCEÇÃO. Devido a meu período de OBRIGAÇÃO E PRECEITO, que deverá ser cumprido. Afinal ninguem pode dar o que não tem. E como chegou meu período de dedicar-me a Baba My Ogum e Baba My Oxaguiãn. Espero que entendo esta realidade de nossa vida. 

Quanto aos valores - Deixamos claro que lembrancinhas de INICIAÇÃO, são totalmente diferentes das LEMBRANCINHAS DE 1, 3,7 ANOS. Bem como se a mesma for para celebrar o ORIXÁ DA CASA EM QUESTÃO. Desta forma, cada uma é elaborada de uma forma diferente da outra, respeitando suas realidades e devidas idades de Santo. Desta forma, os preços são diferenciados. Procure ao fazer seu pedido deixar claro para não ter dúvidas pendentes .

Desta forma, respeitando estes critérios espero obter a compreensão de cada um de vocês quando for nos solicitar sua lembrancinha a fim de termos de fato uma comunhão de pensamentos e de boas energias. 

Muito asé pra todos.

Pedro Manuel T'Ogum. 

sábado, 11 de maio de 2013

COLETÂNEA VÍDEOS AULA XANGÔ - MINISSÉRIE MÃE DE SANTO

De fato é muito bom conhecer um pouco mais a personalidade de Xangô, na vida das pessoas. Desta forma, nada mais justo, através deste vídeo conhecermos um pouco mais sobre este grande ORIXÁ justiceiro e de grande personalidade na vida dos seus filhos. 


Na publicação de amanhã, estaremos falando sobre os CABOCLOS DE XANGÔ, bem como as QUALIDADES encontradas deste ORIXÁ. Que fazem parte de nosso vasto estudo sobre este ORIXÁ, rei de Oyó. Não deixem de acompanhar. 

COLETÂNEA VÍDEOS AULAS SOBRE XANGÔ - XANGÔ E SEUS ATRIBUTOS

Como vimos no vídeo anterior percebemos a força que XANGÔ exerce na realidade da UMBANDA SAGRADA. Lembrando que este ORIXÁ, como REI que é, possui um espaço muito sagrado também  no CANDOMBLÉ. Mas não podemos esquecer que nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ, possui esta missão e até mesmo visão de atingir a todas às realidades. 

Lembrando e respeitando, sempre, as diferenças espiritualista das duas realidades.


Percebemos a ligação de Xangô com suas relações às pedras, a justiça divina, ao fogo, às almas. Sendo muito vasto de fato os inúmeros estudos que temos de fazer sobre este ORIXÁ tão importante em nossa RELIGIOSIDADE

Isto não se fará da noite para o dia, mas num estudo complexo que vai ser apresentado gradativamente. 

COLETÂNEA VÍDEOS AULAS SOBRE XANGÔ - PARTE I

Amados (as) irmãos (ãs) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ, Bom Dia! Nosso sincero Motumbá a quem é de Motumbá. Nossos Saravás a quem é de Saravá. Nosso Kolofé, a quem é de Kolofé. Mojubá, a quem é de Mojubá.

Estamos aqui para dar continuidade aos estudos relacionados a Xangô. Mas não vamos deixar de responder aos comentários que estão chegando de nossos visitantes e seguidores. Os quais muito nos alegraram por recebê-los, tendo em vista as palavras doces que alguns nos fizeram elogiando nosso BLOG. Mesmo ele estando meio que atropelado pelos nossos afazeres diários e pela correria que nosso coordenador Pedro Manuel T'Ogum, devido à sua obrigação que esta se aproximando agora dia 21/05.

Assim sendo, não fugindo de nosso propósito, vamos hoje ver um pouco a realidade de Xangô, na visão de nossa irmã UMBANDA SAGRADA. Lembrando que muitos de nossos amigos aqui do BLOG também fazem parte da UMBANDA, onde tudo começou na vida de Pedro Manuel, então como racionais e irmãos de fé que somos, aqui respeitamos a todos que Nela participam.

Desta forma, estamos hoje nos dedicando a explanar vídeos que explicam de fato a visão da pessoa do ORIXÁ XANGÔ, numa visão Umbandista. Espero que acompanhem nossa caminhada. 


quarta-feira, 8 de maio de 2013

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - OXALÁ, PAI DE XANGÔ



Oxalá - Pai de Xangô 

Sango, filho de Obatalá, era um jovem rebelde e vez por outra saía pelo mundo botando fogo pela boca, queimando cidades e fazendo arruaça. Seu pai, Obatalá, era informado de seus atos, recebendo queixas de todas as partes da terra. 

Obatalá alegava que seu filho era como era por não ter sido criado junto dele, mas que, algum dia, conseguiria dominá-lo.

Certo dia, estando Sango na casa de Obá, deixou seu cavalo branco amarrado junto à porta da casa. 

Obatalá e Odudua passaram por lá, viram o animal de Sango, e o levaram com eles. Ao sair, Sango percebeu o roubo e enfurecido saiu em busca do animal, perguntando aqui e acolá. Chegando a uma vila próxima dali, informaram-lhe que dois velhos estavam levando consigo seu animal, o que deixou Sango ainda mais colérico. 

Sango alcançou os dois velhos e ao tentar agredi-los percebeu que eram Obatalá e Odudua. Obatalá levantou seu opaxorô (cajado) e ordenou: "Sangò kunlé, foribalé". Sango desarmado atirou-se ao chão em total submissão à Obatalá.

Sango tinha consigo seu colar de contas vermelhas, que Obatalá arrebentou e misturou a elas suas contas brancas dizendo: "Isto é para que toda a terra saiba que você é meu filho".

Daquele dia em diante Sango submeteu-se às ordens do velho rei.

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - DADA AJAKÁ


Dadá-Ajaká 

Dadá-Ajaká, filho mais velho de Oranian, irmão consangüíneo de Xangô reinava então em Oyó. 

Dadá é o nome dados pelos iorubás às crianças cujos cabelos cresciam em tufos que se frisam separadamente. "Ele amava as crianças, a beleza e as artes; de caráter calmo e pacífico... e não tinha a energia que um verdadeiro chefe dessa época". 

Xangô o destronou e Dadá-Ajaká exilou-se em Igboho, durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de búzios, chamada adé de baáyàni. 

Depois que Xangô deixou Oyó, Dadá-Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente e guerreiro, voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacando os tapás.

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - O REINO


Xangô e seu Reino 

Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era preto à direita e branco à esquerda. 

Homem valente à direita; Homem valente à esquerda; Homem valente em casa; Homem valente na guerra.

Oranian foi fundador do Reino de Oyó, na terra dos iorubás. Durante suas guerras, ele passa sempre por empê, território Tapá, também Nupê. Elempê, o rei do lugar, fez uma aliança com Oranian e deu-lhe, também, sua filha em casamento. Desta união nasceu este filho vigoroso e forte, chamado Xangô.

Durante sua infância, em Tapá, Xangô só pensava em encrenca. Encolerizava-se facilmente, era impaciente, adorava dar ordens e não tolerava nenhuma reclamação. Xangô só gostava brincadeira de guerra e de briga. Comandados pivetes da cidade, ele ia roubar os frutos das árvores. crescido, seu caráter valente o levou a partir em busca de aventura gloriosas.

Xangô tinha um oxé - machado de duas lâminas; tinha também um saco de couro, pendurado em seu ombro esquerdo. Nele encontravam-se os elementos do seu poder ou axé: aquilo que ele engolia para cuspir fogo e amedontrar seus adversários, e a pedras e raios com as quais ele destruía as casas de seu inimigos.

O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Ai chegando, as pessoas assustadas disseram: "Quem é esse perigoso personagem!" "Ele é brutal e petulante demais!"; "Não o queremos entre nós!"; "Ele vai maltratar-nos!"; "Ele vai espalhar a desordem na cidade!"; "Não queremos entre nós!"

Mas Xangô os ameaçou com seu oxé. Sua respiração virou fogo e ele destruiu algumas casas com suas pedras de raio. Todo mundo de Kossô veio pedir-lhe clemência, gritando: Kabiyesi Xangô, Kawo Kabiyesi Xangô Obá Kossô! "Vamos todos ver e saudar Xangô, Rei de Kossô!" 

Quando Xangô tornou-se rei de Kossô, ele pôs-se à obra. Contrariamente ao que as pessoas desconfiavam e temiam, Xangô fazia as coisas com alma e dignidade. Ele realizava trabalhos úteis comunidade. Mas esta vida calma não convinha a Xangô. Ele adorava as viagens e as aventuras. Assim, partiu novamente e chegou à cidade de Irê, onde morava Ogum. 

Ogum o terrível guerreiro. Ogum o poderoso ferreiro. Ogum estava casado com Iansã, senhora dos ventos e das tempestades. 

Ele ajudava Ogum em suas atividades. Todas as manhãs, Iansã o acompanhava à forja e carregava, para ele, as ferramentas. O vento soprava e fazia: fuku, fuku, fuku e Ogum batia sobre a bigorna: beng, beng, beng... Xangô gostava de sentar-se ao lado da forja para ver Ogum trabalhar. Vez por outra, ele olhava para Iansã. 

Iansã, também, espiava furtivamente Xangô. Xangô era vaidoso e cuidava muito de sua aparência, a ponto de trançar seus cabelos como o de uma mulher. Ele fizera furos nos lobos de suas orelhas, onde pendurava argolas. Que elegância! 

Muito impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô, Iansã fugiu com ele e tornou-se sua primeira mulher. Xangô voltou por pouco tempo a Kossô, seguindo depois, com seus súditos, para o reino de Oyó, o reino fundado, antigamente, por seu pai Oranian. 

O trono estava ocupado por um meio irmão de Xangô, mais velho que ele, chamado Dadá-Ajaká, um rei pacífico, que amava a beleza e as artes. Xangô instalou-se em Oyó, um novo bairro que chamou de Kossô. Ele conserva assim, seu título de Obá kossô - "Rei de Kossô". 

Xangô guerreava para seu irmão Dadá. O reino de Oyó expandia-se para os quatros cantos do mundo. Ele se estendeu para o Norte. Ele se estendeu para o sul. Ele se estendeu para o Leste e se estendeu para o Oeste. Xangô, então, destronou seu irmão Dadá-Ajaká e fez-se rei em seu lugar. Kabiyesi Xangô Alafin Oyó Alayeluwa! "Viva o Rei Xangô, dono do palácio de Oyó e senhor do mundo!" 

Xangô construiu um palácio com cem colunas de bronze, ele tinha um exército de cem mil cavaleiros. Vivia entre suas mulheres e seus filhos. Iansã, sua primeira mulher, bonita e ciumenta. Oxum, sua segunda mulher, coquete e dengosa. Obá, sua terceira mulher, robusta e trabalhadora. 

Sete anos mais tarde, foi fim do seu reino: Xangô, acompanhado de Iansã, subira a colina de Igbeti, cuja vista dominava seu palácio de cem colunas de bronze. Ele queria experimentar uma nova fórmula que inventara para lançar raios. 

A fórmula era tão boa que destruiu todo o seu palácio! Adeus mulheres, crianças, servos, riquezas, cavalos, bois e carneiros. Tudo havia desaparecido, fulminado, espalhando e reduzido a cinzas. Xangô, desesperado, seguido apenas por Iansã, voltou para Tapá. 

Entretanto, chegando a Kossô, seu coração no suportou tanta tristeza. Xangô bateu violentamente com os pés no chão e afundou-se terra a dentro. Oxum e Obá transformaram-se em rios e todos tornaram-se orixás. Xangô, orixá do trovão, Kawô Kabiyesi le!

terça-feira, 7 de maio de 2013

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - RESUMO BÁSICO

ÒRISÁ SÀNGÓ 


Xangô,Shango ou Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango.

Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian.

Shango, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.

Shango orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.

Sacerdote de Sango - Magba

Sacerdotisa de Sango - Iya Magba
Atabaque de Sango - Ilu bata

Toque favorito - Alujá

Fruto favorito - Orogbo

Bichos - Akunko, Agutan, Ajapá

Comida - Amalá

Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

FONTE: Ile Àsè Òsún Femi (FACEBOOK)

OLHOS DE OXALA - PALAVRAS DE PEDRO MANUEL T'OGUM

Motumbá para quem é de motumbá, Saravá para quem é de saravá, Kolofé para quem é de Kolofé, mojubá para quem é de mojubá. Bom dia!!!

Sei que inúmeras perguntas estão se passando com toda certeza, na cabeça de todos vocês que já ganharam o hábito de vir aqui todos os dias buscar alimento. Alimento este, seja para aprendizado, para crescimento, para até mesmo passar o tempo. E por inúmeras vezes não tem encontrado aquela novidade que talvez fosse desejada.

Pois é meus irmãos (ãs) de fato estamos em falha com todos vocês. Mas como não poderia deixar de ser aqui somos um corpo. Um corpo que responde a tudo que nosso COORDENADOR nos solicita. Claro que ultimamente com a correria das responsabilidades que estão aumentando ainda mais. Seja a nível profissional, mas no âmbito espiritual também.

Bom a mudança de Axé, foi de fato mais uma mudança que se tornou necessária e que para todos nós já tem produzido frutos 100 por 1. Não saímos de nossa raiz, Asé Oxumarê,  da nação Ketu. Mas mudamos de casa de Asé. Pois nestas idas e vindas, se não tivéssemos nossos olhos muito bem abertos, teríamos caído sim em mãos mau intencionadas para dar o andamento de nosso lado espiritual. 

Por sorte, encontrei na pessoa da Yalorixá Bárbara de Oyá, filha carnal de Pai Kilombo, que veio de nação Angola e que hoje também faz parte da nação Ketu. Esta mesma Yalorisá, navalha de meu eterno amigo e grande pessoa a quem muito admiro Babalorixá Kabila de Odé. E que hoje, da suas obrigações com Babalorixá Carlito de Oxumarê. 

Em suas mãos não somente tenho revisto o que vem a ser o verdadeiro Candomblé, com tradição, respeito, humildade e claro muito, mas muito zelo. Mas como respeitosamente falo a quem quizer ouvir, estou indo pelos ventos de Oyá. Pois de fato, a partir do momento que adentrei no interior do Ilê Asé Jagum, muita coisa de fato que havia se perdido por gestos, atitudes e até grandes magoas com pessoas do Candomblé, que muito amo, hoje se tornam recuperadas ou em estágio de recuperação. 

Não foi fácil minha gente ser criado por muitos anos por Yalorixá Carmem de Oxum, a quem eu amo de paixão e respeito com grande saudade sua ausência neste plano espíritual. E ver que aquele respeito, dedicação, que esta mulher procurou sempre me passar. Foi de fato perdido pelo tempo, pois hoje não se encontra facilmente pessoas que levam a religião do jeito que era antigamente, quando eu ainda tinha 11 anos e tudo começou. Uma longa caminhada de vivência e aprendizado.

Atualmente com 41 anos na cara, dito popular. Mas graças a Deus, sem nenhuma ruga. Encontrei nesta Yalorisá, tudo que eu encontrava na mesma mulher que muito me ensinou. Mesmo tendo buscado minha caminhada em outras casas após o falecimento de Mãe Carmem de Oxum, Vila Sônia, Zona Oeste de São Paulo, hoje posso de fato retornar a minha caminhada em solo firme.

Não tenho vergonha alguma em falar que andei em muitas casas sim até que  Baba My Ogum e Baba My Oxaguiãn tomassem esta decisão. Vi muita coisa certa, como vi muita coisa errada também. Afinal todos somos humanos e todos erramos, pois nesta vida, perfeito só Deus e abaixo dele nossos amados ORIXÁS. 

Crei vínculos de amizade que hoje não tenho pretensão alguma de esqueçer. Fiz laços de coleguismo e até de aprendizado. Mas com tudo isto, minha vida esta de fato levada pelos ventos de Oyá. 

A correria é grande pois as lembrancinhas estão vindo a cada dia, de forma maior. Pessoas mais velhas no santo, solicitando nossa ajuda com estas lembranças para de fato, em certo ponto, comemorarmos juntos 3 e 7 anos e olha que ainda tem gente com mais idade já solicitando nosso serviço. 

Eventos sendo realizados e em todos somos convidados para poder partilhar as lutas de nosso povo. Mas que infelizmente ainda não pudemos estar presentes. Não por que não queremos. Mas por obediência, pois como posso me fazer presente e ter minha espiritualidade atrasada. Primeiro sou de corrigir o que me falta para depois poder assumir o que me solicitam.

E com isso agora dia 21/05, pelas mãos da Yalorisá Bárbara de Oyá. Estarei dando seguimento na minha caminhada espiritual como se deve de fato. Anos de luta que a cada dia que esta se passando vejo esta vitória se concretizando. Em Outubro, outra vitória acontecerá, onde Fernando T'Oxaguian também vai poder dar andamento com sua obrigação de 1 ano, e finalmente dar a OXUM aquilo que lhe é por direito e que por mãos erradas foi lhe tirado. Uma verdadeira luta que se travou mas que aos poucos esta sendo vencida.

Por estas e outras meus amados amigos, amigas, seguidores, visitantes é que temos falhado com vocês quanto às novas postagens. Mas de acordo com a ventania de Oyá, vamos recuperar tudo isso. 

Obrigado pela atenção e por sua presença constante aqui. 

Pedro Manuel T' Ogum. 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - XANGÔ É CONDENADO POR OXALÁ


Xangô é condenado por Oxalá a comer como os escravos 

Xangô Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e lento, por isso Xangô Airá o levava nas costas. 

Quando se aproximavam do destino, viram a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar o velho amigo todo o seu império. E foi de lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oiá! 

Era o amalá do rei que ela preparava! Xangô não resistiu a tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. 

Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô. 

Xangô, muito arrependido, mandou todo povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida. 

Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos. 

(Mitologia dos Orixás,2001,pp.280)

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - XANGÔ É SALVO POR OYÁ


Xangô é salvo por Oiá da perseguição dos eguns 

Xangô tinha pavor da morte. Tinha horror dos mortos e temia os eguns mais que qualquer coisa. 

Certa vez Xangô viu-se perseguido pelos eguns. Sua mulher Oiá foi em seu socorro. Ela conhecia um meio de acabar com aquela situação. Deu a Xangô nove espelhos onde ele faria os eguns verem refletida suas próprias imagens. Sabia Oiá que a morte não suportava ver-se frente a frente, tal sua feiúra. 

Quando os eguns acercaram-se de Xangô, este os recebeu com espelhos. Os eguns se viram e se apavoraram. A visão era horrível. Saíndo em disparada. Xangô os perseguiu sem trégua. Foram vencidos por Xangô com a ajuda de Oiá. 

(Mitologia dos Orixás,2001,pp.257)

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - A OFERENDA FEITA POR XANGÔ


Xangô faz oferenda e vence os inimigos 

Xangô vivia entre inimigos. O que fazer para derrotá-los? Foi-lhe dito que fizesse um ebó. Qual sacrifício oferecer? 

O babalaô disse que oferecesse muitos búzios. Ele devia oferecer dois galos, dois pombos, doze pedras, doze pavios de lamparina e doze bastões. 

Xangô reuniu essas coisas e fez o sacrifício, que apaziguou os deuses. Terminou o sacrifício e voltou à guerra com os inimigos. 

No pavio da lamparina, Xangô acendeu o fogo que jorrou de sua boca. Ele trazia na mão o machado duplo de fazer trovão e ninguém mais podia enfrentá-lo. Xangô venceu. 

Quando Xangô chegou da guerra, todos o aclamavam: "Kawô, Xangô! Salve Xangô!". "Kabyesi, kawô! Abram alas para sua majestade!" "E kabó! Bem-vindo! Bem-vindo!" 

Todos aqueles que nunca haviam saudado Xangô também agora o faziam com muito entusiasmo. Eles o saudavam. Xangô dançava em regozijo. 

(Mitologia dos Orixás,2001,pp.250)

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - A JUSTIÇA E A VINGANÇA

Motumbá meus irmãos (ãs) de nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ. Com grande alegria aqui estamos novamente, após mais um período de funções e obrigações quanto a confecção de novas LEMBRANCINHAS DOS ORIXÁS, que nos foram solicitadas em grande quantidade.

É muito bom para nós da EQUIPE OLHOS DE OXALÁ, saber que mesmo em períodos em que as obrigações do dia-a-dia, nos oferecem. Onde com isso nos afastamos um pouco deste MEIO DE COMUNICAÇÃO. Mas que em momento algum você presado (a) leitor (a), seja um mero visitante, um seguidor ou até mesmo pessoas conhecidas de nosso meio social, nos acompanham sem nos deixar na mão.

É claro que nosso propósito é de nunca deixá-los na mão, mas infelizmente a vida tem de seguir e estamos indo como o Vento quer. E mesmo assim é uma grande alegria ver que as visitas em nosso BLOG OLHOS DE OXALÁ só tem aumentado, bem como o número de adesões de novos seguidores. Bem como de novas pessoas que tem se adicionado nos perfis de PEDRO MANUEL T' OGUM no FACEBOOK; bem como no perfil OLHOS DE OXALÁ do  ORKUT, de fato tem aumentado em muito. 


Com isso, não basta multiplicarmos palavras para se falar de um determinado ORIXÁ, vamos deixar eles falarem por nós.


sexta-feira, 26 de abril de 2013

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - FILME: O PODER DO MACHADO DE XANGÔ

Motumbá meus (minhas) irmãos (ãs) do BLOG OLHOS DE OXALÁ

Estamos voltando com tudo após, digamos assim, de um período de hibernação. E como não poderia deixar de ser, estamos dando seguimento às postagens referentes ao grande ORIXÁ XANGÔ, o SENHOR DA JUSTIÇA.


Com grande alegria meus irmãos dando continuidade a tudo que se refere ao ORIXÁ XANGÔ, desta forma o DOCUMENTÁRIO SOBRE O PODER DO MACHADO DE XANGÔ relata não somente o que se refere ao ORIXÁ em questão. Mas sobretudo ao que se refere ao CANDOMBLÉ E SUA CULTURA AFRO-DESCENDENTE.






Espero que este documentário possa servir de lição sobre vários aspectos de nossa religiosidade.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - DÀDA BÀAYÀNI ÀJÀKÚ



Dàda Bàayànì Àjàkú, o Filho de Òrànmíyàn e Ìyá Mòrèmí 

Antes de Ìyá Torosí, Òrànmíyàn casou-se com Ìyá Mòrèmí e com ela teve um filho, cujo os cabelos nasceram em tufos, era Dàda Bàayànì Àjàkú. Dàda (Àjàká), que também foi um Aláàfìn Òyó, irmão de Sàngó, era um rei muito calmo e pacífico e sua personalidade não permitiu-lhe ser um grande comandante. Aproveitando-se disso, Sàngó apossou-se do reina do de Òyó, tornando-se Aláàfìn. 

Dàda Bàayànì Àjàkú, passou, então, a reinar um povoado próximo de Òyó. Envergonhado com o seu despojamento, Dàda passa a usar uma coroa que lhe cobre todo o rosto (Adé Bàayànì), a qual tiraria apenas quando reconquistasse seu lugar em Òyó. 

O reinando de Sàngó durou exatos sete anos, nesse período, ele foi um governante cruel, sendo chamado de aterrorizador (Èrùjèjè), desta feita, Sàngó abdica do trono de Òyó e se refugia em Kòso, lugar onde ele desaparece aos pés de um Igi Àyàn. 

Um provérbio yorùbá diz: "De Wole Nira Oya, Ni Kòso Do Wole Sàngó" ("Oya adentrou à terra em Irá e Sàngó adentrou à terra em Kòso). 

Isto posto, Dàda Bàayànì Àjàkú retomou o reinado de Òyó, governando a cidade até sua morte. Posteriormente, Aganjú seu filho, torno-se o novo Aláàfìn. 

Que a Grande Divindade do Arco-Íris, o nosso pai Òsùmàrè, olhe por todos, dando vida longa com saúde! 

Terreiro de Òsùmàrè

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - AS ESPOSAS DE XANGÔ

AS ESPOSAS DE XANGÔ 


No reino de Oyó, ficavam as três esposas do Orixá, a sua espera, cada vez que ele saia para guerrear. Quando voltava, Xangô comemorava com elas suas conquistas com grandes festas, regadas a vinho de palma. 

Iansã era esposa de Ogum e foi seduzida por Xangô. Oxum vivia com Oxóssi e tambèm foi seduzida pelo Orixá. Obá apesar de ser uma deusa mais velha, também foi esposa de Xangô. 

As cerimonias para Xangô, na África, duram cinco, nove ou 17 dias. Sua importância no Brasil é grande, que chegou a originar cultos específicos em Pernambuco e em outros estados Nordestinos.

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - O REI NÃO SE ENFORCOU


O MITO - " O REI NÃO SE ENFORCOU" 

Conta-se que quando Xangô teve dificuldade para se manter no trono de Oyó, ele voltou-se para a terra dos Tapa e, vendo-se abandonado por todos, ele enforcou-se numa árvore de obí. 

Seus inimigos proclamaram "Obaso" - "O rei enforcou-se". Seus partidários negaram este fato e gritaram "Oba Kò Sô", ateavam fogo nas casas dos detratores de Xangô, nas noites de tempestades, para confirmar a reputação do Deus do trovão. 

Alusão feita a Xangô que, quando irado, ateava fogo pelas narinas, para punir os infratores ( texto extraído do livro de Pierre Verger - Os Orixás) - segundo a lenda é por isso que Xangô tem aversão à morte e aos eguns (mortos).

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - XANGÔ ENSINA A AGANJÚ A LIDAR COM O FOGO


Hoje, vamos contar uma história de Aganjún, Divindade da Família de Sàngó. 

Aganjú é o Òrìsà da força, deidade do sol e dos vulcões (Obá Aganjú Oniná Oke - "Rei Aganjú, lava das montanhas..."), ele é a força em chamas que emerge da terra. 

Aganjú passava por sérios problemas em seu reinado (vizinho à Òyó), sabedor disso, Sàngó o procurou, afim de "ajudá-lo". Próximo às terras de Aganjú, Sàngó ouviu vozes e, se escondeu entre as árvores, objetivando observar o que estava acontecendo. Ficou espantado ao ver um homem em chamas, era Aganjú. 

Ao lado dele estava Òsun, que com a sua água doce, tentava acalmar aquele homem em chamas. Aganjú estava muito nervoso, afinal, seu reino estava em decadência, não obstante, percebeu que havia alguém lhe olhando e, nervoso, indagou quem era. 

Sàngó mostrou-se, dizendo: "Sou Sàngó, o Aláàfìn Òyó". Irritado, Aganjú perguntava quem lhe havia dado permissão para entrar em suas terras. Sàngó disse que não precisava de autorizações, sendo ele o rei de Òyó. 

Cada vez mais furioso, Aganjú disse: 'Você não sabe a que perigo está se expondo com tanta ousadia! Sabe que posso transformá-lo em cinzas agora mesmo?". Rindo, Sàngó disse que se quisesse poderia transforma-se em fogo também. 

Intentando alarmar Aganjú, Sàngó se tomou por fogo, mostrando o seu poder e dizendo que queria apenas ajudá-lo. Aganjú, então, questionou de que forma Sàngó queria lhe ajudar. 

O rei de Òyó disse que poderia lhe ensinar a controlar seus poderes, sendo que Aganjú, acabava por queimar todos àqueles que se aproximavam e, que poderia ser uma espécie de "porta voz" do seu povo. 

Desconfiado, Aganjú perguntou porque ele estava fazendo isso; Sàngó disse que temia que os problemas chegassem à Òyó e por isso estava se prevenindo. 

Òsun, que continuava jogando água em Aganjú, percebia que aquela não era a verdadeira intenção de Sàngó. Aganjú disse que aceitaria a oferta de Sàngó, mas perguntou qual o preço que teria que pagar por isso. 

Sàngó, por sua vez, disse que não havia necessidade em lhe pagar, no entanto, deveria, a partir daquele momento, utilizar todas as ferramentas de Sàngó, tais como Osé e o Séré. 

"Desse modo, seu povo, ao ver em minhas mãos as mesmas insígnias usadas por você, não contestará a minha autoridade e, reconhecendo os atributos, acatarão as ordens que a eles eu irei transmitir, afirmou Sàngó"

Aganjú indagou a opinião de Òsun, que já flertava com Sàngó. Òsun disse acreditar ser um bom negócio, podendo desta forma, restabelecer a ordem em seu País. 

Diante disso, Aganjú aceitou a proposta de Sàngó e recebeu do Aláàfìn de Òyó um Séré e um Osé. 

Feito isso, Sàngó impôs no reinado de Aganjú o seu regimento e, Aganjú por sua vez, começou a utilizar-se das ferramentas de Sàngó. Anos depois, Aganjú tornar-se-ia também um Aláàfìn Òyó. 

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!! Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

OLHOS DE OXALÁ - CONVITE

Com grande carinho, respeito, amizade e dedicação a nosso amigo PAI GUIMARÃES DE OGUM, bem como ao BABALORIXÁ EDSON T' OSUN e toda a equipe da ABRATU. Estamos enviando o convite da FESTA DE OGUM


Com a obrigação de PEDRO  MANUEL T' OGUM, ele não estará presente. Mas, nós da EQUIPE OLHOS DE OXALÁ, estaremos para dar uma acompanhada no evento e poder partilhar com todos vocês esta grande festividade a nosso PAI OGUM.

OLHOS DE OXALÁ - CONVIDA A TODOS PARA FESTA DE CABOCLO

Com grande alegria, nós da família do BLOG OLHOS DE OXALÁ, convidamos vocês amigos, seguidores, visitantes à participar da festa do CABOCLO SR 7 CRUZEIROS, no ILÊ ASÉ JAGUM, agora dia 30/04.

Segue o BANNER do evento:


Venham participar deste evento, que garantimos que a alegria será enorme com sua presença.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

COLETÂNEA XANGÔ, SENHOR DOS RAIOS


Motumbá meus (minhas) amigos(as) do BLOG OLHOS DE OXALÁ, Bom dia!!! 

Já demos, neste mês, um breve início sobre o estudo de nosso grande ORIXÁ XANGÔ, através da postagem "CELEBRIDADES FALAM SOBRE XANGÔ". Hoje vamos nos adentrar em todo o conhecimento do grande ORIXÁ DA JUSTIÇA


Teria sido o terceiro Àlàáfìn Òyó - Rei de Oyó -, filho de Oranian e Torosi. 

Na África sob seus aspectos, histórico e divino. A filha de Elempe, rei dos Tapás, que havia firmado uma aliança com Oranian.Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se mais tarde, em Kòso (Kossô), onde os habitantes não o aceitaram pelo seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se por sua força. 

Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Obá Kòso, que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus oríkì. 

Xangô, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yamase como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.  

Xangô é o irmão mais jovem, não somente de Dadá-Ajaká como também de Obaluaiyè. Entretanto, ao que parece, não são os vínculos de parentesco que permitem explicar a ligação entre ambos, mas sua origem comum em Tapá, lugar onde Obaluaiyè seria mais antigo que Xangô , e, por referencia para com o mais velho, em certas cidades com Seketê e Ifanhim são sempre feitas oferendas a Obaluayiè na véspera da celebração das cerimônias para Xangô. 

Xangô, é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores, razão do que de sobra, para ser denominado, deus da justiça. 

Os èdùn àrá (pedras de raio - na verdade, pedras neolíticas em forma de machado), são consideradas emanações de Xangô, e são colocadas sobre um odó - pilão de madeira esculpida -, consagrado à Xangô. 

Seu símbolo é oxé - machado de duas lâminas - lembra o símbolo de Zeus em Creta. Esse oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado e lembra, de certa forma, a cerimônia chamada ajere, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma vasilha cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo; e, em uma outra cerimônia, chamada àkàrà, durante a Qual engolem mechas de algodão embebidas em azeite de dendê em combustão. É uma referência à lenda, segundo a qual Xangô tinha o poder de escarrar fogo graças a um talismã que ele pedira à Oyá buscar no território bariba. 

Os adeptos de Xangô , em cerimônias, seguram nas mãos o xéré , um instrumento musical utilizado apenas por eles (desde que autorizados), feito de uma cabaça alongada e contendo no seu interior pequenos grãos, que convenientemente sacudido, imita o ruído da chuva. 

Em algumas situações também usa um làbà - uma bolsa grande em couro ornamentado -, onde guardaria seus èdùn àrà, que lança sobre a terra durante as tempestades. 

Suas danças são acompanhadas por um tambor chamado bàtá (tem uma forma de ampulheta, com couro dos dois lados de tamanhos diferentes), são pendurados no pescoço por uma tira de couro, e seus tocadores, os olúbatá, que batem com uma tira de couro no lado menor do tambor, para fazer vibrar o instrumento, e com a mão fazem pressões mais ou menos fortes do outro lado, para obter os tons da língua yorubá. 

No Recife, seu nome serve mesmo para designar o conjunto de cultos africanos. Suas cores são o vermelho e branco, e sua saudação é: Kawó kabiyèsílé ! - Venham ver o Rei descer sobre a terra!! Em sua dançá, o alujá , Xangô brande orgulhosamente seu oxé e assim que a cadência se acelera, ele faz um gesto de quem vai pegar num labá (sua bolsa) imaginário, as pedras de raio, e lançá-las sobre a terra. 

Xangô está em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral. Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o poder de liderança. 

Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo rei é mais importante que o medo. Este, que apesar de grande guerreiro, justo e conquistador, detesta doenças, a morte e aquilo que já morreu. 

Xangô é avesso a eguns (espíritos desencarnados). Admite-se até que ele é uma espécie de imã de eguns, daí sua aversão a eles. Xangô costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas. 

Qualidades: 

1) Dadá 

2) Afonjá 

3) Lubé 

4) Ogodo 

5) Koso 

6) Jakuta 

7) Aganju 

8) Baru 

9) Oloroke 

10) Airá Intile 

11) Airá Igbonam 

12) Airá Mofe ou Adjaos 

COLETÂNEA CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ - O PORTAL DA JUSTIÇA



Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras. 

Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. 

Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é misticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. 

Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo. 

Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos. 

Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão. 

Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo. 

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá. 

Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. 

O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. 


Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. 

Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assim como Zeus, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa. 

Outra informação de Pierre Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado. 

Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas como consultor. 

Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas. 

Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros. 

Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô. 

Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou. 

No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.